Embrapa Gado de Leite
Sistema de Produção, 2  
Aspectos Agro e Zooecológicos
Limirio de Almeida Carvalho
Luciano Patto Novaes
Carlos Eugênio Martins
Rosângela Zoccal
Paulo Moreira
Antônio Cândido Cerqueira Leite Ribeiro
Victor Muiños Barroso Lima

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Manejo de Solo em Áreas de Relevo Acidentado


O manejo de solo em áreas de relevo acidentado constitui prática importante durante o estabelecimento de forrageiras, uma vez que o manejo mal conduzido acarretará perdas apreciáveis de solo, aumentando ainda mais sua degradação. Dependendo da espécie forrageira a ser implantada, há necessidade do estabelecimento de práticas conservacionistas, tais como: terraços e cordões de contorno.

Para exemplificar, na Figura 1 são apresentados resultados de perda de solo por erosão, numa pastagem degradada de capim-gordura, com aproximadamente 40% de declive em função dos tratamentos de manejo de solo que consistiram de diferentes proporções de área preparada.

Perdas relativas de solo por erosão
Figura 1
- Perdas relativas de solo por erosão, comparando-se sistemas de preparo do solo para a recuperação de pastagens.

Verifica-se que no preparo A, onde o solo permaneceu durante todo o período de avaliação descoberto, a perda relativa de solo foi de 100%, ao passo que nos outros dois tratamentos as perdas de solo sofreram redução bastante expressiva.

No preparo B, onde o solo foi totalmente preparado (aração e gradagem, seguido de adubação e plantio a lanço de capim-gordura), a perda de solo ao final do período experimental reduziu em 58%, em relação ao tratamento A. Quando o solo foi preparado em faixas e em nível, adubado e seguido de semeadura da forrageiras, (preparo C), cujas áreas preparadas corresponderam de um terço a dois terços da área total, as perdas de solo reduziram em média 93%. Esses resultados confirmam a importância da cobertura vegetal do solo, no controle da erosão e, principalmente, a manutenção de faixas de retenção, durante as operações de preparo do solo para a formação de pastagens em áreas declivosas.

A redução ocorrida no preparo de solo C é de extrema importância, não só para a pastagem, pois evita que haja perdas de nutrientes e água durante o processo erosivo mas, principalmente, por manter-se quase que inalterado, do ponto de vista de fertilidade natural, o solo, um recurso natural não-renovável.

Do ponto de vista prático, vale a pena destacar que as faixas devem ter largura média de dois metros. Essa largura facilita a operação de gradagem do solo, uma vez que as grades de tração animal têm, em média, dois metros de largura.

Além disso, dependendo dos resultados da análise do solo, há necessidade de se fazer recomendações de calagem e adubação nas faixas a serem preparadas.

Na Embrapa Gado de Leite, observou-se que, ao se usar o processo de recuperação uma forrageira com grande capacidade de sementeação, como é o caso das braquiárias, as faixas não-preparadas tiveram sua cobertura vegetal (em geral capim-gordura), totalmente substituída pela braquiária.

A Figura 2 apresenta com detalhes o processo de estabelecimento em faixas, em áreas declivosas.

Plantio de forrageiras em áreas montanhosas

Figura 2 – Plantio de forrageiras em áreas montanhosas, por meio de faixas (a) cultivadas em nível e intercaladas por faixas de retenção (b), não cultivadas.

Dependendo da espécie forrageira a ser implantada, especialmente se for uma forrageira "agressiva", como é o caso das braquiárias, as faixas poderão ser substituídas por sulcos em nível, alternados com áreas não-preparadas. A escolha de faixas ou sulcos dependerá da declividade do terreno. Sugerem-se sulcos em terrenos muito íngremes, onde o preparo das faixas é dificultado. O preparo de solo em áreas declivosas, com o uso de sulcos em nível, é também bastante adotado para o estabelecimento de leguminosas forrageiras.

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