Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical
Sistema de Produção, 17
ISSN 1678-8796 Versão eletrônica
Dez/2005

Sistema de Produção para Pequenos Produtores de Citros do Nordeste

Autores

Início

Importância econômica
Clima
Solos
Adubação
Variedades
Mudas e sementes
Plantio
Irrigação
Tratos culturais
Plantas daninhas
Doenças
Pragas
Uso de agrotóxicos
Colheita e pós-colheita

Processamento
Mercado e comercialização
Coeficientes técnicos
Referências bibliográficas
Glossário


Expediente

Importância Econômica

A história da citricultura brasileira está intimamente ligada à própria história do país. Poucos anos após a descoberta do Brasil, entre 1530 e 1540, os portugueses introduziram as primeiras sementes de laranja doce nos Estados da Bahia e São Paulo. Dadas às condições ecológicas favoráveis, as plantas produziram satisfatoriamente, a ponto de os frutos da laranja ‘Bahia’ serem reconhecidas ainda no Brasil Colônia como maiores, mais sucosos e de excelente qualidade do que os produzidos em Portugal. Mas, somente a partir dos anos 30 do século passado, a citricultura começou a ser implantada comercialmente nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, tendo apresentado maiores índices de crescimento nos estados do Sudeste e Sul.

A citricultura brasileira apresenta números expressivos que traduzem a grande importância econômica e social que a atividade tem para a economia do país. Alguns desses números são mostrados concisamente: a área plantada está ao redor de 1 milhão de hectares e a produção de frutas supera 19 milhões de toneladas, a maior no mundo há alguns anos. O país é o maior exportador de suco concentrado congelado de laranja cujo valor das exportações, juntamente com as de outros derivados, tem gerado cerca de 1,5 bilhão de dólares anuais. O setor citrícola brasileiro somente no Estado de São Paulo gera mais de 500 mil empregos diretos e indiretos.

A Região Nordeste responde por 9% da produção nacional, constituindo-se na segunda maior região produtora do país, com mais de 110.000 hectares cultivados e mais de 1,5 milhões de toneladas. Dentre os estados produtores, o destaque fica com os estados Bahia e Sergipe, respectivamente segundo e terceiro produtores nacionais, que representam juntos 90% de toda área plantada (Tabelas 1 e 2). A citricultura nordestina tem grande potencial para implementar seu crescimento sobretudo em função da ausência de doenças e pragas de grande importância que se encontram distribuídas no Sudeste, maior centro produtor. No que diz respeito ao incremento e geração de empregos, percebe-se que devido à instalação de muitas casas de embalagens (packing-houses) e aumento da exportação do limão tahiti para o Mercado Europeu, muitos empregos diretos e indiretos tem sido oferecidos, na ordem de 100 mil.

TABELA 1. Produção brasileira de laranja em 2002

Região
fisiográfica

Área
colhida

(ha)

Quantidade
produzida
(ton)

Rendimento
médio
(ton/ha)

Participação
na produção
(%)

Norte

17.983

247.276

13,75

1,33

Nordeste

110.874

1.690.459

15,25

9,12

Sudeste

640.488

15.591.270

24,34

84,14

Sul

51.794

861.809

16,64

4,65

Centro-Oeste

7.707

139.811

18,14

0,75

 

 

 

 

 

Brasil

828.846

18.530.625

22,36

100,00

Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2002.

 

TABELA 2.  Produção brasileira de laranja em 2002

Estados

Área
(ha)

Produção
(ton)

Rendimento
(ton/ha)

São Paulo

586.837

14.759.067

25,15

Bahia

50.731

923.056

18,20

Minas Gerais

43.592

698.181

16,02

Sergipe

50.422

685.326

13,59

Paraná

15.592

393.668

25,25

Rio Grande do Sul

26.960

346.042

12,84

Pará

12.788

210.636

16,47

Santa Catarina

9.242

122.099

13,21

Goiás

6.056

115.813

19,12

Rio de Janeiro

7.307

106.748

14,61

Alagoas

3.940

35.583

9,03

Espírito Santo

2.752

27.274

9,91

Amazonas

2.783

15.095

5,42

Ceará

1.563

15.073

9,64

Distrito Federal

481

11.247

23,38

Maranhão

1.416

8.392

5,93

Amapá

785

8.070

10,28

Piauí

689

7.148

10,37

Mato Grosso do Sul

520

6.714

12,91

Paraíba

751

6.164

8,21

Mato Grosso

650

6.037

9,29

Pernambuco

1.015

5.638

5,55

Acre

560

4.879

8,71

Rondônia

569

4.362

7,67

Rio Grande do Norte

347

4.079

11,76

Roraima

295

2.202

7,46

Tocantins

203

2.032

10,01

Brasil

828.846

18.530.625

22,36

Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2002.

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