Embrapa Mandioca e Fruticultura
Sistema de Produção, 16
ISSN 1678-8796 Versão eletrônica
Dez/2003

Sistema de Produção de Citros para o Nordeste

Claudio Luiz Leone Azevêdo

Início

Importância econômica
Clima
Solos
Adubação
Variedades
Mudas e sementes
Plantio
Irrigação
Tratos culturais
Plantas daninhas
Doenças
Pragas
Uso de agrotóxicos
Colheita e pós-colheita

Processamento
Mercado e comercialização
Coeficientes técnicos
Referências bibliográficas
Glossário


Expediente

Clima

O clima exerce grande influência sobre o vigor e longevidade das plantas cítricas, qualidade e quantidade de frutos. Os citros desenvolvem-se melhor em regiões de clima mais ameno, desde que os solos sejam adequados e o regime pluvial atinja cerca de 1.200 mm anuais, bem distribuídos durante o ano, podendo-se suplementar os déficits com água de irrigação. No Nordeste geralmente as chuvas ocorrem com maior intensidade de março a agosto (inverno). Embora a limitação climática para o plantio de citros, possa ser contornada pelo uso de irrigação, principalmente em áreas do Nordeste onde o regime pluviométrico é abaixo de 700mm, percebe-se que em sua maioria os pomares ainda não dispõe de irrigação.

A altitude mais adequada aos pomares varia de 20 a 500m e o regime pluviométrico de 1.000 a 1.800mm. Com respeito a umidade relativa, ela é mais alta no Nordeste, onde no inverno atinge a quase 100%. A média pode estar situada entre 75 a 80%. A temperatura média anual varia de 19ºC no Sul a 25ºC (NE). Independente da região, a floração ocorre em setembro, podendo ocorrer mais de uma florada à medida que se aproxima das condições tropicais e quanto mais distante do equador maior tempo permanecem os frutos na árvore.

Os elementos climáticos exercem influência sobre os citros, destacando-se dentre esses a temperatura que, além de ter efeito acentuado sobre a qualidade do fruto, foi o fator que determinou a distribuição geográfica das plantas cítricas na grande faixa de 40º ao norte e sul do equador.

Os frutos produzidos nos climas frios têm melhor coloração da casca e da polpa, bem como teores mais altos de açúcares e ácidos, que acentuam o sabor. Nos climas quentes os frutos são menos coloridos interna e externamente, com teores mais baixos de açúcares e principalmente de acidez, o que resulta em frutos mais doces, porém de paladar mais pobre. Sob temperaturas mais altas o período floração-maturação é bastante encurtado e os frutos permanecem pouco tempo na planta depois de maduros. Os climas quentes são propícios ao cultivo dos pomelos e toranjas, limas doces e ácidas e limões verdadeiros.

É interessante notar que as condições climáticas do Brasil permitem ao país desenvolver uma citricultura tropical, dos arredores do equador até as proximidades do paralelo 20º Latitude Sul, onde predominam temperaturas mais altas, e uma citricultura menos tropical, na região que se estende da referida latitude até o Rio Grande do Sul, de clima mais frio.

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