Embrapa Gado de Leite
Sistema de Produção, 3
Aspectos Agro e Zooecológicos

Raimundo Bezerra de Araújo Neto
João Avelar Magalhães
José Alcimar Leal
Maria Perpetuo Socorro Bona C. do Nascimento
Hoston Tomás Santos do Nascimento
Expedito Aguiar Lopes
Braz Henrique Nunes Rodrigues
Tania Maria Leal
Edson Câmara Italiano
Victor Muiños Barroso Lima

- Introdução
Importância econômica
- Aspectos agro e   zooecológicos
- Raças
-
Infra-estrutura
- Alimentação
- Reprodução
- Manejo Sanitário
- Mercados e   Comercialização
- Coeficientes Técnicos
-
Referências bibliográficas
- Glossário
- Editores

 

Aspectos Agro e Zooecológicos

 
O Meio-Norte brasileiro é caracterizado por sua diversidade de ecossistemas, já que é uma zona de transição entre o Cerrado, o Semi-árido, a Floresta Amazônica e o Tabuleiro Costeiro.

Observa-se no Meio-Norte uma grande diversificação de sistemas de exploração, desde aqueles mais empíricos até os que utilizam altos níveis de tecnologia. Verifica-se em todos eles uma grande diferença estacional na produção leiteira.

O Estado do Maranhão possui seis postos de resfriamento e duas usinas de beneficiamento com uma produção anual de 127 milhões de litros de leite. As bacias leiteiras mais importantes são a Oeste Maranhense e a Centro Maranhense que contribuem com 36% e 34,8%, respectivamente do leite produzido no Estado. No Piauí existem três usinas de beneficiamento e um entreposto com uma produção anual de 58 milhões de litros.

As principais microrregiões produtoras de leite no Piauí são o Baixo Parnaíba e Teresina, que contribuem com 17,4% e 5,7%, respectivamente, da produção estadual de leite. Nessas microrregiões encontram-se os animais de maior potencial produtivo, bem como a melhor infra-estrutura de apoio à produção leiteira do Estado.

Conforme informações fornecidas pela Cooperativa Agropecuária do Baixo Parnaíba Ltda. e pelo Laticínio Leite Longá, ambas localizadas em Parnaíba, suas capacidades industriais são de 100.000 e de 12.000 litros/dia, mas recebem somente 35.000 e 7.500 litros/dia, respectivamente. Para cada 100 litros entregues, 40% são de pequenos e médios produtores e 60%, de grandes produtores.

A fim de suprir a deficiência alimentar dos rebanhos, produtores de leite do Meio-Norte usam os concentrados como alimentação suplementar, notadamente as tortas de algodão, farelo de tucum, torta de babaçu, farelo de soja etc. Esses concentrados são fornecidos em quantidades superiores àquelas recomendadas tecnicamente, principalmente no período de entressafra. São fornecidos, em média, 6 a 8 kg de concentrado/vaca/dia, sem observar-se o controle de qualquer princípio econômico e técnico.

O uso indiscriminado e excessivo de concentrado, advindo de esforços dos produtores em procurar manter a oferta de leite sem grandes variações sazonais, resulta em elevados custos de produção. Salienta-se que capim-elefante picado, silagem e feno de rama de mandioca têm sido utilizados com êxito como fonte de suplementação na produção de leite.

Como as pastagens constituem a fonte de nutrientes mais econômica para os bovinos, o seu uso para produção de leite contribuiria significativamente na redução dos custos de alimentação.

O sistema alimentar, o manejo e a sanidade inadequados, acrescidos da baixa aptidão dos animais, são os responsáveis pelos baixos índices de produção da pecuária leiteira do Meio-Norte.
 

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