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Embrapa Gado de Leite
Sistema de Produção, 3 |
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Importância
Econômica
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Raimundo Bezerra de Araújo Neto |
- Introdução |
Importância Econômica |
Os dois estados e em especial o Maranhão
estão menos expostos às instabilidades climáticas periódicas existentes no
Nordeste permitindo assim, uma programação a médio prazo, capaz de definir
um efetivo de rebanho, compatível com as potencialidades de produção da
região. A mudança do mapa de produção de leite
no país ocorrido na última década, aponta o cerrado como a principal área
de crescimento dessa atividade no Brasil, acompanhando o crescimento da
produção de grãos e conseqüentemente das atividades dependentes dos grãos,
como avicultura, suinocultura e pecuária de leite. Como os estados do
Piauí e Maranhão possuem uma área representativa de cerrado, em fase de
expansão na produção de grãos, não é difícil prever o estabelecimento de
uma pecuária leiteira competitiva neste ecossistema da região, para suprir
as necessidades de consumo da população local, que atualmente depende de
boa parte do produto importado de outras regiões. Na última década a produção de leite no
estado do Piauí apresentou um crescimento da ordem de 40%, o que equivale
a uma taxa anual de crescimento próximo de 6%. No Maranhão o crescimento
total no período foi de aproximadamente 25%, representando um crescimento
anual em torno de 3%. O crescimento anual do Piauí foi
superior ao do Nordeste, indicando que a produção no estado está
experimentando uma acentuada expansão. Em 1999 o estado do Piauí contava com um
efetivo de 144.816 vacas ordenhadas, com uma produção anual de 73.302.000
litros e uma produtividade de 1,2 litros/vaca/dia. Neste mesmo ano o
número de vacas ordenhadas no Maranhão era de 285.707, com uma produção
anual de 154.407.000 litros e uma produtividade de 1,5 litros/vaca/dia. Em
bacias leiteiras tradicionais e propriedades com rebanhos especializados
para leite, há registros de produtividade anual cinco vezes superior aos
números aqui citados. É oportuno afirmar que os ganhos de
produtividade estão relacionados, basicamente, com o uso de tecnologias
capazes de melhorar a eficiência dos fatores de produção, principalmente a
genética, a alimentação e a sanidade dos animais. No melhoramento
genético, está havendo uma maior participação das raças européias na
composição do sangue do rebanho, assim como uma acentuada evolução no
melhoramento do zebu para leite, particularmente o Gir. Na alimentação, um
grande avanço vem ocorrendo no uso de pastagem cultivada e na sanidade,
ações desenvolvidas no controle da mamite já apresentam progresso
significativo. Estima-se para a região Meio-Norte uma
produção média diária de 40 litros de leite por propriedade, o que
representa um envolvimento direto no processo produtivo de aproximadamente
15.000 propriedades. Admitindo que cada propriedade emprega em média 1,5
trabalhador, na atividade de produção de leite, conclui-se que a pecuária
leiteira na região, gera pelo menos 22.500 empregos diretos. Com base no
preço médio de venda do leite a nível de produtor, ao preço de R$
0,36/litro, essa atividade gera no segmento da produção, uma receita bruta
anual da ordem de R$ 78,5 milhões. Esses dados somados ao potencial dos
cerrados piauienses e maranhenses, incorporados ao processo produtivo na
produção de grãos, fortalecem a competitividade da produção de leite. Com
o aumento da produção de grãos na região, alguns produtos como o milho e a
soja podem ser utilizados como componentes da alimentação do rebanho,
reduzindo os custos de produção do leite e tornando a atividade mais
competitiva, podendo inclusive, criar um mecanismo para incentivar o uso
do leite da região na merenda escolar, estimulando as compras nos Estados
e Municípios, favorecendo assim, a rentabilidade e a sustentabilidade do
negócio do leite na Região Meio-Norte. A produção de leite tem perspectivas de
continuar crescendo na região, nos próximos anos, podendo reverter a
situação, passando a região de importadora para exportadora de produtos
lácteos. |
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