Embrapa Mandioca e Fruticultura
Sistema de Produção, 16
ISSN 1678-8796 Versão eletrônica
Dez/2003

Sistema de Produção de Citros para o Nordeste

Claudio Luiz Leone Azevêdo

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Expediente

Pragas

Pragas dos citros

A inspeção periódica do pomar é de fundamental importância, pois permite detectar a presença das pragas e o seu grau de infestação. A decisão de aplicar ou não o inseticida deve ser tomada após a inspeção e a avaliação da presença dos insetos pragas e dos inimigos naturais. Para efeito didático, classificamos as pragas em dois grupos; pragas primárias e secundárias.

Pragas Primárias 

São aquelas que ocorrem todos os anos, em altas populações, provocando danos econômicos e por isso requer medidas de controle. O ácaro da ferrugem, a orthezia a larva minadora (em viveiro ou pomar novo), a cochonilha escama farinha e broca do tronco, são consideradas pragas primárias.

Ácaro da ferrugem / Plyllocoptruta oleivora
Ortézia dos citros / Orthezia praelonga
Minador das folhas dos citros – MFC / Phyllocnistis citrela
Broca da laranjeira / Cratossomus flavofasciatus

 

Pragas Secundárias

Moscas-das-frutas
Ácaro da leprose dos citros / Brevipalpus phoenicis
Cochonilha escama farinha / Unaspis citri e Pinnaspis aspiditrae
Mosca Branca / Aleurothrixus floccosus
Pulgão Preto / Toxoptera citricidus
Cochonilha verde / Coccus viridis
Cochonilha cabeça-de-prego / Crysomphalus ficus
Cigarrinhas de xilema associadas à CVC - Clorose Variegada dos Citros

 

Ácaro da ferrugem / Plyllocoptruta oleivora

O maior prejuízo é causado no fruto pela redução do peso e comprometimento da aparência externa, reduzindo assim o seu valor comercial, principalmente no mercado "in natura". Antes de decidir pelo controle químico, é necessário avaliar, quinzenalmente, a população da praga no período de outubro a dezembro. Para cada talhão de 2.000 plantas, escolhem-se ao acaso 20 plantas, amostrando-se, com auxílio de uma lupa (10x), 3 frutos por planta, anotando-se o número de ácaros encontrado por fruto em uma única visada (1 cm2). Quando a infestação média alcançar 30 ácaros por cm2 de fruto, deve ser iniciado o controle químico. Alguns produtos indicados: abamectin, dicofol, quinomethionate, enxofre, a mitraz. Recomenda-se a alternância dos produtos em uma mesma safra. Adotando-se a amostragem, é possível obter "frutos limpos" com uma a duas pulverizações por safra.

A flutuação populacional e o método de amostragem desta praga são amplamente conhecidos. As aplicações de acaricida serão efetuadas em função do nível de controle identificado por amostragem. A amostragem desse ácaro deverá ser efetuada intensivamente no período de setembro a dezembro.

Método de amostragem: Com uma lupa de 10 aumentos e 1 cm2 de base, o inspetor dará somente uma visada escolhendo a região do fruto ainda verde entre a parte exposta ao sol e a região sombreada pela planta (parte interna). Visar 1 fruto por quadrante da planta. Em pomares sem frutos observar 4 folhas semi-maduras na sua parte superior. No fruto ou na folha o inspetor anotará na ficha a quantidade de ácaro encontrada. Havendo diferentes estágios de frutos assinalar nas observações o de mais freqüência (azeitona, bola de pingue-pongue, ou bola de bilhar). Para o caso específico desta praga adaptar amostragem de 1% de plantas monitoradas.

Nível de Ação: Quando for encontrado 30% dos frutos com 5 ou mais ácaros por centímetro quadrado, ou quando 10% dos frutos estiverem com 20 ou mais ácaros, sugere-se pulverizar.

Inimigos naturais - dentre as espécies de ácaros benéficos o Iphiseiodes zuluagai é o mais importante no controle biológico do ácaro da ferrugem. Dentre os fungos benéficos, o Hirsutella thompsonii é o mais eficiente no controle biológico natural. A manutenção da vegetação nas entrelinhas e o uso de leguminosas favorece a atuação dos inimigos naturais das pragas.

Ortézia dos citros / Orthezia praelonga

Dentre as cochonilhas que atacam as plantas cítricas, a ortezia é a que causa os maiores prejuízos. O inseto suga a seiva da planta, injeta toxinas e provoca o aparecimento da fumagina (fuligem que recobre folhas, frutos e ramos). Como uma praga de alto risco, é recomendada a sua erradicação por meio de podas de limpeza dos focos iniciais e o uso de inseticidas sistêmicos nas áreas foco daqueles pomares onde a infestação é localizada. Em pomares com infestação generalizada serão utilizados fungos entomopatogênicos associados, quando necessário, a óleo emulsionável. Essas pulverizações serão concentradas nos meses de junho a setembro, época de alta umidade relativa, fator que proporciona maior grau de epizootia dos fungos sobre a praga. Esta tática permitirá manter a população da praga em baixos níveis populacionais evitando a sua explosão nos meses quentes do ano.

A ortézia ataca em focos ou reboleiras. É grande o número de plantas ornamentais e cultivadas que servem de hospedeiros da praga, inclusive as ervas daninhas presentes no pomar cítrico. A disseminação da praga no pomar se dá principalmente durante a colheita (caixaria, e outros equipamentos)

Apesar de ser encontrada praticamente em todos os meses do ano, é no período mais seco (outubro a fevereiro) que ocorre as maiores infestações da praga. Por se tratar de uma praga de difícil controle e de custo elevado, é necessário fazer inspeção periódica (mensalmente). Uma vez localizado o foco de ataque, as plantas infestadas devem ser marcadas visando o controle químico antes haja a disseminação dentro do pomar.

Método de amostragem: observar sintomas nas folhas e frutos. No caso da planta vistoriada apresentar sintomas, anotar (zero para ausência ou 1 para presença). O pragueiro deve marcar a planta com uma fita e ir até o início da rua em que se encontra esta planta e marcar também a primeira planta, para facilitar a sua localização e controle em reboleira, o mais breve possível.. Durante a visita o pragueiro deve monitorar plantas com folhas pretas, mesmo não sendo uma planta escolhida para a amostragem. Encontrando, deve-se proceder da mesma maneira da planta vistoriada: marcar a planta e a primeira planta da linha onde ela está, para facilitar a sua localização e controle em reboleira.

Nível de ação: O controle deve ser em foco inicial abrangendo toda a reboleira, exigindo reaplicações para atingir as ninfas eclodidas do ovissaco após a pulverização inicial.

Preparando para o controle químico - As plantas marcadas devem receber o seguinte tratamento:

a) - efetuar a capina em torno das mesmas, retirando todo o mato capinado;

b) - fazer a poda dos ramos mais infestados e dos ramos secos e queimá-los ou enterrá-los;

c) - efetuar o controle químico em pulverização ou com inseticida sistêmico granulado no solo;

d) - fazer adubação (orgânica e mineral) visando fortalecer a planta.

e) - repetir a operação dois meses após, se necessário.

Controle químico -Por se tratar de um inseto sugador de seiva, deve ser dado preferência aos inseticidas sistêmicos. Alguns produtos como dimethoato (75 a 125 ml / 100 l d’ água); acefato (120 a 150 g / 100 l d’ água) ; aldicarb (40 a 80 g / planta), são indicados.

Controle biológico No período mais úmido (maio a agosto) insetos e fungos benéficos reduzem significativamente a população da ortezia. Dentre os insetos destacam-se os coccinelídeos (joaninhas). O fungo Cladosporium sp., em associação com os inseticidas triflumuron, methamidophos e diflubenzuron na concentração de 300 mil esporos controla eficientemente a praga. Dentre os coccinelídeos (joaninhas) nativos destacam-se a Pentilia egena, Zagreus bimaculosus, Hyperaspis silvestrii e Diomus sp. O caracol rajado (Oxystila pulchella) efetua controle significativo da ortézia.

Minador das folhas dos citros – MFC / Phyllocnistis citrela

O MFC causa os maiores prejuízos em viveiros e em pomares novos devido ao ataque às folhas novas e brotações. As folhas fortemente atacadas secam, tornando-se inativas em sua função fotossintética, resultando em redução na produção de frutos, e interferindo no crescimento normal da planta cítrica.

Método de amostragem: examinar os sintomas da larva, estagio I e II em folhas novas de 4 ramos brotados, em cada planta. Encontrando a primeira larva, anota-se 1 no quadrado e interrompe-se a observação. Não encontrando coloca-se 0 (Zero).Nos locais enrolados (dobrinhas) na borda da lâmina foliar, observar a presença de pupas da Vespinha Ageniaspis. A sua presença, indica controle biológico. Nas observações anotar o número de pupas encontradas.

Nível de ação: . Como sugestão, pulverizar replantas e pomar em formação quando 10% ou mais ramos infectados e 40% ou mais ramos infectados para pomar em produção.

Controle químico - Quando se trata de viveiro ou pomar recém-instalado, o controle químico é indispensável; as pulverizações devem se efetuadas a intervalos de oito a 10 dias. Os produtos de maior eficiência são: lufenoron (match), abamectin (vertimec) e imidacloprid (confidor ou winner). Em pomares adultos, o controle químico do MFC é desaconselhável e de um modo geral desnecessário, face a eficiência relativamente alta dos inimigos naturais.

Controle biológico - A espécie Ageniaspis citricola é a que apresenta maior eficiência e pode ser criada para liberação em campo, alcançando um controle que varia de 60 a 80%. Esta espécie está sendo criada e liberada em pomares do Estado da Bahia como forte alternativa dentro da Produção Integrada de Citros - PIC.

Broca da laranjeira / Cratossomus flavofasciatus

O besouro, de coloração preta com listas amarelo-claro, deposita (fêmea) os ovos no interior do tronco e ramos, onde a larva provoca o dano. A dinâmica populacional dessa praga está bem estudada: a população de adultos (besouro) ocorre sempre no período de julho a novembro enquanto que as larvas se desenvolvem entre fevereiro e junho. Estas são 100 % controladas com pasta de fosfeto de alumínio ou meios físicos. Os besouros são fortemente atraídos pela planta armadilha "maria preta", Cordia verbenaceae.

Método de amostragem: quando da amostragem das demais pragas, verificar a presença ou ausência de serragem próximo ao tronco e na projeção do ramo. Proceder uma inspeção nas demais plantas vizinhas. O pragueiro deve marcar a planta com uma fita e ir até o início da rua em que se encontra esta planta e marcar também a primeira planta, para facilitar a sua localização e controle, o mais breve possível.

Nível de ação: Anotar a porcentagem de plantas inspecionadas com a presença da praga. O controle deve ser em foco inicial abrangendo toda a reboleira, exigindo reaplicações.

Controle químico da larva - localiza-se, na planta, o orifício de onde a serragem está sendo expelida e faz-se a opção por um dos seguintes métodos:

a) com o auxílio de um arame, atinge-se a larva no interior da galeria;

b) por meio de uma seringa, injeta-se querosene ou um inseticida fosforado no orifício, fechando-o em seguida com cera de abelha ou sabão em barra;

c) introduz-se no orifício 2 a 3 gramas de gastoxim pasta (sulfeto de alumínio). Este último é o mais seguro e eficiente - elimina 100% das larvas no interior da galeria e dá segurança ao operário.

Controle do adulto com uso de planta armadilha - no período de janeiro a junho, efetua-se a coleta manual do besouro (2 a 3 vezes por semana), sobre a planta armadilha "Maria Preta", Cordia curassavica. A "maria preta" deve ser plantada num espaçamento de 100 a 150m, de preferência no contorno do pomar e em local não sombreado. É importante que esta operação seja iniciada logo que apareçam os primeiros besouros nas plantas armadilhas, isto ocorre no mês de janeiro/fevereiro.

Pragas Secundárias

São aquelas que ocorrem em baixas populações, raramente causam danos econômicos e por isso raramente exigem medidas de controle. As moscas-das-frutas, mosca branca, Aleurothrixus floccosus; pulgão preto,Toxoptera citricidus cochonilhas verde Coccus viridis e cabeça de prego Chrysomphalus ficus; são classificadas como secundárias.

Moscas-das-frutas

As moscas-das-frutas têm nas frutas tropicais os seus hospedeiros preferenciais. Os citros são hospedeiros secundários dessas pragas. Como medida preventiva deve ser evitado o plantio de fruteiras tropicais como aceroleira, goiabeira, pitangueira, caramboleira, mangueira e outras próximo ao pomar de citros.

Embora seja uma praga secundária para a citricultura, em determinadas circunstâncias pode causar dano de expressão econômica.. A estratégia a ser adotada é evitar a proliferação da praga nos pomares com o manejo da colheita e coleta de frutos caidos, monitoramento com armadilhas e evitar o plantio de hospedeiros preferenciais na vizinhança dos pomares. O uso do controle biológico com parasitóides nativos e o exótico Diachasmimorpha longicaudata será estimulado A preservação, aumento e liberação massal de inimigos naturais deverá ser uma prática usual como estratégia de manejo.

Em caso de amostragem monitorada anotar a quantidade de mosca por armadilha. Iniciar a aplicação quando a densidade da praga em armadilha com atrativo alimentar, for superior ou igual a 1 adulto/semana. A amostragem monitorada só é necessária em caso de alta incidência em anos anteriores ou em propriedades que tenham plantios de hospedeiras mais preferidas pela mosca (goiaba, acerola, carambola, manga entre outras).

Nível de ação: Iniciar o controle quando 10% das plantas estiverem com frutos danificados. Como sugestão o controle deve ser feito em benzedura com isca tóxica.

Para todas as pragas as pulverizações recomendadas devem ser feitas sempre próximas das datas das inspeções que exigiram nível de ação. Recomenda-se até 3 dias.

Aplicação da isca tóxica - A aspersão é feita com uma brocha de parede, pulverizador costal com bico de leque (para herbicida) ou pulverizador tratorizado adaptado de forma que sejam aplicados cerca de 100 a 200 ml da calda de 1m2 da copa das árvores em ruas alternadas. O tratamento deve ter início antes da maturação dos frutos, e de acordo com o índice MAD. Inseticidas recomendados para a confecção da isca: malathion (150 a 200 ml / 100 l d’água) ou trichorfon (150 a 200 ml /100 l d’água) mais o atrativo (melaço de cana a 7 % ou hidrolizado de proteína a 5 %.

Controle biológico – O controle biológico das moscas-das-frutas pode ser efetuado em escala comercial mediante a criação massal e liberação de parasitóides (vespinhas que parasitam a larva da praga no interior do fruto. A tecnologia está disponível no Brasil, entretanto, esse processo depende da instalação de um complexo industrial, denominado de biofábrica. O projeto para instalação desta biofábrica encontra-se em tramitação no Ministério da Agricultura e Pecuária.

Considerações importantes - Considerando que as frutas tropicais como goiaba, manga, pitanga, cajá, acerola e carambola são hospedeiros preferidos pelas moscas-das-frutas, sempre que elas estiverem próximas da área de exploração comercial de citros ou outras frutíferas, não deixar que aquelas frutas apodreçam sob a copa das árvores. Os frutos caídos devem ser recolhidos e enterrados. Esta medida contribuirá para a redução do ataque da mosca no pomar de citros.

Ácaro da leprose dos citros / Brevipalpus phoenicis

Este ácaro, agente causador da leprose, ataca folhas, ramos e frutos, provocando lesões extensas e profundas nesses órgãos da planta. Nos frutos, as manchas são depressivas, concêntricas e de coloração marrom, prejudicando a aparência externa, que reduz drasticamente o seu valor comercial, além de afetar a produtividade da planta. Nas regiões Norte e Nordeste do Brasil a leprose está pouco disseminada justificando assim o controle eficiente dos focos da doença.

Método de amostragem: com uma lupa de 10 aumentos e base de 1 cm2, avaliar 2 frutos (maduros, internos) A inspeção ocorre em todo o fruto com várias visadas, em procura do ácaro. Encontrando o primeiro ácaro, interrompe-se a observação e anota-se 1 no quadrinho da ficha. Não encontrando ácaro, põe 0 (Zero) no quadrinho correspondente. Na ausência do fruto ideal, pode-se visar frutos verdes e internos. Na ausência total de frutos, coleta-se um ramo interno para procurar o ácaro em toda a sua extensão e anota-se 1 ao encontrar o primeiro ácaro, procedendo-se como na análise do fruto. Durante as visadas para busca do ácaro da leprose, procurar também os ácaros predadores. Encontrados anotar presença e ausência, por planta no verso da ficha específica de monitoramento.

Nível de ação: como sugestão deve-se iniciar a pulverização quando 10% dos frutos ou dos ramos estiverem com pelo menos um ácaro (quando houver sintomas) e 15% quando não houver sintomas, somente nas propriedades com histórico da presença da doença em anos anteriores.

Controle - nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, o controle preventivo deve merecer prioridade, ou seja, evitar a introdução de mudas e/ou borbulhas provenientes de locais onde a doença é endêmica. Identificando-se a presença de focos iniciais da doença, deve ser efetuado a sua erradicação visando impedir a sua disseminação. Utilizar os produtos recomendados para o ácaro da ferrugem.

Cochonilha escama farinha / Unaspis citri e Pinnaspis aspiditrae

Importância econômica e controle - as duas espécies de cochonilhas causam danos mais elevados em pomares novos; de até dois a três anos de idade. Os maiores danos são provocados pela U. citri., facilmente identificada no tranco e ramos por se tornarem esbranquiçados. O controle deve ser feito marcando as plantas infestadas e pulverizando tronco e ramos com óleo mineral em mistura com um inseticida (Triona + Methidation) ou outro fosforado.

Método de amostragem: Observar sintomas nos tronco e ramos secundários. No caso da planta vistoriada apresentar sintomas, anotar (zero para ausência ou 1 para presença). O pragueiro deve marcar a planta com uma fita e ir até o início da rua em que se encontra esta planta e marcar também a primeira planta, para facilitar a sua localização e controle em reboleira, o mais breve possível.

Nível de ação: O controle em reboleira de focos iniciais é o efetivo, exigindo reaplicação somente quando aparecer pequenas cochonilhas (filhotes). Sabe-se que são filhotes, passando o dedo nas cochonilhas que mancham o dedo com um líquido amarelado, demonstrando estarem vivas.

Mosca Branca / Aleurothrixus floccosus

Encontra-se na face inferior das folhas em forma de flocos semelhante a algodão; raramente a sua população alcança níveis que justifique uma intervenção de controle químico, exceto quando ocorre desequilíbrio no pomar pelo uso de fungicidas à base de cobre.

Controle biológico natural - as ninfas de A. floccosus são fortemente atacadas nos meses úmidos do ano, pelo fungo Aschersonia sp., de coloração avermelhada . As larva do bicho lixeiro, Chrisopa sp. efetuam um significativo controle da mosca branca.

Controle químico - raramente este inseto alcança populações que justifique o controle químico, o qual pode ser feito com um inseticida fosforado associado a óleo mineral.

Pulgão Preto / Toxoptera citricidus

Inseto pequeno (cerca de 2 mm de comprimento) de cor castanho escuro, lustroso tendendo ao preto. os maiores danos são provocados em plantas jovens, atacando os brotos terminais, folhas em desenvolvimento e os botões florais. Nas brotações novas o inseto pode ocorrer em grandes colônias. ocasionando o encarquilhamento das folhas, como também o aparecimento da "fumagina".

Controle biológico - os predadores mais freqüentes são as joaninhas que no seu estágio larval e adulto se alimentam dos pulgões: Hipodamia convergens, Cicloneda sanguinea, Eriopos connexa, e larvas de moscas da família Sirphidae. Dentre os parasitóides as vespas Aphidius sp .são muito freqüentes. Os pulgões parasitados por estas vespas são facilmente reconhecidos pelo aspecto arredondado do seu corpo.

Controle químico O controle químico só deve ser usado em casos extremos, quando o ataque é intenso e generalizado, e quando o número de inimigos naturais é reduzido. A pulverização deve ser efetuada quando os adultos estão presentes nas brotação. Utilizar os mesmos inseticidas recomendados para cochonilhas e minador das folhas.

Cochonilha verde / Coccus viridis

É uma cochonilha desprovida de carapaça, de formato oval e de consistência mole. Mede cerca de 5mm de comprimento e é de coloração verde clara. Atacam ramos e a face inferior das folhas ao longo da sua nervura principal.

Controle químico – o controle deve ser feito com pulverização com um inseticida fosforado associado a óleo mineral. Considerando que a infestação desta cochonilha não ocorre de forma generalizada no pomar, recomenda-se, na medida do possível, identificar as áreas foco, para onde deve ser dirigida as pulverizações.

Cochonilha cabeça-de-prego / Crysomphalus ficus

Esta cochonilha é mais freqüente em plantas jovens e desnutridas danificando ramos novos e frutos. Altas infestações são comuns em pomares mal manejados e com uso intenso de defensivos. Utilizar o mesmo tratamento recomendado para a escama farinha.

Cigarrinhas de xilema associadas à CVC - Clorose Variegada dos Citros

A CVC é causada pela Xylella fastidiosa, uma bactéria que coloniza o xilema de plantas e depende de insetos vetores (cigarrinhas) para sua disseminação natural. Até 1987 as cigarrinhas praticamente não representavam danos aos pomares cítricos. Com o surgimento da CVC e sua ocorrência de forma endêmica, esses insetos sugadores de seiva passaram a ter maior importância em razão da transmissibilidade da doença conhecida como CVC ou amarelinho. Na região Nordeste (litoral norte da Bahia e Sul de Sergipe) a doença está se disseminado rapidamente. As medidas de controle consistem principalmente no uso de mudas certificadas.

Método de amostragem: Na mesma operação de inspeção da larva minadora, em ponteiros novos, efetua-se a observação da presença de cigarrinhas. Ao rodear a planta, o inspetor deve observar os ponteiros novos e quantificar 1 para presença e 0 (zero) para ausência. Para a avaliação com armadilhas amarelas, anotar a quantidade total de cigarrinhas encontradas por armadilha. Em caso de amostragem monitorada, utilizar três a quatro armadilhas ( cartão amarelo medindo 12 X 7 cm) por hectare, espalhadas pelo talhão, dispostas na face Norte da planta a 1,5 metros da sua altura. Anotar semanalmente o número de cigarrinhas encontradas nas armadilhas.

Nível de ação: deve-se pulverizar quando 10% das plantas estiverem com a presença de uma única cigarrinha, em replantas e pomares em formação.

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