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Embrapa Gado de Leite
Sistema de Produção, 6 |
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Infra-Estrutura
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Orlando
Monteiro de Carvalho Filho |
- Introdução |
Bancos de proteína de leucena intercultivada com milho e/ou sorgo |
Via de regra, os solos da região semi-árida não apresentam restrições de fertilidade para o estabelecimento e persistência da leucena, devendo-se evitar aqueles muito rasos. Solos que permitam o aprofundamento do seu sistema radicular são os mais indicados. Deficiências agudas de fósforo devem ser corrigidas mediante adubação localizada. O preparo do solo pode ser o usualmente praticado pelos produtores, utilizando-se, basicamente, uma aração, após limpeza prévia da área: roçagem e/ou destoca com encoivaramento. È importante ressaltar que, com exceção de situações de topografia plana, as operações de estabelecimento devem ser executadas em curva de nível. O plantio da leucena pode ser realizado por semeadura direta, simultânera ao milho, em sulcos, à taxa de 2 kg/ha (10 sementes/m linear de sulco) usando-se semeadeira a tração animal ou manual tipo "matraca", adaptando-se o obturador de modo a cairem de duas a três sementes/vez (duas covas/metro linear). O crescimento da leucena nos três primeiros meses é bastante lento e o seu estabelecimento por semeadura direta, embora consideravelmente mais barato, requer cuidados adicionais como; escarificação das sementes, imergindo-as em água quente (80ºC) por três minutos; plantio nas primeiras chuvas e primeira capina efetuada mais cedo e de forma mais cuidadosa. Estas recomendações são indicadas para regiões com pluviosidade acima de 600 mm anuais. Em situações de maior risco climático, o plantio da leucena deve ser efetuado por mudas com dois a três meses de viveiro espaçadas de 1,0 m nas linhas. Entre as cultivares de leucena com disponibilidade de sementes em escala comercial, a Cuninghan e a Peru são as mais indicadas, pelo porte e pela maior proporção de folhagem na planta. Para o milho os cultivares São Francisco, Sertanejo e Asa Branca, de ciclos mais curtos, são os mais indicados para a região semi-árida. Por sua alta produção de massa verde e tolerância a déficits hídricos, embora resulte em uma silagem de qualidade um pouco inferior à do milho, é recomendável que se plante pelo menos 50% da área com o sorgo forrageiro IPA 452-4-2. Usos da leucena A partir do segundo ano do estabelecimento, poderão ser efetuados cortes para adubação verde no início da estação chuvosa, para adubação verde, para ensilagem e/ou fenação e ainda para pastejo direto da leucena. Adubação verde Esta prática é executada logo após as primeiras chuvas (cerca de 15 dias) cortando-se a leucena a 10 cm e deixando-se a massa foliar sobre o solo, entre as alamedas, para posterior incorporação, após retiradas do ramos mais lenhosos da área para não dificultar a aração. Estudos realizados permitiram indicam que a quantidade de N incorporada chega a 100 kg/ha/ano se efetuado um único corte para incorporação. Ensilagem da leucena A leucena pode ser cortada juntamente com o milho e/ou sorgo para confecção de silagens mistas, com benefícios em termos de enriquecimento protéico da silagem resultante, sem qualquer prejuízo para o processo fermentativo. Adições de 20 % de leucena ao milho resultam em elevação do teor de proteina bruta na silagem em até 12 % na matéria seca. Silagens exclusivas de leucena podem ser confeccionadas em tambores (foto abaixo) ou em pequenos silos de superfície utilizando-se filmes de polietileno (ver ensilagem de gliricidia)
Opcionalmente pode-se cortar a parte aérea da leucena para confecção de feno, seja triturando-a e deixando-a a secar, em terreiro de piso revestido, por dois dias, seja deixando-se as folhas desprenderem-se dos ramos sem triturá-los. Confeccionado desta última forma o feno obtido é de maior valor nutritivo, principalmente protéico (30%), em razão de constituir-se só de folhas, com baixo teor de fibras (inferior a 15 %), podendo, portanto, ser considerado um concentrado. O feno de leucena pode ser armazenado a granel em locais secos, ou em sacos de ráfia reciclados. Pastejo controlado da leucena A terceira e posteriores rebrotas da leucena, que se verificam após o corte para ensilagem ou fenação, podem ser utilizadas diretamente pelas vacas em lactação em pastejo controlado de duas horas/dia, após ordenha da manhã. Para isso é recomendável que a área total de leucena seja subdivida em pelo menos três piquetes, para que se permita o descanso e consequente recuperação da plantas após desfolhamento pelo animal, já que se deixada sob pastejo contínuo haverá progressiva perda de vigor seguida de morte das mesmas.
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