Embrapa Gado de Leite
Sistema de Produção, 6
Infra-Estrutura

Orlando Monteiro de Carvalho Filho
Gherman Garcia Leal de Araujo
Pablo Hoentsch Languidey
José Luiz de Sá
Victor Muiños Barroso Lima

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Importância econômica
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Infra-estrutura
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Orientação das Instalações


A orientação das instalações é fator intimamente relacionado com o clima do local e que uma boa orientação tem maior importância em alojamentos abertos, onde, além de permitir uma máxima insolação interna no inverno, deve garantir a proteção contra os ventos dominantes e frios.

Em condições de clima tropical e subtropical, como ocorre em nosso hemisfério, as coberturas são orientadas, normalmente, no sentido leste-oeste, para que no verão haja menor incidência de radiação solar no interior das instalações e maior insolação da face norte no inverno.

Os cochos cobertos para volumosos, cuja geometria da cobertura é geralmente estreita e alongada, a melhor orientação é a leste-oeste, permitindo máximo sombreamento durante o verão e maior exposição da face norte no inverno. Nestas instalações, o cocho de alimentação deve ser locado na face sul, onde permanece sombreado durante o ano todo, evitando o ressecamento da forragem e dando maior conforto aos animais.

Em abrigos exclusivos para sombreamento dos animais, onde não há limitação de espaço nas laterais para movimentação dos animais, a melhor orientação é a norte-sul. Desta forma, os animais se movimentam juntamente com o deslocamento da sombra do abrigo, permitindo maior exposição solar do piso, reduzindo a formação de lama e mantendo-o mais seco, além de usufruir do poder germicida da radiação solar na desinfecção do piso.

Nos bezerreiros, as baias individuais devem ser orientadas de modo que recebam o sol da manhã, devido aos efeitos benéficos dos raios solares sobre a saúde dos animais. Deste modo, os bezerreiros são projetados com todas as baias individuais do lado leste, as coletivas do lado oeste e a cobertura no sentido norte-sul.

Bezerreiros: geralmente, fazem parte do corpo dos estábulos clássicos e das salas-de-ordenha, quando a ordenha é feita com o bezerro ao pé. Entretanto, podem ser separados, principalmente se o aleitamento for artificial. As baias podem ser individuais ou coletivas, com piso de cimento ou ripado, devem dar acesso a solário ou piquete gramado.

Cochos externos: são os cochos de sais minerais e os cochos para distribuição de volumosos e concentrados nos currais e nos pastos. Reserva-se nesses últimos um espaço linear de 0,60 a 0,80 m por animal adulto, dependendo do porte dos animais.

Brete ou tronco para vacinação: é uma instalação imprescindível no manejo do gado, facilitando a pulverização, marcação, vacinação e outras atividades dependentes da contenção dos animais. Troncos maiores permitem a colocação de maior número de animais por vez, reduzindo o tempo gasto para execução das atividades de manejo. Sempre que possível, deve terminar num embarcadouro de gado, facilitando a carga e descarga de animais diretamente em caminhões.
Há também troncos metálicos, fixos ou móveis, que podem ser adquiridos no mercado.

Currais: o número e o tamanho dos currais variam conforme o tamanho do rebanho e o sistema de exploração. A área recomendada por vaca varia de 2 a 10 m2, dependendo do tempo que o gado permanece preso.
O piso deve ser revestido por concreto, ou calçado com lajes de pedra, para evitar a formação de lama no período das chuvas, e de poeira na época seca. O piso de pedra, normalmente, é muito escorregadio podendo provocar acidentes e lesões nos animais.
As divisórias dos currais podem ser construídas com réguas e mourões de madeira (roliça ou serrada) de cimento, muros de alvenaria, tubos galvanizados, trilhos de estrada de ferro, etc. Atualmente vem ganhando preferência a construção de currais com o emprego de mourões de concreto armado ou eucalipto tratado e cordoalhas de aço, estas, por serem mais resistentes, duráveis e econômicos. Esta é uma alternativa ecológica e economicamente viável para construção de currais e divisórias em geral. Além disso, currais com emprego de cordoalhas permitem maior circulação do ar na altura dos animais melhorando o conforto térmico.

Sala-de-leite: a sala-de-leite deve ficar localizada junto à sala de ordenha para facilitar o transporte do leite para o tanque de expansão ou resfriador e também o livre acesso dos ordenhadores e ajudantes. Deve ter espaço suficiente para abrigar todos os equipamentos e utensílios de refrigeração do leite, pia ou tanque para limpeza dos equipamentos de ordenha.

Outras instalações: instalações como galpões para máquinas e equipamentos, depósito de ração, depósito de insumos (adubos, calcário, sal mineral), escritório, farmácia e demais dependências devem ser detalhadas e planejadas conforme as exigências do projeto, do manejo e das condições do proprietário.

Os silos: construções de finalidade estratégica em uma fazenda leiteira, objetivam a conservação de forragem sob a forma de silagem, importante para atenuar os efeitos da seca.

A escolha do tipo de silo a construir depende, principalmente, da quantidade de silagem a ser armazenada, da topografia, da profundidade de solo, do tipo de material para a construção, da disponibilidade de material máquinas e equipamentos disponíveis, custo de cada unidade e a preferência do produtor. Por exemplo, não se deveria construir um silo cisterna ou mesmo trincheira em uma situação em que se tem um local plano, sobre um solo raso, onde a rocha matriz está próxima dificultando ou mesmo impedindo a escavação, quando ao "pé-da-obra" se dispõe de pedras em abundância - situação muito frequente no semi-árido - possibilitando a construção de um silo de superfície em alvenaria de pedra com alta durabilidade.

De um modo geral, os silos devem ficar próximos do local de trato dos animais para maior facilidade na distribuição da silagem e economia no transporte.

Cada tipo apresenta vantagens e de desvantagens, sendo as principais, as apresentadas na Tabela abaixo.

Vantagens

Desvantagens

1. Silo Aéreo

- Maior eficiência - perdas mínimas (5%);

- Facilidades na descarga;

- Compactação mais fácil;

- Valorização estética da propriedade;

- Possibilidade de ser construído mesmo em baixadas com lençol freático superficial e, ainda, ligado ao estábulo ou local de tratamento (cochos);

- Grande capacidade de volume.

- Maior custo inicial; requer mão-de-obra mais eficiente;

- Máquinas ensiladeiras mais caras, com ventilador.

2. Silo de Encosta

- As mesmas do silo aéreo, acrescentando-se que é menos caro e dispensa máquinas com ventiladores para carregamento.

- As mesmas do "aéreo";

- Necessita de barranco bem elevado com relação ao local de trato, o que poucas propriedades podem oferecer.

4. Silo-Trincheira

- Construção mais simples e barata;

- Possibilidade de máquinas na abertura;

- Máquinas de ensilar mais simples;

- Grande superfície exposta e possibilidade de maiores perdas (10%);

- Compactação mais difícil;

- Grande quantidade de terra para cobertura;

- Necessidade de cerca em volta para proteger contra animais;

- Dificuldade de barranco próximo ao local do trato. Obs.: Este item pode ser omitido, fazendo-se o silo todo escavado no solo, subterrâneo.

5. Silo de Superfície

- Mais opção de escolha de local para ensilagem;

- Máquinas ensiladeiras mais simples;

- Fechamento rápido;

- Pode ser mudado de local, quando necessário, sem perdas de investimento.

- Maiores perdas de qualidade (> 15%);

- Compactação mais difícil.

 

 

 

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