Embrapa Mandioca e Fruticultura
Sistemas de Produção, 13
ISSN 1678-8796 Versão eletrônica
Jan/2003
Cultivo da Mandioca para o Estado do Pará
Pedro Luiz Pires de Mattos
Eloisa Maria Ramos Cardoso

Início

Importância econômica
Clima
Solos
Adubação
Cultivares
Mudas e sementes
Plantio
Irrigação
Tratos culturais
Plantas daninhas
Doenças
Pragas
Uso de agrotóxicos
Colheita e pós-colheita
Mercado e comercialização
Coeficientes técnicos
Referências bibliográficas
Glossário


Expediente

Colheita e Pós-colheita

 
Colheita 


O início da colheita da mandioca depende de fatores como:

1) técnicos

  • ciclo das cultivares (precoces - 10-12 meses; semi-precoces – 14-16 meses; e tardias-18-20 meses);

  • ocorrências observadas ao longo do ciclo de cada cultivar ou de cada gleba, como é o caso do ataque de pragas ou doenças que podem antecipar ou retardar a colheita;

  • condições em que se encontram as diferentes áreas de mandioca na ocasião da colheita, como o grau de infestação de plantas daninhas e a recuperação das plantas, por exemplo, do ataque de mandarovás e/ou de ácaros, já tendo ocorrido a reposição do amido consumido na reconstituição da parte aérea danificada;

  • sistema de plantio em relação às condições de umidade do solo, desde quando nas culturas instaladas em covas ou camalhões, as raízes de reserva se desenvolvem mais superficialmente em relação ao nível do solo, o que não acontece quando o plantio em sulcos;

2) ambientais

  • condições de solo e clima, que determinam as facilidades e dificuldades ao arranquio das plantas. Nas regiões em que se destacam indústrias de produtos de mandioca, os agricultores definiram os períodos secos e quentes ou secos e frios, entre as estações chuvosas, para a realização da colheita das raízes, uma vez que elas apresentam suas qualidades desejáveis em seu mais alto grau. Esta condição não é respeitada nas Regiões Norte e Nordeste do Brasil, desde quando a mandioca, como produto de subsistência, é colhida o ano inteiro, para atender ao consumo e à comercialização nas feiras livres;

  • estado das estradas e dos caminhos de acesso ao mandiocal;

3) econômicos

  • situação do mercado e dos preços dos produtos;

  • disponibilidade de mão-de-obra e de recursos de apoio, pois a colheita da mandioca é a operação do sistema de produção que requer maior emprego do elemento humano, sendo mais dificultada em solo endurecido, com cultivar ramificada e com maior infestação de ervas daninhas. Estima-se que um homem colhe 600 a 800 kg de raízes de mandioca numa jornada de trabalho de oito horas, podendo alcançar até 1000 kg se o mandiocal estiver em um solo mais arenoso, limpo e com boa produção por planta;

  • premência de tempo, em casos como, por exemplo, compromissos financeiros ou de âmbito contratual devem ser satisfeitos dentro de época preestabelecida, apesar de não combinarem com a época da colheita da mandioca.

  • As épocas mais indicadas para colher a mandioca são aquelas em que as plantas se encontram em período de repouso, ou seja, quando, pelas condições de clima (temperaturas mais baixas e pouca chuva), elas já diminuíram o número e o tamanho das folhas e dos lobos foliares, condição em que atinge o máximo de produção de raízes com elevado teor de amido. Embora já existam implementos motomecanizados de fabricação nacional, a colheita da mandioca é primordialmente manual e/ou com auxílio de implementos, tendo duas etapas: a) poda das ramas, efetuada a uma altura de 20 a 30 cm acima do nível do solo; e 2) arranquio das raízes, com a ajuda de ferramentas, a depender das condições de umidade e/ou características do solo. Após o arranquio ou colheita das raízes, estas devem ser amontoadas em pontos na área a fim de facilitar o recolhimento pelo veículo transportador, devendo-se evitar que permaneçam no campo por mais de 24 horas, para que não ocorra a deterioração fisiológica e/ou bacteriológica. O carregamento das raízes no campo é feito em cestos, caixas, sacos, grades de madeira e transportado para o local de beneficiamento por meio de , animais, carroças e caminhões.

Pós-colheita

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As raízes da mandioca são uma ótima fonte energética, onde estão também presentes compostos cianogênicos potenciais, que oferecem riscos à saúde em caso de processamento inadequado. As raízes de mandioca podem ser usadas para consumo de mesa (“aipim” ou “mandioca mansa”, com baixo teor de compostos cianogênicos potenciais – concentração menor que 50 ppm) ou de forma industrial (“mandioca” ou “mandioca brava”, com alto teor de compostos cianogênicos potenciais – concentração maior que 50ppm).

Em termos tecnológicos, o escurecimento enzimático é um fator importante a ser considerado no processamento. Após a colheita e após o descascamento, de forma mais intensa, inicia-se esse processo de deterioração, que pode ser evitado com a aplicação de tratamentos antioxidantes (por exemplo, por imersão em solução diluída de ácidos orgânicos) e/ou branqueamento (tratamento térmico brando).

Os principais produtos derivados do “aipim” ou “mandioca mansa” são o minimamente processado ou os processados como mandioca pré-cozida congelada ou frita, como os chips, por exemplo (Figura 5).

Os principais produtos derivados da "mandioca" ou "mandioca brava" são as farinhas seca, d’água e farinha mista ou do Pará, a fécula ou polvilho doce e polvilho azedo. Os fluxogramas dos principais produtos são apresentados nas figuras 6, 7 e 8.

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