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Embrapa Gado de Leite
Sistema de Produção, 4 |
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Infra -
estrutura
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Pedro Franklin Barbosa |
- Introdução |
Infra - estrutura |
Produção de Alimentos A produção de alimentos constitui uma das principais etapas na
exploração racional de um sistema de produção de leite. Disponibilidade de
forragens em quantidade e qualidade é o fator determinante para que o
animal externe o seu potencial máximo de produção, influenciando
diretamente a produtividade por animal, produção de leite, potencial
reprodutivo e a saúde do rebanho.
Produção de Forrageiras e Pastagens O conhecimento da propriedade é importante, pois
permite selecionar forrageiras adaptadas a cada um dos diferentes
segmentos da paisagem. De forma resumida, a Região de São Carlos é formada
por grandes áreas de topografia suavemente ondulada, várzeas,
meia-encostas e algumas áreas de morro. Geralmente, as várzeas são passíveis de inundações
periódicas, férteis, e, por isto, prestam-se à produção de culturas e
pastagens anuais (milho, sorgo, forrageiras de inverno etc.) e pastagem
permanente; neste caso, gramíneas forrageiras resistentes ao encharcamento
devem ser usadas: capim-angola, setária, coast-cross, tangola,
tanner-grass etc. As áreas de meia-encosta prestam-se à construção das
residências e instalações rurais; caracterizam-se por apresentar
fertilidade natural bastante elevada, não apresentando impedimento à
mecanização por tração motorizada e devem ser cultivadas com forrageiras
de alto potencial de produção de biomassa, tais como o milho e sorgo para
silagem, cana-de-açúcar para corte, capim-elefante para capineira e
formação de pastagens de capim-elefante, colonião, tanzânia, mombaça,
estrela africana etc. As áreas de morro caracterizam-se por solos de baixa
fertilidade natural e declividade acentuada, apresentando forte
impedimento à mecanização por tração motorizada. Para este segmento é
obrigatório o uso de práticas conservacionistas de manejo de solo e de
forrageiras tolerantes a acidez do solo, baixa fertilidade natural, rápida
cobertura do solo após o plantio e boa capacidade de semeadura, como as
braquiárias e o capim-gordura. Nas áreas de topografia plana ou suavemente ondulada,
em geral os solos são de baixa fertilidade natural (Latossolo
Vermelho-Amarelo, distrófico), mas não há impedimentos quanto à
mecanização motorizada das atividades de plantio, adubação e manejo das
pastagens. Nessas áreas, após correção da acidez do solo e dos níveis de
fertilidade natural, têm sido implantadas com sucesso gramíneas
forrageiras de alto potencial de produção de matéria seca como os capins
tanzânia, tobiatã, mombaça e elefante, para serem manejados como pastagens
em sistema rotacionado de pastejo. O tempo de ocupação de cada piquete tem
sido de um dia no Sistema Intensivo de Produção de Leite da
Embrapa Pecuária
Sudeste, com período de descanso variando de 28 a 35 dias, dependendo
da gramínea. A análise do solo, para fins de diagnóstico de sua
fertilidade, constitui-se numa das práticas mais importantes do processo
produtivo, principalmente quando se pensa na utilização intensiva e
racional dos solos. O preparo da área consiste em sua limpeza, deixando a
área isenta de restos de culturas, entulhos diversos (galhos, tocos,
pedras etc.), facilitando as operações posteriores (aração, gradagem,
sulcamento e plantio). Havendo necessidade de desmatamento, roçada pesada
ou queima, esta operação deverá ser devidamente autorizada pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente – Ibama. Consiste em garantir a perpetuação do recurso natural
não-renovável e é feita por meio de curvas de nível, terraceamento em
terrenos mais declivosos, podendo estes serem terraços de base estreita ou
base larga; uma prática simples e eficaz é não deixar a superfície do solo
descoberta. A calagem tem como objetivos básicos neutralizar o
alumínio tóxico presente na solução do solo, um dos responsáveis pela
acidez do solo, bem como fornecer cálcio e magnésio, que constituem
elementos essenciais para o crescimento das plantas. Sua necessidade é
determinada pela análise do solo, com a quantidade de calcário a ser
aplicada sendo obtida diretamente do laboratório credenciado ou pela
interpretação dos resultados da análise do solo, feita por técnico.
Determinada a quantidade de calcário a ser aplicada, a distribuição é
feita a lanço (manual ou mecânica) sobre toda a área, antes da aração, com
antecedência mínima de 20 a 30 dias do plantio, desde que o solo esteja
úmido. O plantio tradicional consiste de aração e gradagem,
operações não executadas quando o plantio for direto na palha. A operação
de preparo do solo tem a finalidade de melhorar suas condições físicas,
melhorando a aeração e a absorção de água, facilitando a semeadura, a
germinação das sementes e mudas. A profundidade de aração deverá variar de
15 a 20 cm, podendo ser feita com tração animal ou mecanizada. Quando se pensa em manejo racional do solo, em hipótese
nenhuma, em áreas de relevo acidentado, é permitida a aração morro abaixo
e morro acima. Capineira é uma área de terra cultivada com gramíneas
de elevado potencial de produção de forragem que são cortadas e picadas
para fornecimento de alimento verde no cocho, em especial na época seca. O
capim-elefante é a gramínea mais utilizada para este fim, apresentando,
porém, grande exigência em termos de fertilidade do solo e manejo de
cortes para evitar perda de qualidade da forragem. Em propriedades
menores, onde são alimentados poucos animais e com produtividade elevada,
plantam-se os capins guatemala e venezuela, de rendimentos inferiores aos
do capim-elefante, porém, de excelente qualidade nutricional. Estas espécies são plantadas nos meses de janeiro a
novembro, por meio de mudas oriundas de plantas com três a cinco meses de
idade, distribuídas em sulcos espaçados de 0,70 a 1,00 m, devendo ser
adubadas com adubo orgânico e fertilizantes químicos, tanto no plantio
como em manutenção. No estabelecimento e ao longo de sua utilização
deve-se proceder a tratos culturais, tais como: controle de
ervas-daninhas, formigas, lagartas, cigarrinha, cupins e outras pragas.
Várias são as culturas forrageiras que podem ser
plantadas para a alimentação do rebanho. O principal critério para a
escolha de qual forrageira a plantar deve ser feita em sua capacidade de
produção e qualidade nutricional, seguidas de sua adaptabilidade à região
em que se localiza o sistema de produção. Outro ponto importante é a
facilidade operacional para o seu uso, como disponibilidade ou não de
máquinas e equipamentos e mão-de-obra. Cana-de-açúcar – cultura tradicional no Brasil,
alta produção por unidade de área (70 a 200 t/ha), cultura de implantação
e manejo simples, exigindo poucos tratos culturais, período de maturação e
colheita coincidentes com o período de escassez de forragem nas pastagens,
pequena taxa de risco de perda da cultura, disponibilidade e qualidade
constantes se plantadas variedades de ciclos médio e tardio, cultura
perene, produzindo um corte a cada doze meses, fonte rica de carboidratos,
na forma de sacarose, bem consumida pelos animais e dispensa a conservação
como silagem ou feno. Suas limitações nutricionais para os bovinos estão
relacionadas ao baixo teor de proteína bruta (2 a 3% na Matéria Seca), a
qual é corrigida por meio da associação com 1% da mistura de nove partes
de uréia e uma parte de sulfato de amônio, e a deficiência em alguns
minerais, principalmente fósforo, enxofre, zinco e manganês, exigindo para
tanto o fornecimento de uma boa mistura mineral aos animais suplementados
com cana. De modo geral, para culturas bem conduzidas, dois
hectares de canavial são suficientes para suplementar 50 bovinos adultos
durante 150 dias. O manejo de corte e retirada da produção é fator
importante para a longevidade do canavial, devendo ser evitado o tráfego
de veículos e máquinas sobre a área plantada; daí, a necessidade de se
preparar acessos e carreadores. A escolha das variedades é fundamental e devem ser
plantadas uma ou mais variedades industriais melhoradas de cana-de-açúcar,
adaptadas às condições locais, considerando-se o relevo, a fertilidade do
solo e o clima da região, além de apresentar características desejáveis
como alta produtividade, alto teor de açúcar, rebrotação vigorosa,
ausência de tombamento e resistência a pragas e doenças. Adubações orgânica e química devem ser usadas no
plantio e manutenção do canavial. Plantio em sulcos espaçados de 1,20 a
1,30 m com 0,30 m de profundidade, usando-se mudas retiradas de canaviais
com 8 a 12 meses, vigorosos e sem infestação de pragas e doenças.
Gastam-se de 10 a 12 toneladas de mudas para implantar um hectare. Duas
são as épocas de plantio: 1) cana de ano, plantada em setembro/outubro e
colhida a partir de junho do ano seguinte; e 2) cana de ano e meio,
plantada de janeiro a março (dependente de chuvas) e colhida a partir de
junho do ano seguinte. No estabelecimento e ao longo de sua utilização deve-se
proceder a tratos culturais, tais como: controle de ervas-daninhas,
formigas, lagartas, cigarrinha, cupins e outras pragas. Milho ou Sorgo – Em sistemas sem irrigação, o
plantio do milho deve ser feito no início do período chuvoso. Pode-se
fazer dois plantios por ano em áreas irrigadas; nesse caso, usar
cultivares precoces. Como o sorgo exige menos quantidade de água para se
desenvolver, o seu plantio pode ser feito tanto no início como no final do
período chuvoso. Culturas exigentes em solos com boa drenagem e férteis,
podendo ser plantados em plantio tradicional ou plantio direto.
Recomenda-se o uso de herbicidas em pré-plantio ou pré-emergência; nesse
caso, consulte um Engenheiro Agrônomo e peça uma indicação e o receituário
para aquisição do herbicida, use equipamentos de proteção e siga as
recomendações para uso dos produtos e o descarte das embalagens após o
uso. A cultivar de milho ou de sorgo deve ser aquela que
mais se adapta à região e que seja boa produtora de grãos, para assim
assegurar a produção de silagem de boa qualidade. Cultivares normais (variedade ou híbrido) apresentam
porte alto, atingindo o ponto de ensilagem cerca de 120 dias após o
plantio de verão, estendendo-se em até 30 dias nos plantios tardios com
colheita no inverno. Cultivares precoces são de porte mais baixo, resistindo
melhor ao tombamento e oferecem melhor relação espiga/colmo, e o ponto de
ensilagem pode ser antecipado em 20 dias, em relação às cultivares
normais. O espaçamento, a profundidade de semeadura e o número
de sementes por metro linear (densidade de plantio) dependem do tipo de
solo, da disponibilidade de chuvas ou irrigação na área, da capacidade da
cultivar em aproveitar a luz e os nutrientes, e do porte da planta. Para
cultivares de milho de porte e ciclo normais, é recomendado o espaçamento
de 0,90 a 1,00 m entre linhas, e para cultivares de porte mais baixo e
precoces o de 0,80 a 0,90 m. A profundidade de plantio é de 4 cm para
solos argilosos a 5 a 8 cm para solos arenosos. A densidade de plantio, população ou número de plantas
por hectare deve ficar entre 40 e 50 mil plantas/ha para cultivares de
ciclo normal, e de 50 a 60 mil plantas/ha para cultivares precoces. A quantidade (kg) de sementes necessária para cada
hectare depende do tamanho da peneira e deve ter um acréscimo de 20% para
compensar eventuais perdas no campo, gastando-se em média de 20 a 26 kg de
sementes/ha. A população final para o sorgo deve ficar entre 150 e
200 mil plantas/ha, sendo gastos em média de 8 a 10 kg de sementes/ha.
Considerando sementes com valor cultural superior a 70% e um acréscimo de
30% para compensar perdas diversas. A adubação é feita em função da análise de solo e do
histórico de uso da área. A adubação de cobertura para o milho é realizada
quando as plantas apresentarem 8 a 10 folhas bem desenvolvidas e, em
sorgo, 30 a 35 dias após a emergência das plântulas. Doses de nitrogênio
(N) acima de 100 kg/ha, como regra prática, recomenda-se que sejam
divididas em duas aplicações com a primeira cobertura aos 20-25 dias com
metade da dose de N e o restante aos 35-40 dias da emergência das
plântulas. O adubo deve ser colocado na superfície do solo próximo à linha
de plantio, podendo ser distribuído a lanço, com adubadeira manual ou
cultivador-adubadeira, ou ainda a tração mecânica. Os tratos culturais necessários à condução da cultura
são o controle mecânico ou químico de plantas daninhas e combate a pragas
(formigas, lagartas etc.). Girassol (Helianthus annuus L.) – é uma
planta originária do continente norte-americano, pertencente à família das
Compostas. Possui raiz pivotante profunda, que atinge cerca de dois metros
ou mais de profundidade e ciclo vegetativo médio de 120 a 130 dias. A
partir de pesquisas do IAC (Instituto Agronômico de Campinas), da Embrapa
e de algumas universidades, pode-se afirmar que o País possui hoje
tecnologia para produção dessa cultura. É uma cultura alternativa ao milho na produção de
silagem na safrinha, pois possui maior tolerância às deficiências hídricas
e ao frio, podendo atingir de 20 a 30 t/ha de matéria verde. Por isso, é
uma excelente opção para os agricultores que produzem silagem na segunda
safra, quando as condições climáticas são mais adversas. A silagem de
girassol apresenta teor de proteína superior ao do milho (aproximadamente
30%), sendo também, em média, 20 a 30 dias mais precoce. A cultura do
girassol para produção de silagem na safrinha não exige grandes
investimentos em insumos, porém responde bem à utilização destes, pois o
girassol aproveita bem os resíduos da adubação da cultura anterior e tem
boa capacidade para suportar a competição com o mato. A calagem é
indispensável, pois a planta é sensível à acidez do solo. A quantidade de
calcário é a recomendada pela análise de solo para elevar o índice de
saturação de bases para 70% e pH acima de 5,2. Com base na análise de solos e do histórico da área,
recomenda-se aplicar, na adubação, de 40 a 60 quilos por hectare de
nitrogênio, de 40 a 80 kg/hectare de P2O5 e de 40 a
80 kg/hectare de K2O. O nitrogênio deve ser aplicado 30% no
plantio e o restante em cobertura até 30 dias pós-emergência das plantas.
Em áreas novas, recomenda-se também a aplicação de 20 kg/hectare de
enxofre, que pode estar sendo suprido se há uso constante de sulfatos.
Outro elemento indispensável para o girassol é o boro, cuja aplicação deve
ser feita de forma convencional, nunca por via foliar. Se houver necessidade de uso de herbicidas, há três
registrados para a cultura: trifluralin, alchlor e setloxydim. Outro ponto
interessante é a possibilidade de produção de até 20 a 30 kg de mel por
hectare pela introdução de colméias nas culturas, o que indiretamente
aumenta a produção de grãos pela melhor polinização, já que a sua florada
dura de 15 a 30 dias, o que deve ser levado em consideração caso haja
necessidade de uso de algum inseticida. O período de plantio é muito amplo em todo o Brasil; na
Região Sudeste, deve ser plantado no período de safrinha, ou seja, de
fevereiro a março. O plantio no período de safra normal (primavera-verão)
é antieconômico, e pode ocasionar sérios problemas fitossanitários. O
espaçamento entre linhas poderá variar de 0,70 a 0,90 m (0,7 m se usar
plataforma para soja e 0,8 a 0,9 m se for usar plataforma de colheita para
o milho), aplicando-se de 5 a 7 sementes por metro linear, dependendo da
cultivar, procurando-se atingir 45 a 60 mil plantas por hectare. De acordo
com o tamanho da semente, gasta-se de 4 a 5 kg de sementes por hectare.
Mesmo plantado em épocas corretas, pode sofrer ataque de maritacas se
estas não dispuserem de outras opções de alimentos na região, da mesma
forma que para o sorgo, fator esse agravado pela perda de áreas com
florestas. A formação ou recuperação de pastagens consiste
na implantação da espécie forrageira escolhida e pode ser feita por
sementes e mudas. É o processo mais eficaz para se produzir leite, carne
ou lã. A formação de pastagens de gramíneas por sementes
constitui o método mais utilizado, especialmente para áreas extensivas e
as espécies forrageiras comumente usadas são as Brachiarias (decumbens
e brizantha), os Panicuns (capim-colonião, green panic, sempre
verde, makueni, tobiatã, mombaça, tanzânia, massai), o Andropogon e a
Sétaria. Diversas espécies forrrageiras, principalmente as leguminosas,
possuem tegumento externo protetor (casca), dificultando a entrada de
umidade, prejudicando a germinação. A escarificação das sementes pode ser
feita por procedimentos mecânicos, químicos e com água, havendo
necessidade de fazer a inoculação da semente escarificada. Outras espécies
possuem dormência fisiológica e precisam ser armazenadas em condições
especiais para completarem a maturação. Consciente de que a pastagem é uma cultura que agrega
valor por intermédio dos animais que retiram os nutrientes para sua
sobrevivência e produção, procedimentos importantes para implantar ou
recuperar pastagens são a qualidade das sementes (pureza e germinação,
valor cultural das sementes) e adubação – fundamental para o seu
estabelecimento e manutenção, além de um bom preparo do solo, semeadura
correta e manejo consonante com os hábitos de crescimento da planta
forrageira utilizada. A propagação de gramíneas como a grama estrela, o capim
coast-cross, as tíftons e o capim-elefante, é feita por meio de mudas
vegetativas. A área a ser plantada deve ser bem preparada, os sulcos devem
ter de20 a 25 cm de profundidade, deve-se realizar a adubação de plantio
em função da análise do solo e distribuir as mudas (colhidas de viveiros
sadios e não-praguejados com outras espécies) no fundo dos sulcos e
cobri-las com uma camada de terra não muito espessa, para não retardar a
brotação das gemas e aumentar o aparecimento de plantas daninhas na área.
Prática importante é realizar o pastejo de formação, o
qual deve ocorrer 60-90 dias após o estabelecimento da forrageira.
Consiste na entrada de grande número de animais na área em formação por um
curto período de tempo, com o objetivo de forçar maior perfilhamento e
permitir uma cobertura do solo mais rápida. A divisão, a rotação das pastagens e o controle da
carga animal têm sido uma forma de manejo eficiente para evitar a
degradação, dando oportunidade às plantas de se recuperarem após o pastejo.
Além disso, os animais têm oportunidade de selecionar partes mais
nutritivas da planta, principalmente as folhas, que se desenvolveram com o
período de descanso. A manutenção de cobertura vegetal remanescente após o
pastejo, além de promover a reciclagem de nutrientes, protege o solo
contra o ressecamento excessivo e evita erosão por ocasião das chuvas mais
intensas. Banco de Proteína - É uma área de terra cultivada
com leguminosa de elevado potencial de produção e qualidade de forragem
que é cortada e picada para fornecimento de alimento verde no cocho, em
especial na época seca. Presta-se ao pastejo controlado, no qual os
animais têm acesso diário, podendo ser de forma contínua ou limitada por
um período de tempo. Guandu (arbustiva), leucena (arbórea), soja perene e
estilosantes são as leguminosas mais utilizadas. Os procedimentos para a
implantação dessas leguminosas são os mesmos recomendados para a formação
de pastagens e capineiras. Conservação de forragens Várias forrageiras, sozinhas ou combinadas, podem ser ensiladas em diversos tipos de silos. Silagem – É a forragem verde armazenada na ausência de ar e conservada mediante fermentação em depósitos próprios, chamados silos. Várias forrageiras, sozinhas ou combinadas podem ser ensiladas. O valor nutritivo da silagem vai depender principalmente da forrageira utilizada. O milho, o sorgo e o capim-elefante são as principais forrageiras usadas para ensilagem, sendo o milho a mais comum e de maior valor nutritivo dentre essas três. Recentemente, os capins tanzânia e mombaça e o girassol passaram a ser utilizados na confecção de silagem. Devido à sua menor digestibilidade, a silagem de sorgo tem apresentado 70 a 90% do valor nutritivo da silagem de milho. A silagem de capins elefante, mombaça e tanzânia é, qualitativamente, bem inferior à do milho e à do sorgo, enquanto a de girassol apresenta valor intermediário. Feno – É um alimento volumoso, preparado mediante o corte e a desidratação de plantas forrageiras. Esse processo é denominado fenação e que resulta na forragem desidratada e, dessa forma, ela pode ser armazenada por vários meses, sem perder o seu valor nutritivo. Excelente maneira de se aproveitar o excedente de pasto; entretanto, a qualidade do feno estará sujeita a grandes variações em função da condição da pastagem, da espécie forrageira, da época e idade da planta e da maior instabilidade climática no verão. A maioria das gramíneas forrageiras presentes nas pastagens pode ser utilizada, devendo-se evitar aquelas com caules grossos, difíceis de ceifar e secar. O ponto de feno ideal para enfardar o material é 20% de umidade e uma maneira prática de averiguação é fechar com força uma amostra do feno da mão; se a forrageira quebrar quase totalmente ou, ao abrir a mão, não tiver tendência a voltar à forma inicial, indica que o feno está em condições de ser enfardado. |
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