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Cultivo
da Mandioca para a Região do Cerrado | ||
Importância
econômica |
Importância Econômica |
Em função do tipo de raiz a mandioca pode ser classificada em: 1) de “mesa” - é comercializada na forma in natura; e 2) para a indústria, transformada principalmente em farinha, que tem uso essencialmente alimentar, e fécula que, junto com seus produtos derivados, têm competitividade crescente no mercado de amiláceos para a alimentação humana, ou como insumos em diversos ramos industriais tais como o de alimentos embutidos, embalagens, colas, mineração, têxtil e farmacêutica (Fig. 1). A produção nacional da cultura projetada pela CONAB para 2002 será de 22,6 milhões de toneladas de raízes, numa área plantada de 1,7 milhões de hectares, com rendimento médio de 13,3 t/ha. Dentre os principais estados produtores destacam-se: Pará (17,9%), Bahia (16,7%), Paraná (14,5%), Rio Grande do Sul (5,6%) e Amazonas (4,3%), que respondem por 59% da produção do país. A Região Nordeste sobressai-se com uma participação de 34,7% da produção nacional, porém com rendimento médio de apenas 10,6 t/ha; as demais regiões participam com 25,9% (Norte), 23,0% (Sul), 10,4% (Sudeste) e 6,0% (Centro-Oeste). As Regiões Norte e Nordeste destacam-se como principais consumidoras, sob a forma de farinha. No Sul e Sudeste, com rendimentos médios de 18,8 t/ha e 17,1 t/ha, respectivamente, a maior parte da produção é para a indústria, principalmente no Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Figura 1. Potencialidades de uso do amido no Brasil. No período de 1975 a 2000, a área plantada com mandioca diminuiu em todo o Brasil, em média 0,7% ao ano, passando de 2,0 milhões de hectares no início do período para 1,7 milhões de hectares, com reflexo de queda na produção de 0,5% ao ano, ou seja, saindo da casa 26,1 milhões para 23,0 milhões de toneladas, nesse mesmo período. A Região do Cerrado, que ocupa 24% do território nacional (Fig. 2), também acompanhou essa mesma tendência, só com queda mais significativa, 1,9% ao ano; portanto, a área cultivada passou de 311.125 hectares, em 1975, para 191.218 hectares, em 2000. Essa retração da área traduziu-se em queda de 2,0% ao ano na produção do Cerrado, ou seja, saiu dos 3,9 milhões de toneladas, em 1975, para 2,4 milhões de toneladas, em 2000. Em 1975, essa região participava com 15% da produção nacional, chegando a apenas 8% em 1996 e passando para a casa dos 10% em 2000. A produtividade da cultura é variável e depende da fertilidade do solo (natural ou com adubação), da variedade cultivada, da idade da cultura, dos tratos culturais, do estado fitossanitário da lavoura. Historicamente, o Brasil tem produzido 12,3 t/ha, e a Região do Cerrado 11,3 t/ha, ou seja, 8% inferior à produtividade nacional. O consumo per capita mundial de mandioca e derivados, em 1996, foi de 17,4 kg/hab/ano, sendo de 50,6 kg/hab/ano no Brasil. Os países da África destacam-se nesse aspecto; a República Democrática do Congo, República do Congo e Gana apresentaram, respectivamente, valores de 333,2, 281,1 e 247,2 kg/hab/ano. O mercado internacional da mandioca, sem considerar o comércio interno na União Européia, movimentou até 1993, em média/ano, cerca de 10 milhões de toneladas de produtos derivados ("pellets" e farinha de soja/mandioca), sendo equivalente a mais de 1 bilhão de dólares. A produção brasileira de mandioca é praticamente consumida no mercado interno, com menos de 0,5% da produção nacional sendo exportados nos últimos 10 anos. Figura 2. Distribuição dos Cerrados, incluídas as áreas de transição com outras formações.
A
Região de Cerrados no Brasil, com área de 274 milhões de hectares e
características de Savanas, é de fundamental importância para a agricultura
brasileira e representa um dos principais centros de dispersão da cultura
da mandioca. Tem grande potencial para produção de alimentos, entretanto,
seus solos inférteis e a ocorrência de veranicos requerem sistemas de
produção adequados, que possibilitem a sua exploração de forma racional
e econômica. A mandioca é uma das culturas mais indicadas para a região,
devido seu alto potencial de produção, ser de baixo risco, pouco exigente
em insumos e tolerantes à acidez e ao alumínio tóxico. Entretanto, alguns
problemas básicos relativos aos sistemas de produção tem sido evidenciados.
As baixas produtividades da cultura na região são devidas principalmente
à utilização de variedades não selecionadas e à ocorrência de pragas
e doenças. Por tratar-se de uma cultura de ciclo bianual, a mandioca
está sujeita a diversos ataques de insetos e ácaros, alguns classificados
como pragas de maior importância que podem causar danos severos à cultura
e resultar em perdas no rendimento. Apesar desse potencial, estima-se
que, atualmente, cerca de apenas 10% da área plantada e de 10% da produção
nacional da mandioca estão localizados na Região dos Cerrados, e com
produtividade média de 14 t/ha. |
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