A
época de plantio adequada é importante para a produção da mandioca,
principalmente pela relação com a presença de umidade no solo, necessária
para brotação das manivas e enraizamento. A falta de umidade durante os
primeiros meses após o plantio causa perdas na brotação e na produção,
enquanto que o excesso, em solos mal drenados, prejudica a brotação e
favorece a podridão de raízes. A escolha da época de plantio adequada
ainda pode reduzir o ataque de pragas e doenças e a competição das
ervas daninhas.
Nos
cultivos industriais de mandioca é necessário combinar as épocas de
plantio com os ciclos das cultivares e com as épocas de colheita, visando
garantir um fornecimento contínuo de matéria-prima para o processamento
industrial.
Devido
à extensão do Brasil, as condições ideais para o plantio de mandioca
não coincidem nos mesmos meses em todas as regiões. Nas condições
dos Cerrados, a época ideal de plantio de mandioca é nos primeiros
meses do período chuvoso, ou seja, de outubro a janeiro. Quanto mais
cedo o plantio, melhor a reação da cultura quanto à ocorrência de
pragas como a mosca do broto, ácaros e percevejo-de-renda, além de
melhores condições para o controle de ervas daninhas.
O
espaçamento no cultivo da mandioca depende da fertilidade do solo, do
porte da variedade, do objetivo da produção (raízes ou ramas), dos
tratos culturais e do tipo de colheita (manual ou mecanizada).
De
maneira geral, recomenda-se os espaçamentos de 1,00 x 0,50 m e 1,00 x
0,60 m, em fileiras simples, e 2,00 x 0,60 x 0,60 m, em fileiras duplas.
Em solos mais férteis deve-se aumentar a distância entre fileiras
simples para 1,20 m.
Em
plantios destinados para a produção de ramas para ração animal
recomenda-se um espaçamento mais estreito, com 0,80 m entre linhas e 0,50
m entre plantas.
Quando
a colheita for mecanizada, a distância entre as linhas deve ser de 1,20
m, para facilitar o movimento da máquina colhedeira.
Se
o mandiocal for capinado com equipamento mecanizado, deve-se adotar espaçamento
mais largo entre as linhas, para facilitar a circulação das máquinas;
nesse caso, a distância entre fileiras duplas deve ser de 2,00 m, no caso
do uso de tratores pequenos, ou de 3,00 m, para uso de tratores
maiores.
O
espaçamento em fileiras duplas oferece as seguintes vantagens: a) aumenta
a produtividade; b) facilita a mecanização; c) facilita a consorciação;
d) reduz o consumo de manivas e de adubos; e) permite a rotação de
culturas na mesma área, pela alternância das fileiras; f) reduz a pressão
de cultivo sobre o solo; e g) facilita a inspeção fitossanitária e a
aplicação de defensivos.
Quanto
ao plantio da mandioca, geralmente, é uma operação manual, podendo ser
feito em covas preparadas com enxada ou em sulcos construídos com enxada,
sulcador a tração animal ou motomecanizados. Tanto as covas como os
sulcos devem ter aproximadamente 10 cm de profundidade. Quando em grande
áreas, para fins industriais, utilizam-se plantadeiras mecanizadas disponíveis
no mercado, que fazem de uma só vez as operações de sulcamento, adubação,
corte das manivas, plantio e cobertura das manivas.
Em
solos muito argilosos ou com problemas de drenagem, recomenda-se plantar
em cova alta ou matumbo, que são pequenas elevações de terra, de forma
cônica, construídas com enxada, ou em leirões ou camalhões, que são
elevações contínuas de terra, que podem ser construídos com enxada ou
arados ou taipadeiras.
Quanto à posição de
colocação das manivas-semente, estacas ou rebolos no plantio, a mais
indicada é a horizontal, no fundo das covas ou dos sulcos, porque
facilita a colheita das raízes. Quando se usa a plantadeira mecanizada,
as manivas também são colocadas na posição horizontal. As posições
inclinada e vertical são menos utilizadas porque as raízes aprofundam
mais, dificultando a colheita, sendo, assim, utilizadas apenas para
plantios em matumbos ou camalhões.