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Sistema de Produção de Leite
(Zona da Mata Atlântica)
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Importância econômica |
Manejo sanitário |
Para melhor visualizar o texto, os itens ficarão subdivididos da seguinte forma: Como ponto de partida, uma vaca gestante nos dois últimos meses de gestação deve encerrar a lactação, isto é, deve-se fazer com que ela interrompa a produção de leite para que a glândula mamária possa descansar, preparar-se para próxima lactação e produzir um colostro de boa qualidade. Se for uma novilha, esta preparação vem naturalmente, já que ela nunca pariu. Em torno de vinte a trinta dias antes do parto, este animal deve ser levado para a maternidade, a qual deve ser de preferência um pasto próximo ao curral, facilitando a observação diária. No caso de confinamento total, deverão ir para uma baia-maternidade. O fato de ter uma maternidade vai facilitar alguma interferência que for necessária no decorrer do parto. Por observação na maternidade, conclui-se que, em rebanhos nos quais se faz a observação no parto, os problemas são resolvidos de forma mais rápida e com maior sucesso e menor índice de natimortos. Neste período a fêmea deve receber a mesma dieta que irá receber após o parto, com restrição do sal mineral. É muito importante que neste período isto ocorra pois permite que os microorganismos do rúmen se adaptem à dieta que vai ser ingerida durante a lactação. É bom lembrar que neste período final de gestação o animal sofre as maiores transformações. Geralmente ficam mais pesados, o que dificulta a locomoção e reduz a capacidade de competição exigindo, portanto, maiores cuidados. No parto o animal perde em média 80 kilos de peso entre o feto, líquidos fetais e as membranas que envolvem o próprio feto. Isto acarreta uma mudança muito brusca que ocorre em poucas horas, levando a um certo desconforto para o animal. É um momento de muito estresse quando pode aparecer inúmeros problemas para os quais devemos ficar atentos. Devemos interferir o mínimo no parto. Os partos-problemas, isto é, aqueles chamados distócicos, ocorrem com pouca freqüência e, neste caso, a interferência humana deve causar o mínimo de danos possível, tanto à vaca quanto ao bezerro. Contudo, uma pequena ajuda para evitar complicações não fará mal algum. Os casos mais graves, porém, devem contar com acompanhamento ou supervisão de um médico-veterinário. É comum pessoas sem treinamento adequado intevir de forma inadequada e acabar causando mais problemas, e, quando chegam a chamar o veterinário, a chance de resolver o problema já diminuiu drasticamente. A decisão de chamar o veterinário deve ser tomada o quanto antes. Após
o nascimento, o bezerro deve permanecer junto à mãe por pelo menos
24 horas. Sabemos que o bezerro junto à mãe, mama de 12 a 15 vezes
ao dia. Estas mamadas permitem que o colostro passe muitas vezes
pelo aparelho digestivo, aumentando a superfície de contato do colostro
com a parede intestinal, favorecendo, assim a absorção de imunoglobulinas
(anticorpos). Por outro lado, podemos fornecer o colostro de forma
artificial, oferecendo dois litros, duas vezes por dia, com intervalo
próximo de 12 horas. O importante é que o bezerro beba em torno
de 10% do seu peso em colostro, nas primeiras 24 horas. O bezerro nasce sem proteção de anticorpos contra os agentes de doenças. A forma de adquirir estes anticorpos (defesa) é ingerindo o colostro. O colostro é o primeiro produto produzido pela glândula mamária no início da lactação. É uma rica fonte dos anticorpos que foram produzidos nos dois últimos meses de gestação. Após o nascimento, é imperativo que o bezerro beba o colostro o quanto antes para que ele adquira estes anticorpos. A capacidade de absorver os anticorpos fornecidos pela mãe no interior do aparelho digestivo do bezerro é, aproximadamente, nas primeiras 36 horas. Essa capacidade de absorção tem como pico máximo entre seis e dez horas, quando começa a diminuir gradativamente até a trigésima sexta hora. A partir deste ponto, o colostro continua sendo um alimento muito rico e deve ser aproveitado pelo bezerro e outros do mesmo plantel que são tratados de forma artificial, porém perde a importância como fonte de anticorpos. De outra forma, uma das funções do colostro é ajudar na primeira descarga intestinal, isto é, ajuda a expelir as primeiras fezes, que é o chamado mecônio. O mecônio são fezes amarelas pegajosas de difícil eliminação, portanto, sendo o colostro um leve laxante, vai ajudar nesta eliminação. Neste período devemos interferir somente se houver necessidade. Na maioria das vezes, esta intervenção é desnecessária. Uma das vantagens da maternidade é a possibilidade de observação do recém-nascido e qualquer problema que surgir neste local facilita o socorro. O excesso de colostro pode e deve ser dado para os outros bezerros. Neste caso ele não tem função de fornecedor de anticorpos, pois bezerros mais velhos perdem a capacidade de absorção dos anticorpos, mas, como alimento é até mais rico que o próprio leite. É bom lembrar que como o colostro tem uma função laxativa, para fornecer aos outros bezerros o melhor é diluir em outra quantidade de leite para não causar males de desarranjo aos bezerros mais velhos A cura de umbigo deve ser feita com um desinfetante e um desidratante. Uma solução que se tem usado com sucesso é o álcool iodado, que pode ter uma variação de 6 a 10%. O curativo deve ser feito todos os dias, por três a quatro dias. Se correr tudo bem, o coto umbilical cairá por volta do nono dia. De acordo com o manejo adotado, o qual pode ser com ou sem o bezerro ao pé, vamos ter condutas diferentes para cada modalidade. Com o bezerro ao pé, este fica à disposição na hora da ordenha para vir e apojar. Feito isso, ao acabar a ordenha, o bezerro é solto com a mãe para retirar o leite residual. Pode ser separado imediatamente após o esgotamento total do leite, ou permanecer junto até a hora da apartação à tarde. Este manejo não é o mais recomendado pois, neste caso, o bezerro mama o leite que poderia ser aproveitado na ordenha da tarde. Este tipo de manejo apresenta algumas vantagens, porém as desvantagens estão em supremacia. Por outro lado, se alimentamos os animais de forma artificial, o contato da mãe com o bezerro não existe. Isto facilita a mão-de-obra e tem-se um maior controle do que o animal está ingerindo, contudo traz todos os transtornos da criação de órfãos. Esta prática permite a observação individualizada, dando a oportunidade de se tomar atitudes mais rápidas para sanar os problemas que aparecem. Num sistema de criação, com ou sem bezerro ao pé, devemos estar sempre atentos aos problemas que podem surgir. É bom chamar a atenção para a escolha do local para o criatório de bezerros. Este local deve ser de fácil acesso, bem drenado e que se evite a canalização de ventos constantes. Tem que ser um local que, após uma chuva, seque com poucos dias de sol. Tem que ter alguma inclinação para o escoamento das águas e dejetos excessivos. Uma doença comum que acomete os bezerros nesta época é a diarréia. O animal com diarréia se caracteriza por apresentar fezes líquidas que pode ter as mais variadas aparências, desde amarela viva, passando por esverdeada, preta e vermelha, até mesmo com sangue vivo. Não se pode dar um diagnóstico seguro do causador da diarréia, pela cor das fezes, mas podemos checar a alguns componentes destas fezes e daí conduzir o tratamento com melhor eficiência. Mas a grande importância desta enfermidade é levar o animal à desidratação que normalmente é a causa principal da morte. O animal apresenta a doença, fica triste, não se alimenta de forma adequada, muitas vezes apresenta respiração acelerada e vai aos poucos apresentando sinais de desidratação, como pele seca, olhos fundos, entre outras. Por fim, as extremidades apresentam baixa temperatura e logo a seguir ele morre. Neste caso, quando forem observados os primeiros sinais de desidratação, devemos socorrer o mais rápido possível, dando mais líquidos para este animal. Podemos lançar mão da hidratação oral em primeira mão. Podem surgir casos de diarréia de causa nutricional, quando os animais não estão habituados com certo tipo de alimentação, por exemplo, nova ração que pode estar contaminada por fungos ou outros microorganismos. Nos casos mais graves, a presença de um veterinário é necessária. Outra enfermidade comum nesta época é o aparecimento de micoses. Existe um tipo de micose denominado "tinha", que causa lesões de placas arredondadas que aparecem comumente na região da cabeça e pescoço. São placas de tamanho variado, em geral de forma arredondada, muito comum em criatório coletivo. Normalmente não causa maiores danos e pode ser tratado com certa facilidade. A utilização de tintura de iodo tem efeito satisfatório, desde que aplicada todos os dias, até o desaparecimento das lesões. Esta enfermidade é mais comum em ambientes de grande concentração de animais. Em bezerreiros coletivos, onde os bezerros permanecem muito tempo juntos, o aparecimento de "tinha" é comum. Agora, ainda existe uma certa proteção dada pelo colostro e os animais começam a desenvolver a parasitose de carrapatos. É o momento em que os primeiros sintomas da tristeza parasitária começam. A tristeza parasitária é transmitida pelos carrapatos e insetos hematófagos como moscas e pernilongos. A tristeza é causada por dois agentes parasitários: o Anaplasma e a Babesia. A anaplasmose é causada pelo Anaplasma marginale e a babesiose é causada pela babesia sp. A babesia é transmitida pelos carrapatos e a anaplasma pelos insetos hematófagos. Ambas são doenças que causam anemia grave, podendo, com freqüência, levar os animais à morte. No campo é muito difícil diagnosticar estas doenças separadamente com certeza absoluta. O tratamento para a tristeza parasitária deve ser realizado assim que os primeiros sintomas forem observados. Temos no mercado vários tipos de medicamentos que são utilizados para o tratamento desta doença. Esta deve ser uma recomendação do veterinário assistente na propriedade. Quanto mais precoce o tratamento, melhor a recuperação. A partir dos três meses de idade, podemos estar atentos às verminoses, as quais acometem os bovinos jovens. Bovinos com idade até dois anos são muito sensíveis às verminoses e por isto devem receber atenção especial nesta fase, que é de grande desenvolvimento. Como as larvas de vermes estão disseminadas nas pastagens, os animais sob pastejo normal estão continuamente se infectando. Para que esta convivência esteja sob controle, devemos combater os vermes de forma estratégica. Se sabemos que estas larvas de vermes estão espalhadas nas pastagens, temos que atacar de forma que estejamos com mais vantagens. Em geral, no Brasil, na época de temperatura fria, que coincide com a seca, as pastagens estão em seu pior momento, com o capim sem desenvolvimento, de porte baixo, e as larvas não têm como sobreviver de forma normal. Neste caso, então, a maior população de vermes está dentro dos animais. Assim sendo, esta é a melhor época para se combater estes vermes. Se "vermifugarmos" os animais no inicio, meio e fim da época seca, estaremos fazendo um excelente controle destes parasitas, de forma econômica e eficiente. O uso de vermífugos com poder residual maior, como as avermectinas, pode facilitar este controle estratégico, exigindo apenas duas "vermifugações", sendo uma no início e a outra no fim de seca. Outra forma é, a partir de três meses de idade, "vermifugar" todos os animais, mensalmente, até a idade de um ano. Esta estratégia tem bom retorno financeiro. Basicamente, temos, dentro de um programa sanitário, algumas vacinas de uso obrigatório. A vacinação contra a brucelose é obrigatória somente para as fêmeas na idade entre três e oito meses de idade. Não se pode vacinar estas fêmeas a partir desta idade pois a titulação do exame pode ser positivo para o resto da vida e este animal é considerado positivo e o destino certamente é o abate. Outra vacina obrigatória é a da febre aftosa, que deve ser aplicada de acordo com a região do pais, como indicado pelos órgãos de defesa sanitária do estado. A vacinação contra o carbúnculo sintomático deve ser realizada em todos os animais acima de três meses de idade, sendo repetida de seis em seis meses até os dois anos de idade. É nesta idade que os animais estão mais sujeitos a desenvolver esta enfermidade. Como característica, é uma doença que afeta os animais com melhores escores corporais. Outra vacinação importante é a contra a raiva, que deve ser aplicada anualmente, principalmente em regiões de surto, quando grande parte do rebanho pode ser afetada pela doença. Existe no mercado um número grande de vacinas contra várias doenças, como leptospirose, rinotraqueíte infecciosa dos bovinos - IBR, diarréia bovina a vírus - BVD, mamite, campilobacteriose, colibacilose e outras tantas que devem ser indicadas para cada caso e pelo veterinário responsável pelo rebanho. Cada caso vai exigir uma conduta específica de acordo com a recomendação do veterinário. Uma das doenças mais importantes que afeta nossos rebanhos é a carrapatose. É uma doença que causa enormes prejuízos e grande desconforto para os animais, prejudicando o seu desenvolvimento e produção. Os carrapatos, além dos problemas que normalmente causam, transmitem doenças que afetam de forma drástica o animal. Estas doenças são a babesiose e a anaplasmose que fazem parte do complexo “tristeza parasitária”. Um grande complicador no combate aos carrapatos é que não podemos eliminá-los do rebanho, pois apesar de transmitir a tristeza parasitária, são eles que mantêm os níveis de anticorpos contra esta doença. Os carrapatos inoculam constantemente os agentes da tristeza parasitária nos bovinos. Assim, eles estão sempre sendo estimulados a produzir anticorpos contra a tristeza parasitária. Por outro lado, é imperativo que nossa vigilância esteja sendo levada com seriedade, pois qualquer descuido, a população de carrapatos pode aumentar de tal forma que pode levar alguns animais à morte. É comum, em propriedades descontroladas, que os animais estejam tão afetados que comecem a emagrecer, não tenham o rendimento esperado e cheguem ao extremo de morrer. Uma proposta de controle é o estratégico, que consiste em banhar os animais de forma a não deixar o desenvolvimento de teleóginas por um período de 120 dias. No Sudeste este controle deve ser realizado na época de maior calor, que coincide com a época das chuvas, quando aumenta também a umidade relativa do ar. A partir de dezembro, começa um pico de crescimento do carrapato que deve ser combatido por banho carrapaticida. Estes banhos devem ser realizados a cada 21 dias, com um total de cinco a seis banhos. Este combate deve cobrir um período de 120 dias sem que haja desenvolvimento de teleóginas. Este banho pode ser dado por aspersão ou pour on. Se o carrapaticida utilizado tiver maior tempo residual, estes banhos podem ser mais espaçados com intervalos de 35 dias. O importante é combater os carrapatos de maneira que não permita o desenvolvimento de teleóginas. A forma de dar banho pode variar com o produto. Em geral o banho por aspersão requer em torno de quatro a cinco litros de solução por animal adulto. O animal tem que ser molhado totalmente desde a cauda até a ponta do focinho. Um dos grandes problemas que encontramos nos banhos carrapaticidas é que as partes baixas e as reentrâncias da pele, muitas vezes, não ficam bem molhados e os carrapatos que ali estiverem não sofrerão os efeitos do veneno. Estes carrapatos vão se desenvolver e contaminarão as pastagens, prejudicando de forma drástica o controle destes parasitas. Quando formos banhar o rebanho, devemos atingir todo o contingente no menor espaço de tempo. Por exemplo, não é recomendado que se banhe os animais solteiros numa semana e os de leite na semana seguinte. Além de termos um controle muito trabalhoso dos animais que foram banhados, pode acontecer de um deles trocar de lote e ser o contaminador daquele pasto. O ideal é que se banhe todo o rebanho no máximo em três dias. Um agravante do combate aos carrapatos é durante a época em que se tem a maior precipitação pluviométrica. Quando os animais tomam banho carrapaticida e logo após são atingidos por uma chuva, dependendo do produto utilizado, este é lavado e perde o efeito. Neste caso o controle é interrompido e não se alcançam os resultados esperados. Este é um dos grandes causadores de insucesso do combate estratégico dos carrapatos. Outro que se deve chamar a atenção é que os banhos não foram dados de forma adequada, tanto em quantidade quanto em qualidade, não atingindo todos os pontos do corpo do animal. Há uma variação enorme da quantidade gasta pelos proprietários para banhar seus rebanhos. Esta quantidade varia de meio litro até oito litros por animal. Como se há de convir, com meio litro de calda não é possível banhar todo um animal adulto. Por outro lado, oito litros para banhar um animal está se desperdiçando o produto. Um dos grandes problemas que encontramos nas propriedades é a forma de se dar banho. Quando se faz uso de aspersores, os costais são o vilão da história. Com uma capacidade para 20 litros de calda, que daria para banhar entre quatro e cinco animais, temos visto que nas propriedades, com mesma quantidade de calda, o funcionário banha até 40 animais. Conclui-se que este banho foi mal dado. Este problema vem da bomba que é pesada, o trabalho realizado pelo operador é pesado e, por esse motivo, os três primeiros animais têm banhos melhores, nos outros vem o cansaço e o operador não agüenta mais, então, não consegue trabalhar adequadamente, fugindo do objetivo. É muito comum, nestes casos, as pessoas reclamarem do produto. Muita vezes há troca do produto sem que se preocupe com o princípio ativo que pode, com freqüência, ser o mesmo que o anterior. Às vezes, no segundo banho com o mesmo produto, o operador consegue um melhor sucesso. O motivo é, simplesmente, porque houve maior capricho no banho. Outra ação comum é a troca constante de base medicamentosa, sem critério. Isso ocorre sempre que não se tem sucesso com os tratamentos. Mesmo assim, apesar da troca por outra base, o vilão continua sendo o banho mal realizado. Todos estes cuidados devem ser observados na hora de planejar o controle estratégico. Qualquer erro, em qualquer fase, pode comprometer seriamente o sucesso. A mamite é a inflamação da glândula mamária. É causada pelos mais diversos agentes. Os mais comuns são as bactérias dos gêneros estreptococos e estafilococos. Outros agentes causadores de mamites são os coliformes. É preciso trabalhar preventivamente no controle de mamite, pois esta é uma doença que surge repentinamente. Sendo uma doença de manejo, para se fazer uma prevenção adequada, é preciso considerar todo o manejo da propriedade. Quando os índices dessa doença se elevam, significa que uma ou mais ações dentro do manejo está sendo executada de forma inadequada. Vale ressaltar que as mamites ambientais são esporádicas e podem acometer qualquer dos animais em lactação. Dentro deste manejo da propriedade, devemos levar em consideração todo o processo realizado diariamente dentro da propriedade, desde quando os animais estão no pasto, vão para a ordenha e voltam para o pasto. Não importando a forma de ordenha, seja ela mecânica ou manual, deve ser observado a condução de todo o processo, pois um dos grandes causadores de mamite é quando a ordenha não é bem conduzida. No processo com ordenha mecânica, os equipamentos devem ser conduzidos como recomendado pelos fabricantes. As trocas de peças e borrachas têm que ser executadas dentro do prazo recomendado, assim como o nível de vácuo, pois tanto o excesso como a falta deste vácuo são grandes fatores predisponentes para o aparecimento de mamite. Esses são alguns exemplos do que pode causar a presença da mamite. Existem vários testes que podem auxiliar no diagnóstico da mamite. O “CMT” (California Mastitis test) é um teste que pode ser realizado no campo, muito prático. Porém, deve ser executado por profissional treinado. A contagem de células somáticas “CCS” é outro exame que é usado para o diagnóstico da mamite, o qual é feito em laboratório. Estes dois meios de diagnóstico são utilizados para diagnosticar a mamite subclínica. Esta mamite ocorre com certa freqüência nos rebanhos. É a mamite que não podemos enxergar a olho nu, porém ela é a precursora da mamite clínica. A mamite clínica é aquela que se pode ver a olho nu. Outro teste que pode auxiliar no diagnóstico da mamite é a cultura. Toma-se uma porção do leite afetado e faz-se uma cultura em laboratório. Este exame é utilizado para identificar o causador da mamite. O teste prático mais eficiente é o teste da caneca telada ou de fundo escuro. Esse é o teste que se deve fazer a cada ordenha. Ele detecta a mamite clínica nos primeiros jatos de leite. Quando a mamite clínica aparece, há um depósito de leucócitos (células de defesa) no canal da teta e estes leucócitos formam grumos que são visualizados logo nos primeiros jatos de leite. Estes primeiros jatos devem ser depositados na caneca de fundo escuro ou telada onde os grumos serão visualizados com mais facilidade. Devido o contraste do fundo da caneca com os próprios grumos, estes ficam mais aparente. Neste caso, estamos diante da mamite clínica. No caso de mamite clínica, o animal deve ser retirado do recinto e ser ordenhado mais tarde, após os animais sadios. Dependendo da gravidade da mamite, o animal deve ser ordenhado fora do local de ordenha para não contaminar o ambiente. Se a mamite for crônica, o animal deve ser descartado. No caso de controle adequado da mamite, pode-se utilizar a linha de ordenha onde primeiramente são ordenhadas as vacas sadias, depois as que já tiveram mamite e foram curadas e, no final, aquelas que estão com mamite e em tratamento. O tratamento das vacas com mamite varia de acordo com o caso apresentado. Em geral, os tratamentos devem ser precedidos de ordenhas sucessivas: em torno de quatro no período do dia. Se for o caso de necessidade de medicamento, tratar somente após a última ordenha do dia. As vacas secas devem ser tratadas com medicamentos próprios para esta fase. Existe no mercado vários medicamentos para tratamento preventivo de vacas neste período de descanso. É bom lembrar que estes medicamentos nunca devem ser utilizados para tratar mamites comuns, pois eles são próprios para a prevenção da mamite no período seco. Uma das grandes preocupações em todos os criatórios de bovinos são os cascos. A importância dos cascos na locomoção do animal é vital. Qualquer problema que possa vir a acontecer com os cascos pode comprometer de forma drástica a produção. São muitas causas que prejudicam os cascos. Dentre as várias que podemos citar, temos como muito importante a alimentação e o desgaste que ocorre, principalmente, em animais confinados. Em animais não confinados, quando chega a estação chuvosa, época em que o barro é abundante, há um amolecimento dos cascos que favorece o desgaste deles. Estes fatores somados levam ao aparecimento de vários problemas que afetam diretamente os animais. Animais que têm os cascos comprometidos podem apresentar inúmeros problemas, mas um dos que mais chamam a atenção é a reprodução. Os animais afetados não só têm perda de peso como não demonstram cios. Esta perda afeta diretamente o intervalo entre partos, além de ser comum a perda total do animal. |
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