Início
Clima
Cultivares
Obtenção e plantio da muda
Preparo do solo, calagem e adubação
Condução,poda e raleio
Principais Pragas
Doenças fúngicas e bacterianas do pessegueiro
Doenças virais do pessegueiro
Doenças causadas por nematóides na cultura do pessegueiro
Cuidados na aplicação de agrotóxicos
Tecnologia de aplicação de agrotóxicos
Manejo e pós-colheita de pêssegos
Custos e rentabilidade
Referências
Glossário
Expediente Autores |
Tecnologia
de aplicação de agrotóxicos |
Tecnologia
de aplicação de agrotóxicos é o emprego de todos os conhecimentos científicos
que proporcionem a correta colocação do produto biologicamente ativo
no alvo, em quantidade necessária, de forma econômica, com mínimo de
contaminação de outras áreas.
Os agrotóxicos devem exercer a sua ação sobre
um determinado organismo que se deseja controlar. Portanto, o alvo a
ser atingido é esse organismo, seja ele uma planta daninha, um inseto,
um fungo ou uma bactéria. Qualquer quantidade do produto químico que
não atinja o alvo não terá qualquer eficácia e estará representando
uma forma de perda. A fixação pouco exata do alvo eleva invariavelmente
a perda de grande proporções, pois o produto é então aplicado sobre
partes que não têm relação direta com o controle. Por exemplo, em média,
30% do produto aplicado visando folhas atingem o solo por ocasião da
aplicação (Matuo, 1990).
A utilização
de agrotóxicos é influenciada por diversos fatores, dentre os quais
destacam-se o clima, o hospedeiro, o alvo biológico, o ingrediente ativo
e o veículo utilizado no produto. O clima tem um grande efeito tanto
sobre a ocorrência de pragas e doenças como também na eficiência obtida
após a aplicação de um determinado produto. É aconselhável que as pulverizações
com agrotóxicos sejam realizadas nas horas mais frescas o dia, ou seja,
pela manhã e ao final da tarde, a fim de evitar a evaporação rápida
do produto aplicado. As aplicações eficientes são conseguidas também
com velocidade de vento inferior a 2,0 m s-1. Na prática,
velocidade entre 2,0 e 3,1 m s-1 as folhas das árvores são
ligeiramente agitadas. Deve-se interromper a pulverização quando o valor
da velocidade ultrapassar 3,0 m s-1 (Matuo, 1990).
A forma
de aplicação de agroquímicos mais utilizada na cultura do pessegueiro
é a líquida. Nesse tipo de aplicação, o tamanho da gota é um dos mais
importantes fatores para a eficácia do controle. O tamanho da gota aplicada
é diretamente relacionado à penetração do produto, à uniformidade de
distribuição e à efetividade de deposição (Alonso, 1998).
As principais
formulações de agrotóxicos mais empregadas utilizando a água como veículo
são: pó molhável, concentrado emulsionável e a suspensão concentrada
(Azevedo, 2001).
O pó molhável,
quando diluído em água, forma uma mistura homogênea de sólido no meio
aquoso (suspensão). A suspensão não é tão estável e necessita de agitação
contínua para que a calda se mantenha homogênea. Por outro lado, o atrito
de partículas sólidas nas passagens estreitas do pulverizador (válvulas,
bicos) provoca desgaste com o passar do tempo. Como a dosagem é recomendada
por massa (peso) e tendo em vista as dificuldades de determinar
a massa no campo, é freqüente a medição em volume, por meio de "canecas",
o que resulta em erros de aplicação. Há necessidade também de utilizar
um outro recipiente para a diluição do produto em água, para então ser
adicionado ao tanque do pulverizador.
Na formulação
concentrado emulsionado o ingrediente ativo é primeiramente dissolvido
em um solvente apropriado e são adicionados adjuvantes. O resultado da diluição
do concentrado emulsionável na água é uma mistura homogênea onde glóbulos
líquidos da formulação ficam dispersos na fase aquosa (emulsão), constituindo
uma calda de aspecto leitoso. A estabilidade da emulsão é muito melhor
que a da suspensão e, portanto, a necessidade de agitação não é tão
crítica. Não possuindo partículas sólidas, a calda não provoca desgaste
nem obstrução das passagens estreitas do pulverizador.
A suspensão
concentrada é uma formulação líquida para ser dissolvida em água. Na
sua elaboração, geralmente o ponto de partida é o próprio pó molhável,
que é suspendido em pequena porção de água e nele se adicionam os adjuvantes
para manter essa suspensão estável. No entanto, a suspensão nem sempre
é estável no armazenamento, pois durante o repouso as partículas sólidas
se sedimentam e após certo tempo formam uma camada de separação e não
mais se ressuspendem.
A água
é o diluente mais comum nas aplicações por via líquida. Entretanto, a água
apresenta duas limitações:
- Tensão superficial - a água apresenta
alta tensão superficial. Isso faz com que a gota depositada numa
superfície permaneça esférica, fazendo com que tenha pouca superfície
de contato. Adicionando-se um agente tensoativo ou surfactante,
a gota se espalha facilmente na superfície, molhando mais área.
Algumas formulações já apresentam agentes molhantes, emulsionantes
incorporados, porém na sua ausência torna-se necessária a adição
de agentes tensoativos, conhecidos como espalhantes adesivos, para
melhorar a performace da aplicação.
- Evaporação - a superfície do líquido
é enormemente aumentada quando fragmentada em pequenas gotas. A
água é um líquido volátil e pode se evaporar no trajeto entre o
pulverizador e o alvo visado.
Em dias de alta temperatura
o fenômeno da evaporação das gotas de pulverização é bastante problemático,
agravando-se principalmente nos dias secos. As aplicações com gotas
médias a pequenas, muitas vezes não chegam a atingir o alvo, evaporando
antes.
O alto volume empregado
rotineiramente nos pomares de pêssego pode ser caracterizado pela
aplicação de um volume de calda até além da capacidade máxima de retenção
das folhas, de modo que haja escorrimento. Nesse tipo de aplicação,
o depósito do produto químico sobre a superfície tratada é proporcional
à concentração da calda utilizada e independente do volume de calda
aplicado. Esse volume é muito variável dependendo do grau de enfolhamento
da cultura. A medida que a planta cresce e aumenta o índice de enfolhamento
devem-se efetuar os necessários ajustes, como o aumento do volume
de aplicação ou a diminuição do tamanho de gotas tornado-as mais concentradas,
proporcionando assim o aumento no grau de cobertura do alvo.
Na aplicação de agrotóxicos
por via líquida, o tamanho de gota é um dos mais importantes fatores
para a eficácia do controle. O tamanho da gota aplicada é diretamente
relacionado à penetração do produto, à uniformidade de distribuição
e à efetividade de deposição. Para fungicidas se recomendam-se gotas
com diâmetro de 100 a 200 µm , resultando em 70 a 100 gotas cm-2;
para inseticidas 50 a 200 µm e 50 a 70 gotas cm-2 e para
a aplicação de herbicidas 200 a 300 µm e 20 a 30 gotas cm-2.
A medição do número de gotas por cm2 pode ser facilmente
obtida utilizando-se papel sensível a água, distribuído pelo dossel
da planta e pulverizando-se água nas mesmas condições empregadas durante
a aplicação dos agrotóxicos (Alonso, 1998).
O bico é a peça final do
pulverizador e tem por função formar gotas. Na maioria das vezes,
a vazão do pulverizador é estabelecida pela vazão do bico (ou pela
somatória das vazões dos bicos, quando existirem vários). Assim, além
de ser responsável pela qualidade das gotas formadas, é também uma
peça chave na vazão do equipamento. Os principais bicos utilizados
são: o bico cone, que trabalha com altas pressões 150 a 300 lbf pol-2,
e forma gotas de 50 µm a 300 µm, sendo, de modo geral, usado principalmente
na aplicação de fungicidas, inseticidas e adubos foliares. Já o bico
leque trabalha com pressões menores, 30 a 60 lbf pol-2,
gerando gotas de 300 a 500 m m, sendo recomendado para a aplicação
de herbicidas (Alonso, 1998; Matuo, 1990).
Regulagem
do tubo atomizador |
Verifique, antes de iniciar
a regulagem:
-
Se o filtro de sucção
está limpo;
-
Se as mangueiras não
estão furadas ou dobradas;
-
Se os componentes
do regulador de pressão (sede de válvula, válvula e mola) não
estão gastas ou presas por eventuais sujeiras;
-
Se a bomba está lubrificada
(nível de óleo ou graxa) e se não apresenta vazamentos;
-
Se os bicos são do
mesmo tipo e se não estão danificados ou desgastados.
Como
efetuar a calibração |
1 - Escolha um lote de 100 plantas
2 - Abasteça completamente o pulverizador
3 - Escolha a marcha de trabalho
4 - Ligue a tomada de força
5 - Acelere o motor até a rotação a 540 rpm na tomada de força
6 - Inicie o movimento do trator no mínimo 5 plantas antes do ponto
marcado
7 - Pulverize nas 100 plantas marcadas
8 - Complete o tanque e meça o volume gasto em litros. Para medidas
precisas, o pulverizador deve estar na mesma posição antes e depois
da operação
9 - Repita essa operação várias vezes e tire a média. Quando a topografia
do terreno for irregular, marque as 100 plantas e repita todas as operações
em vários locais
10 - Calcule o volume de pulverização em L / planta, através da seguinte
fórmula:
Q
= vol / 100
Q
= volume de pulverização em L / planta
Vol
= volume gasto em litros
11 - Calcule volume total
de calda (VTC) por hectare ou pelo número de plantas no pomar:
Pessegueiro
com espaçamento 3 m x 6 m
Total
de plantas em 1 ha: 555 plantas
VTC = Q x 555
12 - Calcule a quantidade
de produto que deve ser adicionado por tanque
Observações:
1 - se o volume de pulverização
for abaixo do desejado, aumente a pressão, diminua a velocidade ou troque
os bicos por um de maior vazão;
2 - Se o volume de pulverização for acima do desejado, diminua a pressão,
aumente a velocidade ou troque os bicos por um de menor vazão.
Atenção: Para aumentar ou
diminuir a velocidade troque a marcha, não alterando a aceleração
|