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Embrapa Gado de Leite
Sistema de Produção, 6 |
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Aspectos
Agro e Zooecológicos
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Orlando
Monteiro de Carvalho Filho |
- Introdução |
Aspectos Agro e Zooecológicos |
A irregularidade, no tempo e no espaço, do regime pluviométrico dessa região, somada à excessiva fragmentação fundiária, aos limitados recursos naturais e de capital, reflete-se no baixo e oscilante desempenho dos agroecossistemas assentados na produção de leite, configurando frequentes crises sócio-econômicas de ciclos plurianuais. As principais bacias leiteiras, já delimitadas anteriormente, localizam-se basicamente em duas grandes unidades de paisagem, segundo o zoneamento agroecológico da região Nordeste do Brasil:
A Grande Depressão Sertaneja constitui-se na paisagem típica do semi-árido nordestino, caracterizada por uma superfície de pediplanação bastante monótona, com relevo predominantemente suave-ondulado, cortado por vales estreitos, observando-se, de forma isolada na linha do horizonte, elevações residuais, testemunhos dos ciclos intensos de erosão que atingiram grande parte dessa região. O clima da área dessa unidade é quente, semi-árido, e apresenta dois períodos chuvosos distintos; o primeiro, em maior proporção, ocorre na região mais seca (sertão), com período chuvoso de outubro a abril; e o segundo ocorre na região de clima mais ameno (agreste), com periodo chuvoso de janeiro a junho, com pequenas variações. De modo geral, a precipitação média anual em toda a unidade de paisagem é da ordem de 500 a 800 mm. Em razão da baixa pluviosidade, a vegetação natural predominante é a caatinga hipoxerófila, nas áreas menos secas, e de caatinga hiperxerófila, nas áreas de seca mais acentuada. Os solos predominantes nas bacias leiteiras desta unidade apresentam grande diversidade, variando desde solos bruno não cálcicos, cascalhentos, de alta fertilidade natural, a planosolos rasos e pedregosos, além de solos litólicos ambos medianamente férteis, com problemas de salinidade nas meso regiões do Centro Norte Baiano e nos Sertões de Alagoas e Sergipe. O potencial hidrogeológico pode ser estimado como baixo, na maior parte da área da unidade, com poços apresentando profundidade média de 60 metros e vazão de 1,3 l/s, sendo as águas carregadas de sais, na maioria dos casos. O Planalto da Borborema ocupa uma área que se estende do sul de Alagoas até o Rio Grande do Norte, e é formada por maciços e outeiros altos que culminam entre 650 a 1000 metros de altitude, apresentando relevo movimentado, com vales profundos e estreitos. Os solos em geral são pouco profundos e de fertilidade natural bastante variada, com predominância de fertilidade média e alta. O clima do planalto é seco, muito quente, semi-árido, com estação chuvosa estendendo-se até o outono, com precipitações médias anuais de 400 a 650 mm, condições em que predomina a caatinga hipoxerófila. Nesta unidade de paisagem, existem ainda áreas de microclimas com pluviosodades bem mais elevadas, com trechos de floresta perenifólia, subcaducifólia e caducifólia. O potencial de águas subterrâneas também é baixo, com predominância de águas salinas. |
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