A progressiva escassez e
consequente alto custo de aquisição de estacas de alta durabilidade, vem
tornando a construção de cercas um investimento cada vez mais pesado.
O uso de estacas vivas de
gliricídia, além de possibilitar a construção de cercas permanentes,
traz benefícios adicionais de sombra e forragem de alta qualidade para os
animais, além de melhoramento do solo subjascente.
Cercas vivas forrageiras
podem ser construídas com estacas de madeira branca intercaladas com
estacas de gliricídia de 4,0 cm de diâmetro e 2,0 de comprimento,
enterradas em covas de 30 cm de profundidade e amarradas ao arame por dois
anos.
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Cerca viva forrageira de gliricídia no
auge de um período prolongado de seca.
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Após esse tempo, tendo havido um bom enraizamento e
formação da copa, o arame pode, então, ser
grampeado às estacas de forma definitiva, com um detalhe, extremamente
importante, de não ocorrer o enferrujamento e consequente perda da cerca,
já que a casca da gliricídia não envolve o arame, a exemplo de outras
espécies comumente utilizadas para esse fim.
Assim construídas, com espaçamentos de
5 metros entre plantas, podem prover, adicionalmente, sem ocupação de
espaço nas propriedades, cerca de 200 kg de matéria seca comestível
para cada 100 metros lineares, podadas uma vez ao ano.

Cerca viva forrageira de gliricídia proporcionando sombra
para bezerros.
Outras opções forrageiras poderão ser
agregadas ao sistema a exemplo das espécies:
- Feijão-guandu (Gajanus cajan), leguminosa
arbustiva de múltiplo uso: produção de feno, grâos e melhoramento
de solo;
- Maniçoba ou mandioca-brava (Manihot pseudoglasivi),
planta nativa de alta resistência à seca, destinada principalmente
à produção de feno com 15% de proteina bruta;
- Melancia forrageira (Citrulus lanatus),
também nativa, de ciclo rápido e de valor nutritivo semelhante à da
palma;
- Erva sal (Atriplex nummularia), que pode ser
plantada em solos salinizados, compondo dietas na forma de feno ou
fornecimento in natura.
ÄNota: |
As
três primeiras podem ser cultivadas em consórcio com a leucena
e/ou gliricidia e ainda entre as fileiras da palma quando
estabelecida em espaçamentos mais largos. |
Cerca viva forrageira de
gliricidia: em formação (2º ano) e adulta ( 12 anos)
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