Embrapa Hortaliças
Sistemas de Produção, 4
ISSN 1678-880X Versão Eletrônica
Jun./2008
Mandioquinha-salsa (Arracacia xanthorrhiza)
Autores

Sumário

Apresentação
Introdução
Botânica
Clima
Produção de mudas
Plantio
Correção do solo
Adubação e nutrição
Tratos culturais
Irrigação
Doenças
Pragas
Colheita
Nematóides
Processamento
Comercialização
Receitas
Cultivares
Coeficientes técnicos
Referências

Expediente


Colheita

Nuno R. Madeira
  Fausto F. dos Santos

A colheita pode ser inteiramente manual, com o auxílio de enxadões, ou semi-mecanizada, soltando-se as plantas do solo com o auxílio de implementos mecânicos. A colheita manual consiste do arranquio das plantas, destaque das raízes e acondicionamento em caixas para transporte.

Para o arranquio, pode-se fazer uso de enxadões no caso de plantas mais presas ao solo, conforme o tipo de solo e o teor de umidade deste. É comum no Paraná o uso de enxadões em forma de ferradura alongada, especialmente preparado para a colheita de mandioquinha-salsa, de modo a minimizar os danos às raízes. Em épocas secas, uma irrigação leve no dia anterior à colheita facilita essa operação.

Na colheita semi-mecanizada, efetua-se a soltura das plantas por meio de arados de aiveca ou lâminas subsuperficiais (comumente chamadas de lâmina ou chapa) que passam sob as mesmas, levantando-as, eliminando a fase de arranquio das plantas, facilitando a colheita. Estando as plantas soltas, segue-se o destaque das raízes e seu acondicionamento em caixas para transporte até a unidade de lavação e classificação. Essas operações podem ser realizadas na propriedade ou em lavadores especializados nesta atividade.

A lavação das raízes pode ser realizada de diversas formas, conforme o volume de produção e os recursos disponíveis pelo proprietário, havendo variados mecanismos adaptados por produtores, utilizando os recursos existentes na propriedade.

Alguns dos sistemas usados para lavagem das raízes de mandioquinha-salsa são:

  • a lavação manual em sacos nos riachos;
  • o uso de jatos sob pressão dentro de caixas ou banheiras cheias d’água;
  • lavadores cilíndricos de cenoura adaptados, de modo a reduzir o impacto e a quebra de raízes;
  • água corrente em caixas de madeira perfuradas;
  • lavadores pendulares com panos pendurados, movidos por força motriz excêntrica.

A lavação manual, as caixas de madeira e as banheiras têm por restrição o volume de produto a ser lavado. Os lavadores de cenoura causam grande quantidade de quebra de raízes.

Os lavadores mais usados são os pendulares com panos pendurados (Figura 1A). Esses são presos a um quadro que faz um movimento pendular, promovido por um excêntrico (biela em uma roda ou mancal) que, por sua vez, é tocado por um motor, em geral elétrico.(Figura 1B).

Fotos: Nuno Rodrigues Madeira

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Fig. 1A. Lavador pendular de panos, vista geral. Fig. 1B. Lavador pendular de panos, motor e roda excêntrica.

Deve-se, após a lavação, dispor as raízes em bancadas ou girais para que sequem, podendo-se utilizar ventiladores para melhorar essa tarefa. A secagem das raízes é importante para que não se desenvolvam infecções na pós-colheita; raízes embaladas molhadas apresentam elevados índices de apodrecimento em virtude do desenvolvimento de infecções por bactérias, especialmente Erwinia spp., e fungos, como Rhizopus.

A conservação pós-colheita é fator de extrema importância, por se tratar de raiz delicada, de película fina, sujeita ao processo de lavação, classificação e embalagem por atacadistas e intermediários. Há problemas de escurecimento, importantes para o processamento, e de apodrecimento, fundamentais para a conservação pós-colheita do produto in natura. A perda de água é a principal causa da deterioração pós-colheita, podendo ser reduzida, conforme a situação, por meio do manuseio cuidadoso e acondicionamento adequado, quanto a ambiente e embalagem.

 

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