Embrapa Gado de Leite
Sistema de Produção, 4
Alimentação

Pedro Franklin Barbosa
André de Faria Pedroso
André Luiz Monteiro Novo
Armando de Andrade Rodrigues
Artur Chinelato de Camargo
Edison Beno Pott
Eli Antônio Schiffler
Eurípedes Afonso
Márcia Cristina de Sena Oliveira
Oscar Tupy
Rogério Taveira Barbosa
Victor Muiños Barroso Lima

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Novilhas


A fase de recria  inicia-se após o desmame estendendo-se até a primeira cobrição. É menos complexa do que a fase de cria, porém requer muita atenção do produtor, pois os requerimentos do animal em crescimento estão constantemente mudando, em função de alterações na composição de seu corpo. À medida que a idade do animal vai avançando, reduz-se a taxa de formação de ossos e proteína, com o aumento acentuado na deposição de gordura. Do início desta fase, dos 80-90 kg de peso vivo até a puberdade, o monitoramento do   ganho de peso diário é fundamental,  não devendo ultrapassar 900  g por dia. Este procedimento evita a má-formação da glândula mamária (acúmulo de gordura e menor quantidade de tecido secretor de leite), resultando em menor produção de leite durante a primeira lactação.

A idade à primeira cobrição determinará a alimentação das novilhas nesta fase. Idades à primeira cobrição mais precoces (15-16 meses)  exigirão planos mais elevados de alimentação do aqueles para idades mais avançadas para a primeira cobrição (24-26 meses).

A puberdade ou a idade ao primeiro cio é reflexo da idade fisiológica (tamanho ou peso) e não da idade cronológica da novilha. Deste modo, o plano de alimentação a ser adotado para as novilhas será aquele que, de forma mais econômica, permita que elas atinjam o peso para cobrição o mais cedo possível. O peso vivo para cobrição das novilhas varia de acordo com a raça, sendo o mínimo de 340 kg para a raça Holandesa, 330 kg para a Pardo-Suíça, 230 kg para a Jersey, 320 kg para as mestiças Holandês x Zebu, e 280 kg para as mestiças Jersey x Zebu.

Pastos de excelente qualidade e bem manejados podem suprir os nutrientes para o crescimento das novilhas, desde que uma mistura mineral esteja sempre à disposição. A suplementação volumosa na época seca pode ser feita com forragens verdes picadas, cana-de-açúcar adicionada com 1% de uréia, silagens ou fenos. Para o fornecimento de volumosos em cochos, é necessário minimizar a competição por alimento entre os animais manejados em grupos; para isto, é importante propiciar aos animais área  de cocho suficiente, permitindo que todos tenham chance de se alimentar.  

O fornecimento de concentrado às novilhas é dependente da idade,  da qualidade do alimento volumoso utilizado e do plano de alimentação adotado. Em geral, até os seis meses é necessário o fornecimento de 1 a 2 kg de concentrado com 12% de proteína bruta e 61% de nutrientes digestíveis totais.

No sistema de recria em confinamento, os alimentos são levados às novilhas que permanecem confinadas todo o tempo, sem acesso à pastagem. Elas podem receber, no cocho, forrageira verde picada e/ou silagem e/ou feno. Uma mistura mineral deverá estar sempre à disposição, em cochos separados, independentemente do volumoso utilizado.

Ao se fornecer dietas à base de silagem de milho para novilhas, deve-se observar a necessidade de suplementação protéica, se não foi utilizada a uréia ou outra fonte de nitrogênio não-protéico no momento da ensilagem. Às vezes, é necessário limitar o consumo da silagem para evitar que as novilhas fiquem obesas.

Um feno de excelente qualidade é, sem dúvida, o melhor alimento para as novilhas mantidas sob confinamento. Ele pode constituir-se no único alimento para esta categoria animal. A mistura em partes iguais (na base da matéria seca) de feno e silagem de milho pode ser considerada como o melhor alimento para esta categoria animal, quando em confinamento.

Também em sistemas de criação de novilhas confinadas, de raças especializadas para produção de leite, recomenda-se o fornecimento de concentrado durante toda a fase de recria. Tudo vai depender do ganho de peso desejado durante esta fase. É importante ter sempre em mente que os extremos, sub e superalimentação, devem ser evitados.

As novilhas devem ter à sua disposição água fresca e limpa diariamente.

O monitoramento do desenvolvimento das novilhas é feito por meio do observando-se o ganho de peso mensalmente. Dos 80-90 kg de peso vivo até a puberdade elas não devem ganhar mais do que 900 g por dia. Após a puberdade, ganhos superiores a este são admitidos, mas deve-se evitar que as novilhas fiquem obesas. A avaliação do crescimento das novilhas pode ser feita pela pesagem ou pela condição corporal delas. Numa escala de 1 a 5 (1 = magra e 5 = obesa), as novilhas devem apresentar escore igual a 3.

Registre em ficha individual os pesos e quaisquer problemas ocorridos com as novilhas.

Informações complementares e detalhes sobre os procedimentos são obtidas no Manual Técnico: Trabalhador na Bovinocultura de Leite. – Senar-AR/MG/Embrapa, 1997.
 

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