Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical
Sistema de Produção, 17
ISSN 1678-8796 Versão eletrônica
Dez/2005

Sistema de Produção para Pequenos Produtores de Citros do Nordeste

Autores

Início

Importância econômica
Clima
Solos
Adubação
Variedades
Mudas e sementes
Plantio
Irrigação
Tratos culturais
Plantas daninhas
Doenças
Pragas
Uso de agrotóxicos
Colheita e pós-colheita

Processamento
Mercado e comercialização
Coeficientes técnicos
Referências bibliográficas
Glossário


Expediente

Pragas

Ortézia dos citros (Orthezia praelonga)

Foto: Nilton F. Sanches Foto: Nilton F. Sanches

Fig.1. Ortézia nas flores

Fig.2. Colônia de Ortézia

Sintomas: Dentre as cochonilhas que atacam as plantas cítricas, a ortézia é a que causa maiores prejuízos, podendo dizimar o pomar se o controle não for feito em tempo. O inseto suga a seiva da planta, injeta toxinas e provoca o aparecimento da fumagina (foligem que recobre folhas, frutos e ramos). A ortézia ataca em focos ou reboleiras. A disseminação da praga no pomar se dá principalmente durante a colheita (caixaria e outros equipamentos). Apesar de ser encontrada praticamente em todos os meses do ano, é no período mais seco (outubro a fevereiro) que ocorre as maiores infestações da praga. Por se tratar de uma praga de controle difícil e custo elevado, são necessárias inspeções periódicas (mensais) visando verificar sua incidência.

Controle: Uma vez localizado o foco de ataque, as plantas infestadas devem ser marcadas, de modo a se proceder o controle químico da praga antes que ocorra sua disseminação dentro do pomar. As plantas marcadas devem receber o seguinte tratamento: a) efetuar a capina em torno das mesmas, retirando todo o mato capinado, b) fazer a poda dos ramos mais infestados e dos ramos secos, queimando-os ou enterrando-os, c) realizar o controle químico em pulverização ou com inseticida sistêmico granulado no solo, d) fazer adubação (orgânica e mineral) visando fortalecer a planta, repetindo a operação dois meses após, se necessário. Por se tratar de um inseto sugador de seiva, deve-se dar preferência aos inseticidas sistêmicos. Alguns produtos, como dimethoato (75 a 125 ml /100 l d’água), acefato (120 a 150 g/100 l d’água) e aldicarb (40 a 80 g/ planta), são indicados. No período mais úmido (maio a agosto) insetos e fungos benéficos reduzem significativamente a população (controle biológico) da ortézia. No controle biológico dessa praga destacam-se os coccinelídeos (joaninhas) e o fungo Cladosporium sp.

Ácaro da falsa ferrugem (Plyllocoptruta oleivora)

Sintomas: O maior prejuízo é causado no fruto pela redução do peso e comprometimento da aparência externa, depreciando assim o seu valor comercial, principalmente no mercado "in natura".

Controle: Antes de decidir pelo controle químico, é necessário avaliar, quinzenalmente, a população da praga no período de outubro a dezembro. Para cada talhão de 2000 plantas, escolhem-se ao acaso 20 plantas, amostrando-se, com auxílio de uma lupa (10x), 3 frutos por planta, anotando-se o número de ácaros encontrado por fruto em uma única visada (1 cm2). Quando a infestação média alcançar 30 ácaros por cm2 de fruto, deve ser iniciado o controle químico. Dentre os produtos indicados encontram-se: abamectin, dicofol, quinomethionate e enxofre. Adotando-se a vistoria no pomar, é possível obter "frutos limpos" com uma a duas pulverizações por safra. Para o controle biológico, o ácaro Iphiseiodes zuluagai é o mais recomendado. Dentre os fungos benéficos, o Hirsutella thompsonii é o mais eficiente no controle biológico natural.

Ácaro da leprose (Brevipalpus phoenicis)

Sintomas: O ácaro, agente causador da leprose, ataca folhas, ramos e frutos, provocando lesões extensas e profundas nesses órgãos da planta. Nos frutos, as manchas são depressivas, concêntricas e de coloração marrom, prejudicando a aparência externa, o que reduz drasticamente seu valor comercial, além de afetar a produtividade da planta. Nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, a leprose está pouco disseminada justificando assim o controle eficiente dos focos da doença.

Controle: Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, o controle preventivo é prioritário, ou seja, deve-se evitar a introdução de mudas e/ou borbulhas provenientes de locais onde a doença ocorre. Identificando-se a presença de focos iniciais da doença, deve ser efetuada a sua erradicação visando impedir sua disseminação. Utilizar os produtos acaricidas recomendados por um agrônomo capacitado, mediante o Receituário Agronômico.

Foto: Correio Agrícola (1997) Foto: Correio Agrícola (1997)

Fig.3. Larva Minadora

Fig.4. Adulto da larva Minadora

Foto: Orlando Sampaio Passos

                                   Fig.5. Lesão no fruto

Sintomas: O minador causa os maiores prejuízos em viveiros e em pomares novos, devido ao ataque às folhas mais novas e brotações. As folhas quando atacadas secam, ficando sem realizar fotossíntese, resultando em reduções na produção de frutos e no crescimento da planta.

Controle: Quando se trata de viveiro ou pomar recém-instalado, o controle químico é indispensável; as pulverizações devem ser efetuadas a intervalos de 8 a 10 dias. Os produtos de maior eficiência são: lufenoron (Match), abamectin (Vertimec) e imidacloprid (Confidor ou Winner). Em pomares adultos, o controle químico é não é aconselhável, sendo de um modo geral desnecessário, pois a eficiência dos inimigos naturais é relativamente alta. Dentre estes inimigos, a espécie Ageniaspis citricola é a que apresenta maior eficiência, podendo ser criada para liberação em campo, alcançando um controle que varia de 60 a 80%.

Pulgão preto (Toxoptera citricida)

Fotos: Nilton F. Sanches Fotos: Nilton F. Sanches

Fig.6. Presença de pulgões em brotações

Fig.7. Sintomas nas folhas deixados pelos pulgões

Sintomas: Inseto pequeno (cerca de 2 mm de comprimento), de cor castanho-escuro, de aparência lustrosa, tendendo ao preto. Os maiores danos são provocados em plantas jovens, atacando os brotos terminais, folhas em desenvolvimento e os botões florais. Nas brotações novas o inseto pode ocorrer em grandes colônias, ocasionando o encarquilhamento das folhas, como também o aparecimento da "fumagina".

Controle: Biológico utilizando-se predadores, como as joaninhas, que tanto na fase de larva como na adulta alimenta-se dos pulgões. Dentre os parasitóides, as vespas Aphidius sp. são muito freqüentes. O controle químico só deve ser usado em casos extremos, quando o ataque é intenso e generalizado e quando o número de inimigos naturais é reduzido. A pulverização deve ser efetuada quando os adultos estão presentes nas brotação. Utilizar os mesmos inseticidas recomendados para cochonilhas e minador das folhas.

Broca da limeira ácida ‘Tahiti’ (Leptostylus sp).

Foto: Nilton F. Sanches Foto: Francisco Ferraz Laranjeira Barbosa

Fig.8. Galeria feita pela larva no tronco

Fig.9. Inseto adulto da broca

Foto: Nilton F. Sanches Foto: Kátia C. L. de M. Abreu

Fig.10. Diferentes fases da broca

Fig.11. Morte de planta atacada

Sintomas: Esta broca tem ocorrido em alguns pomares na região do Recôncavo baiano e trazido sérios prejuízos. O inseto é um besouro com cerca de 1 cm de comprimento, de cor cinza e manchas escuras na parte de cima do corpo. Quando adulto, coloca ovos no tronco e ramos da planta, que vão originar larvas que abrem galerias, provocando a interrupção da circulação da seiva, causando murchamento e secamento dos ramos, podendo levar a planta à morte.

Controle: Utilização de inseticidas, mediante aplicação no local do ataque da broca e pincelamento do troco com pastas à base de inseticidas, recomendadas por um técnico especializado.

Todos os direitos reservados, conforme Lei n° 9.610.