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Embrapa Gado de Leite
Sistema de Produção, 6 |
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Manejo
Sanitário
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Orlando
Monteiro de Carvalho Filho |
- Introdução |
Ecto e Endoparasitos |
Os picos de crescimento dos carrapatos ocorrem quando a umidade relativa do ar aumenta por conta da ocorrência de chuvas associadas à elevação da temperatura e é nesta fase que deve ser feito o controle, tendo como meta o não desenvolvimento de teleóginas: fêmeas engurgitadas que ao cairem no pasto liberam milhares de larvas que irão iniciar novo ciclo de infestação. Um dos problemas mais freqüentes na perda de controle dos carrapatos é a má aplicação dos carrapaticidas com pulverizações malfeitas, em que parte dos carrapatos não é atingida, voltando a contaminar os pastos já dentro de um processo de desenvolvimento de resistência ao produto utilizado. O manejo das pastagens fazendo com que permaneçam em descanso por pelo menos 35 dias, concorre decisivamente para o desejado controle estratégico, reduzindo drasticamente a necessidade das aplicações dos pesticidas e o desenvolvimento de mecanismos de resistência da praga. Alternativas menos tóxicas, à base principalmente de fitoterápicos, porém ainda empíricas, começam a ser estudadas cientificamente e algumas já estão sendo usadas, como a rotenona, em substituição aos carrapaticidas convencionais. Uma outra medida recomendável é a venda daqueles animais de "sangue doce", que concentram a maior parte da população de carrapatos no rebanho. A mosca-dos-chifres tem sido outro grave problema para os criadores, causando danos expressivos pela perda de sangue que sugam dos animais e pelo estresse que acarretam, afetando o desempenho produtivo. Tal como os carrapatos, os picos ocorrem com a conjunção de umidade e temperaturas elevadas, e, de novo, as aplicações malfeitas dos mosquicidas tem levado à resistência progressiva e a substituição por outros principíos ativos cada vez mais tóxicos. A ingestão contínua do pó-de-alho, ao nivel de 2,5 % na mistura mineral, segundo estudos já conduzidos, produz feitos repelentes reduzindo significativamente o estresse causado pela picadas das moscas, que se manifesta no número de cabeçadas dadas pelos animais para se livrarem delas. Observações realizadas empiricamente dão conta que aplicações do óleo de alho, diluído a 10% em óleo vegetal, produz repelência maior e pode ser uma medida de choque em picos muito intensos. A integração com outras práticas como a disseminação do besouro rola-bosta é também desejável. As verminoses afetam principalmente os animais jovens e portanto é nesta fase em que elas merecem especial atenção por parte do produtor. As larvas dos vermes encontram-se disseminadas nas pastagens e os animais estão continuamente se reinfestando. No semi-árido tem-se pelo menos sete meses de seca ininterrupta, com elevadas temperaturas e baixa umidade relativa do ar, condições desfavoráveis para sobrevivência dessas larvas nas pastagens, sendo portanto esta a melhor época para se combater as verminoses, de forma econômica e eficiente. O simples manejo das pastagens, de modo a permitir períodos de descanso em torno de 40 dias pode promover um controle satisfatório para os animais acima de dois anos de idade, sobretudo em se tratando de animais mais rústicos (mestiços ½ sangue e azebuados). Algumas poucas administrações, no período seco, de vermífugos de maior poder residual nos animais jovens, segundo especialistas, asseguram um controle eficaz. A administração do pó-de-alho, via mistura mineral, como já mencionado para mosca-dos-chifres promove também uma redução significativa da carga parasitária, principalmente com relação a eimeriose e pode ser uma prática econômica coadjuvante no controle das verminoses, reduzindo a necessidade da administração dos vermífugos e a possibilidade de desenvolvimento de resistência nos parasitos. |
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