Embrapa Mandioca e Fruticultura
Sistemas de Produção, 13
ISSN 1678-8796 Versão eletrônica
Jan/2003
Cultivo da Mandioca para o Estado do Pará
Pedro Luiz Pires de Mattos
Eloisa Maria Ramos Cardoso

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Plantas Daninhas

Manejo de plantas daninhas
Calibração de pulverizadores

Manejo de plantas daninhas

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Manejo de plantas daninhas

As plantas daninhas concorrem com a cultura da mandioca pelos fatores de produção, principalmente por água e nutrientes. Dentre os custos de produção, o mais elevado é o do controle de plantas daninhas, representando 30 a 45% do total. As perdas em produção causadas pelas plantas daninhas em mandioca podem chegar a 90%, dependendo do tempo de convivência e da densidade do mato.

Quanto ao período crítico, em condições normais de umidade e temperatura a mandioca é sensível à competição das plantas daninhas nos primeiros quatro a cinco meses do seu ciclo, exigindo nessa fase um período aproximado de 100 dias livre da interferência do mato, a partir de 20 a 30 dias após sua brotação, para se obter boa produção, dispensando daí em diante as limpas até à colheita.

Controle cultural

Consiste no uso de práticas culturais que aumentem o potencial competitivo  da mandioca criando condições para que ela se estabeleça o mais rápido possível,  criando condições para que a mandioca se estabeleça o mais rápido possível, com+. vantagem competitiva sobre as plantas daninhas na disputa pelos fatores de produção. Para que isso ocorra, dependerá principalmente de um bom preparo do solo, qualidade da maniva para o plantio, escolha da variedade adaptada ao ecossistema, época de plantio, densidade de plantio, rotação de culturas e o uso de coberturas verdes.

A rotação de culturas é um meio cultural que serve para evitar altas populações de certas espécies de plantas daninhas adaptáveis a determinada cultura. Quando são aplicadas as mesmas práticas culturais seguidamente no mesmo solo, a associação plantas daninhas-culturas tende a multiplicar-se rapidamente, aumentando sua interferência sobre a cultura. O uso de coberturas vegetais com poder inibitório sobre determinadas invasoras, a exemplo do feijão-de-porco (Canavalia ensiformis L.), é também importante na redução da população das plantas daninhas, além de melhorar as propriedades físicas e químicas do solo.

Controle mecânico

O controle mecânico é realizado por meio de práticas de eliminação do mato, como arranquio manual, capina manual, roçagem e cultivo mecanizado. O custo de duas limpas à enxada, para manter a cultura livre de competição por aproximadamente 100 dias (período crítico de interferência), está em torno de 19% do custo total de produção.

Controle químico

Consiste no uso de herbicidas, que são produtos químicos aplicados em pré e pós-emergência do mato para seu controle, substituindo o controle mecânico. A maioria dos herbicidas utilizados em mandioca são de pré-emergência total (antes da germinação do mato e da brotação da cultura) e aplicados logo após o plantio ou, no máximo, cinco dias depois. A escolha do herbicida é conseqüência direta das espécies de plantas daninhas presentes e do seu custo. Atualmente, uma aplicação da mistura de tanque do diuron + alachlor representa 8,5% do custo total de produção e substitui aproximadamente duas limpas à enxada. Essa mistura é de grande eficácia no controle de mono e dicotiledôneas em várias regiões do Brasil e de outros países.

No quadro 2 são apresentados os principais herbicidas pré e pós-emergentes recomendados para o controle de plantas daninhas na cultura da mandioca, no Brasil e outros países da América Latina, África etc. As doses mais elevadas são para solos com teor de matéria orgânica superior a 1,5 % e/ou  infestação muito alta do mato.

Controle integrado

Consiste na integração dos métodos químico, mecânico e cultural, com o objetivo de eliminar as deficiências de cada um deles e, assim, obter um resultado mais eficiente, redução dos custos e menor efeito sobre o meio ambiente. O uso de herbicidas nas linhas de plantio, combinado com o cultivador animal ou tratorizado nas entrelinhas da mandioca, tem proporcionado o mais baixo custo no controle de plantas daninhas, em comparação com outros métodos mecânicos de controle. Para os pequenos produtores, onde o uso de herbicidas ainda é uma tecnologia de difícil adoção a curto prazo, a substituição do controle à enxada nas entrelinhas da cultura pelo cultivador tração animal tem se mostrado como excelente alternativa, para redução dos custos das limpas e liberação de mão-de-obra familiar para outras atividades da propriedade. O uso de coberturas vegetais com poder inibitório sobre determinadas invasoras, a exemplo do feijão-de-porco (Canavalia ensiformis L.), tem se mostrado como boa opção no controle de plantas daninhas nas entrelinhas da mandioca plantada em fileiras duplas, pela sua efetividade no controle do mato e na melhoria da estrutura do solo, permitindo ao produtor efetuar a rotação da cultura na mesma área; deve-se tomar o cuidado de evitar as plantas de cobertura próximo às linhas de mandioca, deixando no mínimo um afastamento de 0,80 m, para evitar a competição com a mandioca.


Quadro2. Herbicidas registrados para uso na cultura da mandioca no Brasil.

Nome comum

Nome comercial

Dose

(L ou kg/ha do produto comercial ) (1)

Época de aplicação

Ametrina

Ametrex WG,

2,0 – 2,5

P

Herbipak WG

 

 

 

 

Clomazone

Gamit,

1,6 - 2,0

P

Clomazone 500

 

 

 

 

Clomazone

Gamit 360 CS

2,8 – 3,5

P

 

 

 

 

Metribuzin

Sencor 480

0,75 – 1,0

P

 

 

 

 

Isoxaflutol

Provence 750 WG

0,10 – 0,12

P

 

 

 

 

Cletodim

Lord,

0,35 - 0,45

Pós

Select 240 EC

 

 

 

 

Clomazone + Ametrina

Sinerge EC

4,0 - 5,0

P

 

 

 

 

Fluazifope-P-butílico

Fusilade 250 EW

0,5 – 0,7

Pós

(1)Líquido ou em pó.
Fonte: MAPA – Agrofit (2012).
 

Calibração de pulverizadores 

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Calibração de Pulverizadores Costais

  • Marcar 50 m na área onde será realizada a aplicação;

  • determinar a faixa de cobertura do bico ou bicos;

  • colocar uma quantidade conhecida de água no pulverizador;

  • bombear até obter uma pressão de trabalho desejada;

  • procurar manter a pressão e efetuar (realizar) a aplicação a um passo normal;

  • determinar por diferença a quantidade de água gasta;

  • repetir pelo menos três vezes o mesmo processo para obter uma média;

  • calcular a vazão por hectare pela fórmula:

Água gasta em litros X 10.000 m2

Vazão (litros por hectare) =   

-------------------------------------

Área aplicada m2

EXEMPLO DE CALIBRAÇÃO DE PULVERIZADOR COSTAL:

  • Distância percorrida:  50 m;

  • faixa de aplicação: 0,80 m;

  • gasto de água:  1,6 litros;

  • área aplicada:  50 m X 0,80 m = 40 m2.

Aplicando a fórmula:  Vazão = (1,6 X 10.000 m2 )/40 m² = 400 l/ha



Calibração de Pulverizadores Tratorizados

  • Encher o tanque do pulverizador ou colocar uma quantidade de água conhecida;

  • regular a pressão entre 1,4 e 2,8 kg/cm2;

  • marcar 50 m na área a ser aplicada;

  • determinar o tempo gasto pelo trator para percorrer os 50 m. Repetir pelo menos três vezes a operação;

  • fixar a altura da barra para se obter uma cobertura uniforme e determinar a faixa de aplicação da mesma;

  • com o trator parado e com a mesma rotação de trabalho, medir a descarga do maior número possível de bicos para se determinar a descarga (vazão) média de cada bico no mesmo tempo que o trator gastou para percorrer os 50 m;

  • multiplicar a descarga média por bico pelo número de bicos da barra para se determinar a vazão da barra;

  • calcular a vazão por hectare pela fórmula:

Descarga de barra em litros X 10.000 m2

Vazão (litros/hectare da solução) =

----------------------------------------

Área coberta pela barra em m2

em que a área coberta pela barra significa o produto da faixa de aplicação alcançada pela distância percorrida, que no caso foi 50 m. 

EXEMPLO:

  • Pressão:  2,8 kg/cm2;

  • tempo gasto para percorrer 50 m:  36 segundos;

  • descarga média por bico:  1,0 litro;

  • número de bicos:  20;

  • faixa de aplicação da barra:  10

  • descarga total da barra:  1,0 l X 20 = 20 litros;

  • área coberta pela barra:  500 m2.

  • Calcular a vazão aplicando a fórmula:  Vazão = (20 l X 10.000 m2 )/500 m² = 400 l/ha.

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