Embrapa

Embrapa Uva e Vinho
Sistema de Produção, 3
ISSN 1678-8761 Versão Eletrônica
Jan/2003

Sistema de Produção de Pêssego de Mesa na Região da Serra Gaúcha

George Wellington Melo

Início

Clima

Cultivares
Obtenção e plantio da muda
Preparo do solo, calagem e adubação
Condução,poda e raleio
Principais Pragas
Doenças fúngicas e bacterianas do pessegueiro
Doenças virais do pessegueiro
Doenças causadas por nematóides na cultura do pessegueiro
Cuidados na aplicação de agrotóxicos
Tecnologia de aplicação de agrotóxicos
Manejo e pós-colheita de pêssegos

Custos e rentabilidade

Referências
Glossário


Expediente
Autores
Preparo do solo, calagem e adubação

Escolha da área
Topografia
Preparo da área
Calagem
Adubação
Formas de aplicação de adubos e corretivos
Manejo da cobertura do solo

Escolha da área

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    O sucesso de um pomar depende muito do seu planejamento inicial. Dentro desse planejamento, a escolha do local e seu preparo, normalmente é negligenciado, principalmente pelo produtor inexperiente.
    A falta de informações e práticas agrícolas casuais podem resultar em crescimento das plantas menor que o ideal e, em conseqüência, outros problemas poderão afetar a vida do pomar. Portanto, é mais fácil corrigir as deficiências de uma área antes do plantio das plantas do que depois.
    Para a instalação de um bom pomar precisa-se de uma boa fundação. O local ideal está relacionado com o solo e o clima, dando-se preferência por locais abrigados dos ventos frios, sem ocorrência de geadas tardias e solos com boa profundidade e bem drenados.

Topografia

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    A topografia influencia na drenagem das águas e na temperatura ambiente. Solos planos e argilosos tendem a ter menor capacidade de drenagem das águas, enquanto que os solos declivosos tendem a não apresentar problemas com encharcamento. A exposição do pomar para o norte permite que as plantas recebam os raios solares por mais tempo e ainda ficam protegidas dos ventos frios do sul.
    A Figura 1 mostra planos de locais típicos de uma paisagem da região da Serra Gaúcha. Os Locais 1, 5 e 7 se caracterizam por serem mais quentes e que recebem mais insolação. Estes locais normalmente não são afetados por geadas tardias que ocorrem na primavera, porque o ar frio se concentra nas regiões mais baixas (Local 4). Nos Locais 2 e 8 também não ocorrem geadas tardias, mas como ficam no topo da paisagem, estes podem ser muito frio em inverno, assim sendo mais propícios para o plantio de quebra-ventos. O Local 3 é semelhante ao Local 1 mas é mais frio e sujeito a geadas tardias. Local 4 é o mais suscetível a geadas tardias porque o ar frio se desloca das partes mais elevadas e se concentra nas mais baixas, portanto o plantio deve ser evitado nesses locais. Local 6 pode muito bem ser explorado com a cultura do pessegueiro, principalmente se houver a presença de quebra-ventos no Local 8, assim fica abrigado dos ventos frios.

Figura 1
Fig. 1. Paisagens para escolha da localização do pomar. Ilustração G. W. B. Melo
Preparo da área

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    O preparo da área tem por finalidade assegurar que as mudas de pessegueiro sejam plantadas em condições que possam expressar todo o seu potencial produtivo. Ele consta das operações de roçagem, destocamento, lavração, gradagem, abertura das covas ou sulcamento.

Roçagem - Consiste na eliminação da vegetação existente. Esta prática pode ser executada manualmente ou com tratores. Em ambos os casos, não se aconselha a queima da vegetação, apenas retiram-se os arbustos e galhos maiores, sendo o restante incorporado ao solo através de uma ou mais lavrações.

Destocamento Caso a área seja coberta por mata ou outra vegetação maior, com sistema radicular mais desenvolvido, aconselha-se executar o destocamento após a roçagem da vegetação. Esta prática tem por objetivo a retirada dos tocos maiores para facilitar os demais trabalhos. Ela é feita com implementos mais pesados tracionados por tratores e eventualmente por animais.

Lavração Esta prática visa a mobilização total do solo. A profundidade em que esta mobilização é feita depende do tipo de solo e dos trabalhos nele executados anteriormente. É mais comum fazer a lavração à profundidade de 20 a 25 cm.

Gradagem Esta prática visa nivelar o terreno que foi revolvido. Este nivelamento permite a distribuição mais uniforme dos adubos e facilita a demarcação das covas para o plantio.

Preparo das covas ou sulcamento As covas são preparadas após o nivelamento do solo, tendo as dimensões de 50 x 50 x 50 cm. Quando a topografia permite, no lugar das covas, faz-se a abertura de sulcos com profundidade de 20 a 25 cm.

Calagem

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    Tem como finalidade eliminar prováveis efeitos tóxicos dos elementos que podem ser prejudiciais às plantas, tais como alumínio e manganês, e corrigir os teores de cálcio e magnésio do solo. Para o pessegueiro o pH do solo deve estar próximo de 6,0. No RS e SC utiliza-se o índice SMP como indicador da necessidade de calagem (Tabela 1). Deve-se dar preferência para o uso do calcário dolomítico (com magnésio) misturado em partes iguais com calcítico, sendo que o mesmo deve ser aplicado ao solo, pelo menos, 3 meses antes do plantio, distribuindo em toda área e incorporado ao solo.
    Só aplique calcário quando a análise de solo indicar necessidade e/ou os teores de cálcio e magnésio forem menores que 2,0 e 0,5 cmolc, respectivamente.
    Normalmente três a quatro anos após a implantação do pomar há necessidade de fazer uma nova calagem. O modo de aplicação do calcário na recalagem é bastante controverso, pois não se deve fazer revolvimento do solo após o plantio das mudas, assim o calcário deve ser aplicado superficialmente sem a necessidade de incorporação, na dosagem de 25% da recomendação proposta pelo índice SMP.

Tabela 1. Recomendação de calagem para solos do RS e SC.

RS SC
Índice SMP Calcário a adicionar
(Mg ha-1)
Índice SMP Calcário a adicionar
(Mg ha-1)
<4,4 21,0 5,8 4,2
4,5 17,3 5,9 3,7
4,6 15,1 6,0 3,2
4,7 13,3 6,1 2,7
4,8 11,9 6,2 2,2
4,9 10,7 6,3 1,8
5,0 9,9 6,4 1,4
5,1 9,1 6,5 1,1
5,2 8,3 6,6 0,8
5,3 7,5 6,7 0,5
5,4 6,8 6,8 0,3
5,5 6,1 6,9 0,2
5,6 5,4 7,0 0,0
5,7 4,8    

Fonte: SBCS-NRS / Comissão de Fertilidade do Solo RS/SC


Adubação

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    O uso de fertilizantes em pessegueiro é um investimento lucrativo, pois o fertilizante é relativamente barato comparado com o aumento de rendimento e qualidade de frutos que ele proporciona. A quantidade, a época e os tipos de fertilizantes recomendados para um determinado solo se baseia no tipo de solo, presença de plantas de cobertura, tipo de cultura, porta-enxerto, idade das plantas, produtividade do ano anterior e esperada para a próxima safra.

Exigências nutricionais e sintomas de deficiência

Fósforo: Solos brasileiros são deficientes em fósforo, com teores médios em torno de 1,0 mg kg-1 (Mehlich 1), que torna necessário utilização de adubos químicos para suprir a deficiência. Os sintomas de deficiência de fósforo ocorrem em folhas maduras, onde é observado redução do tamanho, tornam-se amareladas e ainda podem apresentar limbo com manchas avermelhadas.
    A concentração normal de fósforo nas folhas varia de 0,15 a 0,28%, sendo que a planta absorve cerca de 1,0 kg de P2O5 para produzir 1000 kg de frutos. Apesar dos solos brasileiros serem naturalmente deficientes em fósforo, não se tem observado sintomas de deficiência em plantas onde se fez adubação de correção.

Potássio: Na grande maioria dos solos brasileiros o concentração de K é considerada baixa, no entanto, os solos da região da Serra Gaúcha apresentam teores de médio a elevado.
    Por ser um elemento bastante móvel no interior das plantas, os sintomas de deficiência de potássio ocorrem em folhas mais velhas. Inicialmente aparecem necroses na borda e limbo foliares.
    A concentração normal de potássio nas folhas varia de 1,31 a 2,06%, sendo que a planta absorve cerca de 6 kg de K2O para produzir 1000 kg de frutos. Apesar dos solos brasileiros serem naturalmente deficientes em potássio, como no fósforo, também não é comum sintomas de deficiência em plantas.

Nitrogênio: O teor de matéria orgânica é o indicador de disponibilidade de N no solo mais utilizado, mas este não tem sido muito eficaz na predição do comportamento das plantas.
    Os sintomas de deficiência de nitrogênio se caracterizam pela redução no vigor das plantas e pela clorose (amarelecimento) no limbo das folhas maduras e velhas.
    A concentração normal de N nas folhas de pessegueiro varia de 3,26 a 4,53%, sendo que a planta absorve cerca de 4 kg de N para produzir 1000 kg de frutos. Apesar dos solos brasileiros serem naturalmente deficientes em nitrogênio, freqüentemente observa-se tanto a falta quanto o excesso de N nos pomares. Isto indica que os produtores ainda não têm consenso no uso de nitrogênio, principalmente porque há uma relação inversa entre excesso de vigor das plantas e produtividade e/ou qualidade dos frutos, o que leva os produtores a temer uma aplicação excessiva de fertilizantes nitrogenados.

Cálcio: O cálcio é um elemento pouco móvel na planta, por isso os sintomas de deficiência aparecem nas folhas jovens. Essas folhas normalmente são menores do que as normais, com a superfície entre as nervuras cloróticas, com o aumento da severidade pode acorrer morte das gemas terminais. Os teores de cálcio considerados normais para o pessegueiro varia de 1,6 a 2,6% , sendo que as plantas retiram cerca de 0,2 kg de CaO para produzir 1000 kg de frutos.

Magnésio: Apesar dos teores de Mg2+ da grande maioria dos solos brasileiros serem baixos, ele não tem sido problema sério para a cultura do pessegueiro, pois, como para o cálcio, a utilização de calcário dolomítico para aumentar o pH do solo também aumenta o teor de Mg.
    O magnésio é um elemento móvel na planta, por isso os sintomas de deficiência aparecem nas folhas maduras. Essas folhas apresentam a superfície com manchas amareladas, que com o agravamento da deficiência aparecem manchas necróticas. Os teores de magnésio considerados normais para o pessegueiro varia de 0,52 a 0,83% , sendo que as plantas retiram cerca de 0,5 kg de MgO para produzir 1000 kg de frutos.

Boro: A grande maioria dos solos do Brasil, cultivados com pessegueiro, possuem baixo teor de boro.
    A mobilidade do boro nas plantas ainda é muito discutida, principalmente porque os sintomas de deficiência aparecem nas folhas e ramos novos. A característica principal é a redução no tamanho das folhas e encurtamento dos estrenós, manchas grandes de coloração marrom e/ou aspecto de cortiça desenvolvem na polpa dos frutos, os frutos às vezes racham ou murcham e amadurecem irregularmente.
    Os teores de boro considerados normais para o pessegueiro variam de 34 a 63 mg dm-3, sendo que as plantas retiram cerca de 10 g de B para produzir 1000 kg de frutos.

    Existem três tipos fundamentais de adubação: a de correção, efetuada antes do plantio, a de crescimento, realizada durante a fase de crescimento das mudas (durante os dois a três primeiros anos), e a de manutenção, realizada durante a vida produtiva da planta. A primeira é feita para corrigir a fertilidade do solo para padrões de fertilidade preestabelecido, a segunda é feita para permitir o crescimento inicial das plantas e a terceira é para repor os elementos absorvidos pela planta durante o ano.

Adubação de Correção: Como o nome já diz, é feita para corrigir possíveis carências nutricionais. Nela procura-se corrigir os teores de fósforo, potássio e também boro.
    Os indicadores da disponibilidade de K e P para os solos do RS é o Mehlich 1 e para o boro é a "Água Quente". A quantidade de nutriente a ser aplicada baseia-se em análise de solo e segue-se a Tabela 2. Os fertilizantes devem ser aplicados 10 dias antes do plantio e devem ser distribuídos em toda área.

Tabela 2. Adubação de correção.

P Mehlich (mg kg-1) K trocável (mmol kg-1) B Água Quente (mg kg-1)
< 9,0 9,0 a 14,0 > 14,0 < 1,5 1,5 a 2,1 > 2,1 < 9,0 0,6 a 1,0 > 1,0
------ P2O3 (kg ha-1 ------ ------ K2O (kg ha-1) ------ ------ B (kg ha-1) ------
200 100 0 90 60 0 9,5 5,0 0

    As fontes utilizadas para fósforo são os superfosfatos, enquanto que para o potássio recomenda-se o uso do cloreto de potássio ou sulfato de potássio. Em condições de pH menor que 6,0 há possibilidade de utilização de fosfatos naturais, mas deve-se comparar custo dessa aplicação com a aplicação de um fosfato mais solúvel. Para correção de boro recomenda-se o uso de bórax, ácido bórico e ulexita.

Adubação de crescimento: Esta adubação tem finalidade complementar a adubação de correção e suprir as plantas durante a fase sem produção de frutos. Utiliza-se esterco e/ou fertilizantes químicos à base de nitrogênio e, quando necessário, micronutrientes. A época de realização dessa operação, como o próprio nome diz, é na ocasião do plantio e durante os dois a três primeiros anos.
    A quantidade de nitrogênio a ser aplicada está relacionada com o teor de matéria orgânica do solo e segue-se a tabela 3. A fonte de N a ser utilizada deve ser aquela mais fácil de ser encontrada na região. Quando for utilizado uréia deve-se tomar o cuidado para evitar perdas por volatilização, assim o solo deve estar úmido e/ou incorporar o fertilizante ao solo.

Tabela 3. Adubação nitrogenada de crescimento.

Ano Matéria Orgânica
g kg-1
Época Dose de Nitrogêneo
kg ha-1
1 < 25 30 dias após o plantio10
45 dias após a 1ª aplicação10
60 dias após a 2ª aplicação10
25 - 50 30 dias após o plantio5
45 dias após a 1ª aplicação5
60 dias após a 2ª aplicação5
> 5030 dias após o plantio0
45 dias após a 1ª aplicação0
60 dias após a 2ª aplicação0
2< 25 Início da brotação12
45 dias após a 1ª aplicação10
60 dias após a 2ª aplicação10
25 - 50 Início da brotação6
45 dias após a 1ª aplicação5
60 dias após a 2ª aplicação5
> 50Início da brotação0
45 dias após a 1ª aplicação0
60 dias após a 2ª aplicação0
3< 25 Início da brotação12
45 dias após a 1ª aplicação10
60 dias após a 2ª aplicação10
25 - 50 Início da brotação6
45 dias após a 1ª aplicação5
60 dias após a 2ª aplicação5
> 50Início da brotação0
45 dias após a 1ª aplicação0
60 dias após a 2ª aplicação0

Obs.: Muitos pomares produzem quantidades consideráveis de frutos já no terceiro ano, assim, essa adubação pode ser substituída pela adubação de manutenção.

Adubação de manutenção: Tem a finalidade de repor os nutrientes que são exportados na forma de frutos. A recomendação é feita na expectativa da produtividade a ser alcançada, utiliza-se três classes de produtividade que são: < 8, 8 a 20 e > 20 t ha-1. As doses e épocas de aplicações estão nas tabelas 4, 5 e 6.

Tabela 4. Doses de fertilizantes aplicados no pessegueiro para atingir produtividade menor que 8 t ha-1.

Época Nitrogênio Fósforo (P2O3) Potássio (K2O)
  -------------------- kg ha -1 --------------------
10 dias após início da floração   12  
30 dias após início da floração 10 10 30
60 dias após início da floração 10   18
Após a colheita 12    
Total 32 22 48

Tabela 5. Doses de fertilizantes aplicados no pessegueiro para atingir produtividade de 8 a 20 t ha-1.

Época Nitrogênio Fósforo (P2O3) Potássio (K2O)
  -------------------- kg ha -1 --------------------
10 dias após início da floração   12  
30 dias após início da floração 10 a 25 10 30 a 80
60 dias após início da floração 10 a 25   18 a 30
Após a colheita 12 a 30    
Total 32 a 80 22 48 a 110

Tabela 6. Doses de fertilizantes aplicados no pessegueiro para atingir produtividade maior que 20 t ha-1.

Época Nitrogênio Fósforo (P2O3) Potássio (K2O)
  -------------------- kg ha -1 --------------------
10 dias após início da floração   12  
30 dias após início da floração 25 10 70
60 dias após início da floração 25   40
Após a colheita 30    
Total 80 22 110


Manejo da cobertura do solo

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    Durante os dois primeiros anos de cultivo do pessegueiro a área pode ser cultivada com uma cultura anual nas entrelinhas do pessegueiro, esta cultura intercalar deverá permitir a cobertura do solo enquanto o pessegueiro cresce. A partir do 3o ano do plantio não é mais recomendável a cultura intercalar. Contudo, a utilização da cobertura verde do solo do pomar com gramíneas e/ou leguminosas de outono-inverno é útil ao solo e ao pessegueiro. Entre vários benefícios, esta prática auxilia o controle de ervas daninhas, mantém ou aumenta o teor de matéria orgânica do solo e diminui o estresse hídrico nas primaveras e verões secos. Para atingir esses objetivos sugere-se a seguinte sistemática:

Março/abril: fazer a análise do solo e realizar as correções da acidez e fertilidade do solo, necessárias para o pessegueiro e a cultura verde de cobertura do solo. Somam-se as quantidades recomendadas dos fertilizantes para as duas culturas e a incorporação deve ser feita seguindo o seguinte esquema: calagem (se necessária) - adubação orgânica e/ou química - semeadura da cultura para a cobertura verde.

Roçada ou dessecamento: a época para fazer a roçada ou dessecamento da cobertura verde varia de ano para ano. O produtor deve deixar as plantas vegetando durante o maior tempo possível, mas tendo cuidado com a competição entre as plantas de cobertura e o pessegueiro. Na região da Serra Gaúcha é tecnicamente possível manter o solo do pomar coberto até outubro. A roçada ou dessecamento é feita com roçadeira ou herbicida sistêmico (glifosato ou similar).
    Para a cobertura verde podem ser usadas várias espécies como: aveia preta, ervilhaca, azevém, nabo forrageiro, trevo, tremoço, entre outras. Também, pode-se fazer uma combinação de uma leguminosa com uma gramínea. A relva expontânea (natural) pode ser deixada como cobertura verde do solo.

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