A pecuária de leite no Brasil ainda exibe índices de
produtividade muito precários, até mesmo nas bacias mais importantes.
Apesar de possuir o maior rebanho bovino comercial do mundo, o País produz
somente cerca de 12% do leite/animal/ano, com uma produtividade em torno
de 3,0 litros/vaca/dia.
No Meio-Norte do Brasil, que compreende os Estados do Piauí e Maranhão, a
pecuária de leite apresenta-se ainda como uma atividade econômica
secundária. Apesar de mostrar tendência crescente, tem-se revelado
insuficiente para atender ao consumo regional, já que a demanda é de 1,0
bilhão de litros/ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, que
recomenda um consumo mínimo por habitante de 146 litros/ano, enquanto
apenas 185 milhões de litros/ano são produzidos na região.
Apesar dos esforços para melhorar a qualidade genética do rebanho e a
capacidade de produção, os pecuaristas não se sentem estimulados a
explorar a pecuária leiteira em termos empresariais, fazendo dela uma
importante fonte geradora de emprego e renda. Assim sendo, predomina o
empirismo, aliado ao desconhecimento e falta de capacitação técnica da
mão-de-obra envolvida em todos os níveis do processo produtivo. A classe
produtora carece de informações relativas a esquemas de cruzamentos,
manejo alimentar e manejo sanitário que permitam a obtenção e exploração
de um rebanho mais especializado na produção de leite e mais adaptado às
condições edafoclimáticas predominantes na região.
A falta de especialização e acompanhamento tecnológico à atividade da
pecuária leiteira tem sérios reflexos no custo final de produção da
matéria-prima, o que tem caracterizado o leite produzido nesta região como
um dos mais caros do País. Outro fator importante a ser considerado é a
capacidade ociosa das indústrias leiteiras da região que, em decorrência
da baixa oferta do produto, chegam a operar com apenas 23% de sua
capacidade instalada.
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