Embrapa Mandioca e Fruticultura
Sistemas de Produção, 2
ISSN 1678-8796 Versão eletrônica
Jan/2003
Cultivo da Mandioca para o Estado do Amapá
Pedro Luiz Pires de Mattos
Valéria Saldanha Bezerra

Início

Importância econômica
Clima
Solos
Adubação
Cultivares
Mudas e sementes
Plantio
Irrigação
Tratos culturais
Plantas daninhas
Doenças
Pragas
Uso de agrotóxicos
Colheita e pós-colheita
Mercado e comercialização
Coeficientes técnicos
Referências bibliográficas
Glossário


Expediente

Solos

Na escolha da área para o plantio de mandioca deverão ser consideradas as condições de clima e solo favoráveis ao cultivo. O mandiocal deve ser instalado em áreas planas ou suavemente onduladas, com uma declividade máxima de 10%. Do ponto de vista do relevo, o Estado é dividido em duas grandes regiões: uma interna de relevo suavemente ondulado, com alturas médias de 100 a 200 m, mas que podem atingir extremos de 500 m, constituídas por rochas cristalinas metamórficas e cobertas por floresta densa; e outra região costeira, ao leste, e até o rio Amazonas, ao sul.

Como o principal produto da mandioca são as raízes, ela necessita de solos profundos e friáveis (soltos), sendo ideais os solos arenosos ou de textura média, por possibilitarem um fácil crescimento das raízes, pela boa drenagem e pela facilidade de colheita. Os solos do Amapá em sua maioria enquadram-se nesta categoria, prestando-se, portanto ao cultivo, restringindo-se uma pequena parcela de solos indesejáveis por serem mais compactos que os de textura média, dificultando o crescimento das raízes e apresentam um maior risco de encharcamento, provocando o apodrecimento das raízes, além de que nestes solos verifica-se uma maior dificuldade na colheita, principalmente se ela coincide com a época seca. Os terrenos de baixada, com topografia plana e sujeitos a encharcamentos periódicos, são também inadequados para o cultivo da mandioca, por provocarem um pequeno desenvolvimento das plantas e o apodrecimento das raízes. É importante observar o solo em profundidade, pois a presença de uma camada argilosa ou compactada imediatamente abaixo da camada arável pode limitar bastante o crescimento das raízes, além de prejudicar a drenagem e a aeração do solo.

A faixa favorável de pH é de 5,5 a 7, sendo 6,5 o ideal, embora a mandioca seja menos afetada pela acidez do solo do que outras culturas. A mandioca produz satisfatoriamente bem nos solos alterados e com baixo teor de nutrientes do Amapá, onde a maioria dos cultivos tropicais não produziria satisfatoriamente. Aumentos consideráveis de produção nestas condições estão sendo conseguidos por meio da calagem e adubação.

Preparo do solo

O corte e queima da biomassa vegetal visa melhorar a fertilidade natural do solo pela incorporação de nutrientes contidos nas cinzas, além do controle do mato e pragas que comprometeriam a produção. O preparo do solo mecanizado visa a incorporação da vegetação herbácea e permitir o uso mais eficiente da calagem, adubação e de outras práticas agronômicas.

7Na mecanização o preparo do solo deve ser o mínimo possível, apenas o suficiente para a instalação da cultura e para o bom desenvolvimento do sistema radicular, seguindo as curvas de nível do terreno. A operação consiste de duas passagens da grade aradora a uma profundidade de 15 a 20 cm, no sentido cruzado, deixando-se o solo bem destorroado para ser plantado.

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Conservação do solo

Dois aspectos devem ser considerados na conservação do solo em mandioca: 1) ela protege pouco o solo contra a erosão, principalmente no início do ciclo, pois o crescimento inicial é lento e o espaçamento é amplo, dificultando a cobertura do solo e 2) ela é esgotante do solo, pois exporta quase tudo que produz (raízes, folhas e manivas) para produção de farinhas, e como sementes para novos plantios.

A análise do solo deve ser feita para orientar a correção da acidez e a adubação de acordo com as recomendações para a cultura, o que permitirá o melhor e mais rápido desenvolvimento das plantas, cobrindo mais rapidamente o solo. O preparo do solo e o plantio devem ser feitos em nível ("cortando" as águas). Se o solo necessitar ficar algum tempo sem cultura nenhuma, deve-se semear nesse período uma leguminosa para proteger, incorporar matéria orgânica e nutrientes e melhorar a estrutura do solo. Como meio de evitar o esgotamento dos nutrientes do solo, deve-se proceder a rotação da mandioca com outras culturas, principalmente com leguminosas, como também, quando a mandioca for plantada no sistema de fileiras duplas, utilizar a prática de consórcio, sempre que possível, com culturas adequadamente escolhidas (feijão caupi, milho, etc.), pois dessa forma ocorrerá uma melhor cobertura do solo.

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