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Embrapa Gado de Leite
Sistema de Produção, 6 |
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Importância
Econômica
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Orlando
Monteiro de Carvalho Filho |
- Introdução |
Importância Econômica |
Não obstante sua pequena expressão no cenário nacional, tanto em volume de leite produzido, como quanto nos níveis de produtividade correntes, resultantes de limitações climáticas e estruturais seculares – 90% das propriedades possuem áreas inferiores a 100 ha – agravadas pelo baixo uso de tecnologias apropriadas, o agronegócio regional do leite, ainda que majoritariamente informal, muito mais que seu peso econômico, em termos de abastecimento, assume papel social de extrema relevância, constituindo-se, com frequência, na única perspectiva de sustentabilidade e de inserção no mercado para milhares de pequenas propriedades de base familiar disseminadas pelo espaço semi-árido nordestino. Pouco se conhece, a respeito do tamanho do circuito informal representado pelo segmento queijeiro artezanal, este possivelmente o principal destino da produção regional. Estudo recente, realizado no Município de Nossa Senhora da Glória, pela Embrapa Semi-Árido em parceria como CIRAD e a Emdagro, evidenciou que cerca 80 % do leite produzido (60.000 litros/dia) estava sendo destinado às queijarias clandestinas existentes neste município. Desde então, o número dessas queijarias expandiu-se significativamente, estimando-se que atualmente existam cerca de 32 fabriquetas localizadas só no município de N. Srª da Glória, cada uma processando em média algo em torno de 2.000 litros diários, gerando cerca de 200 empregos diretos e movimentando cerca de R$ 40.000,00/dia, em que o segmento produtivo se apropria de 60% deste valor. Além de exercerem uma competição desejável na cadeia de produção, e por estarem "simbioticamente" associadas à criação de suínos geram, por conta disso, uma produção adicional de alimentos relevante: o município de Glória responde sozinho por cerca de 10% da população de suínos do Estado. Além disso, propiciam outros benefícios indiretos como o pagamento semanal e em espécie, e sua não retenção no tempo, além de restituir, ao fornecedor, metade do soro residual da fabricação do queijo, insumo básico para a pequena criação de suínos, importante fonte de renda complementar para os pequenos produtores, sem efeitos danosos para o ambiente. Assim é que essa rede formada pelas queijarias, com linhas de produtos artezanais de identidade regional, e seus pequenos produtores fornecedores, constituem-se em verdadeiras células componentes das bacias leiteiras do semi-árido nordestino que, ao lado das grandes e médias industrias laticiinistas, podem contribuir fundamentalmente para a sustentabilidade da pequena produção de leite nesta região. Portanto, antes de medidas coibitivas e desestruturantes, urge apoiá-las com ações que permitam reduzir os custos de inserção no mercado formal, a saber:
A implementação de tais ações permitiria a capitalização e qualificação das fabriquetas para realizarem investimentos de infra-estrutura com vistas à melhoria da qualidade sanitária, possibilitando a certificação e a valorização dos produtos, com agregação de valor em toda a cadeia de produção, assegurando a sustentabilidade do desenvolvimento regional com equidade, geração de emprego e renda e aumento da arrecadação a longo prazo. |
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