Embrapa Florestas
Sistemas de Produção, 6
ISSN 1678-8281 Versão Eletrônica
Out./2003
Cultivo da bracatinga

Paulo Ernani Ramalho Carvalho

Início

Apresentação
Taxonomia
Descrição da espécie
Biologia reprodutiva e fenologia
Ocorrência natural
Aspectos econômicos e ambientais
Aspectos ecológicos
Clima
Solos
Sementes
Produção de mudas
Características silviculturais
Melhoramento genético
Crescimento e produção
Principais pragas e doenças
Características da madeira
Produtos e utilizações
Espécies afins
Sistemas agroflorestais
Referências
Glossário

Expediente
Autores

Características silviculturais


A bracatinga é uma espécie essencialmente heliófila (Inoue & Galvão, 1986). Ela não é, generalizadamente, tolerante às geadas. Em bracatingais com menos de um ano, após geadas severas, constatam-se plantas totalmente ou parcialmente queimadas inclusive plantas não afetadas. No Sul do Brasil, plantios feitos por mudas após março são afetados por geadas precoces. Há também o fenômeno, "canela-de-geada", muito conhecido na cultura do café, que ocorre na base do caule, em terrenos de acúmulo de ar frio (Embrapa, 1988). Para evitar danos por geadas severas no primeiro ano, os plantios devem ser feitos na primavera.

Hábito

Reto e sem ramificação lateral em regeneração natural, e irregular, com ramificação pesada em regeneração artificial. Sob plantio denso, apresenta desrama natural. Contudo, em plantios, apresenta-se bifurcada e com ramificação lateral pesada.

Espaçamento

Recomenda-se espaçamento mínimo de 1m2 e máximo de 3 m2 por planta, para fins energéticos ou para revegetação. No estágio inicial, a bracatinga é mais sensível à competição com outras espécies invasoras, que a competição
intra-específica, mesmo acentuada. Por isso, desaconselha-se espaçamentos iniciais amplos como 3 m x 3 m.

Métodos de regeneração

A indução da germinação do banco de sementes pelo fogo, para implantar povoamentos de regeneração natural, adotada nos municípios próximos a Curitiba - PR, originou-se no início do século e ocupa, hoje, uma área estimada de 50.000 ha (Embrapa, 1988).

O cultivo agrícola associado é feito também na implantação por semeadura direta no campo, método muito usado. No primeiro ano da regeneração natural, é fundamental controlar plantas invasoras e diminuir a densidade de plantas de bracatinga. Tonon (1998), sugere deixar quatro mil plantas/ha como densidade inicial para novos povoamentos.

Há indícios de que a bracatinga responde favoravelmente ao preparo convencional do terreno, por aração e gradagem. Sem dúvidas, mudas podem ser plantadas, também, em terrenos não preparados, entre os resíduos queimados da vegetação anterior (Embrapa, 1988). A bracatinga pode ser usada no tutoramento de espécies secundárias-clímaces. Geralmente não rebrota da cepa após corte ou fogo ou apresenta rebrota rara no estágio jovem.


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