Gado de Leite

		Embrapa Gado de Leite Sistema de Produção, 6
Aspectos Agro e Zooecológicos
Orlando Monteiro de Carvalho Filho Gherman Garcia Leal de Araujo Pablo Hoentsch Languidey José Luiz de Sá Victor Muiños Barroso Lima

- Introdução
- Importância econômica
- Aspectos agro e zooecológicos
- Raças
- Infra-estrutura
- Alimentação
- Reprodução
- Manejo Sanitário
- Mercados e Comercialização
- Coeficientes Técnicos
- Referências bibliográficas
- Glossário
- Editores

Exigências Ecológicas

As altas temperaturas verificadas, nos meses mais quentes do ano, da ordem de 32-35 Cº, eventualmente atingido picos de até 40Cº - ainda que compensadas por um maior resfriamento evaporativo permitido pela baixa humidade relativa do ar - restringem a exploração de raças européias nas condições agroecológicas predominantes já descritas, mesmo para as raças Pardo-Suiça e Jersey, consideradas como as mais rústicas. Estas suportam até 29,5 ºC sem reduzir o consumo de alimentos e a produção de leite, bem acima dos 25ºC para a raça Holandesa.

Para as raças zebuinas, como a Gir a a Guzerat, originárias de ambiente tropical, de clima quente e árido, os limites de temperatura chegam aos 35Cº. Admite-se que os mestiços Europeu x Zebu possuem tolerância intermediária, com zona de conforto térmico entre 5ºC e 31ºC e, que, portanto, seriam também adequados ao ambiente semi-árido.

Além da interferência direta sobre o bem estar e desempenho animal, as condições de elevadas temperaturas predominantes nas regiões tropicais também afetam o valor nutritivo das plantas aí produzidas, tornando-as, mais fibrosas e menos digestíveis, quando comparadas as das nas regiões temperadas, por exemplo.

A preservação e a recomposição do componente arbóreo nas pastagens, além de outros benefícios para o agroecossistema é, portanto, de extrema importância para a melhoria do conforto térmico e consequente bem estar dos animais, como também para contribuir para a melhoria do valor nutritivo da pastagem subjascente.

Por outro lado, os períodos prolongados de seca, com baixa umidade relativa do ar, constituem-se em fatores desfavoráveis à incidência dos endo e ectoparasitas e das doenças infecto-contagiosas que acometem os animais e as plantas, fato que pode se transformar em vantagem competitiva, não só pela redução significativa dos custos de controle sanitário, como pela possibilidade de agregação de valor com a produção de um leite menos contaminado com os pesticidas mais intensivamente usados em ambientes mais úmidos.

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