Embrapa Embrapa Uva e Vinho
Sistema de Produção, 7
ISSN 1678-8761 Versão Eletrônica
Dez./2005
Sistema de Produção de Ameixa Européia
Adalécio Kovaleski
Pragas

A ameixeira européia apresenta basicamente duas pragas economicamente importantes: grafolita e moscas-das-frutas.

Grafolita ou broca-dos-ponteiros (Grapholita molesta - Lepidoptera: Tortricidae)
Mosca-das-frutas (Anastrepha fraterculus - Diptera: Tephritidae)

Grafolita ou broca-dos-ponteiros (Grapholita molesta - Lepidoptera: Tortricidae)

A grafolita (Figura 1) é uma das mais importante praga da ameixeira européia. O dano ocorre tanto nos ponteiros quanto em frutos. O ataque em ponteiros afeta principalmente plantas em formação enquanto que em plantas adultas esse dano apenas reduz o crescimento. Em frutos o ataque da praga ocorre principalmente até o período de início da maturação.

Fig. 1. Adulto de grafolita.
Foto: Hokko S.A.

Monitoramento

O monitoramento é efetuado com armadilhas Delta utilizando como atrativo o feromônio sexual sintético numa distribuição de uma armadilha para 5 ha e pelo menos, duas armadilhas na área monitorada.

A troca do feromônio deve ser feito cada 30 dias e o piso adesivo quando este perder a adesividade.

As avaliações (leituras) das armadilhas devem ser efetuadas duas vezes por semana, contando os exemplares, anotando em planilha e retirando do piso adesivo os insetos presos.

Controle

Controle Caseiro

O controle pode ser feito através da técnica da confusão sexual ou da aplicação de inseticidas.

Uso de confusão sexual

É uma técnica que utiliza o ferônomo sexual sintético em alta concentração na área (pomar) impedindo o acasalamento, reduzindo a multiplicação da praga.

Atualmente, está disponível no mercado esse feromônio para o controle de grafolita em áreas comerciais. A aplicação deve ser realizada no início da segunda geração da praga. Requer cuidados especiais em relação a disperção de fêmeas grávidas de outras áreas (pomares vizinhos ou pomares caseiros). Controle Químico

O controle químico é recomendado quando se observar uma captura média de 20 machos/armadilha/semana. Quando o nível populacional estiver baixo recomenda-se o controle químico quando a soma das médias de várias semanas ultrapassar 30 machos/armadilha. O controle deve ser efetuado sempre com produtos registrados para a cultura e obedecendo a carência dos mesmos para evitar resíduos na fruta colhida.

Mosca-das-frutas (Anastrepha fraterculus - Diptera: Tephritidae)

A mosca-das-frutas (Figura 2) ataca todas as fruteiras temperadas. O dano na ameixa européia, quando ocorre, é observado no período de maturação dos frutos. Na cultivar "Stanley", em vários anos de observação, foi observado um ataque muito leve da mosca-das-frutas em anos de alta população no período de maturação. Na maioria dos anos não tem sido observado dano por mosca-das-frutas na cultivar. Em condições de laboratório obteve-se insfestação, oferecendo frutos em maturação para fêmeas em idade de oviposição. Isto define o potencial de ataqueda praga demonstrando a necessidade do monitoramento para indicar a presença da praga.

Figura 2. Adulto de mosca-das-frutas.
Foto: Eduardo Hickel

Monitoramento

O monitoramento deve ser efetuado com armadilhas caça-mosca modelo McPhail (Figura 3) utilizando suco de uva a 25% (diluído em água) ou proteína hidrolisada a 5% (diluído em água).

Figura 3. Armadilha tipo McPhail empregada no monitoramento da mosca-das-frutas.
Foto: M. Botton

As avaliações devem ser realizadas duas vezes por semana, peneirando os insetos, e contando o número de moscas capturadas (machos + fêmeas).

Recomenda-se trocar o suco semanalmente e apenas completando o volume na avaliação intermediária. O número de armadilhas deve variar em função do tamanho e localização do pomar. Pomares pequenos requerem mais armadilhas (por exemplo, em um pomar de um ha o produtor deve instalar 4 armadilhas) assim como pomares próximo a áreas nativas.

Controle

O controle deve iniciar quando observar-se mais de 0,5 mosca/frasco/dia e o fruto estiver na fase de maturação.

Recomenda-se aplicações de isca tóxica para reduzir a infestação. Além da isca tóxica é necessário efetuar tratamentos complementares com inseticidas que apresentam ação de profundidade. Aplicar somente os produtos registrados para a cultura (intervalo entrea última aplicação e colheita) e observar o residual (intervalo entre aplicação dos inseticidas) e a carência para evitar resíduos na fruta colhida.

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