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Sistema de Produção de Citros para o Nordeste | ||
Importância
econômica |
Tratos Culturais | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Podas As podas empregadas em pomares cítricos são de três tipos: poda de formação, de limpeza e de rejuvenescimento. As podas, de um modo geral, devem supervisionadas por um técnico e programados com antecedência os aspectos técnicos, tais como intensidade, época de execução e tratamento de proteção dos locais cortados. A poda de formação tem como objetivo formar a estrutura de sustentação, evitar a quebra de ramos e tornar a planta mais equilibrada. A poda de formação é realizada na muda logo após a implantação do pomar, sendo muito importante para as mudas do tipo palito ou vareta. Deve-se formar três pernadas básicas, a partir de 45 cm até uma altura de 60 cm do solo. A poda de limpeza é feita para retirada de ramos secos, atacados por pragas ou doenças e de ramos ladrões, improdutivos. Essa poda elimina focos de pragas e doenças, e permite um melhor arejamento da planta. Quando algum ramo doente é podado deve ser, preferencialmente, tratado com pasta cúprica. Essa operação pode ser feita utilizando-se tesouras e serras de poda. A poda de rejuvenescimento é recomendada para pomares velhos, que produzam safras pequenas ou frutos de má qualidade, mas cujas plantas estejam sadias. Essa operação pode ser feita com serrotes ou moto-serra e retirada toda a copa 30-40cm acima das pernadas, expondo todo o tronco e a parte restante dos ramos principais, que devem, por isso, ser caiados, para proteção contra os raios solares e eliminação de fungos e parasitas. Essa poda deve ser empregada depois da colheita, efetuando-se as adubações recomendadas pela análise de solo e folhas e, sempre que possível, efetuando-se o plantio de leguminosas nas ruas. Todo o material resultante da operação deve ser retirado do pomar e queimado, podendo-se também, triturá-lo nas entrelinhas com roçadeiras, caso não seja um material muito atacado por pragas e doenças. Fitorreguladores Os fitorreguladores devem ser de uso restrito e somente devem ser empregados produtos registrados para citros, mediante recomendações técnicas e legislação vigente. O emprego de reguladores de crescimento deve ser específico para variedades em que se torne imprescindível seu uso e quando não for possível ser substituído por outras práticas de manejo. Manejo e Conservação do solo
Manejo do Solo e Mato nas entrelinhas A cobertura vegetal protege o solo do impacto das gotas de chuva e irrigação que provocam dispersão de partículas, mais tarde arrastadas pela enxurrada, do trânsito de máquinas, reduzindo seu efeito sobre a compactação. O produtor deve manejar melhor o mato, evitando concorrência pelos fatores de produção como a água, explorando também, seu efeito benéfico como cobertura no período das chuvas. Na época seca o mato deve ser mantido, preferencialmente, roçado baixinho, minimizando sua concorrência por água com os citros. O citricultor deve plantar as coberturas vegetais nas entrelinhas do pomar nos meses maio e junho para as condições da Bahia e Sergipe. Chama-se atenção para o manejo da vegetação espontânea e coberturas vegetais (gramíneas e leguminosas) em ruas alternadas do pomar. Quando e como plantar as leguminosas Deve-se dar preferência ao plantio direto dessas coberturas para evitar o efeito danoso da gradagem sobre as propriedades físicas do solo, sistema radicular dos citros e pelo próprio efeito benéfico e cumulativo sobre essas propriedades, proporcionado por essas leguminosas como melhoradoras de solo. Nesse sistema de plantio é necessária a aplicação de um herbicida pós-emergente à base de glifosate, para dessecação do mato presente nas entrelinhas do pomar; após uma semana, procede-se o plantio mecanizado das leguminosas em sulcos ou manual em covas ou buracos, neste último caso espaçados a cada 25 cm x 25 cm, colocando-se duas a quatro sementes por buraco. O consumo de sementes por hectare é de 60 a 80 kg para feijão-de-porco (Canavalia ensiformis), 20-30 kg para crotalária (Crotalaria juncea) e de 12 a 15 kg para milheto (Pennisetum glaucum). No sistema de plantio direto, aponta-se algumas vantagens em relação ao convencional a lanço, que são a retirada por completo da grade do pomar para o controle de plantas daninhas, a segurança de que dificilmente necessitará de uma replanta em função da melhor condição competitiva dada as leguminosas pelo dessecamento do mato e pela disponibilidade de água, em virtude da formação da cobertura morta, o menor risco de erosão, o menor gasto de sementes por hectare e, consequentemente a redução de custos. Roçagem das leguminosas A roçagem dessas leguminosas pode ser mecanizada ou manual a depender da condição do citricultor, e efetuada a 20-25 cm do solo para formação de uma boa cobertura verde. Para os estados da Bahia e Sergipe, recomenda-se a roçagem em setembro/outubro. Esse manejo recomendado para as leguminosas é muito importante, pois no período de deficiência hídrica no solo (período de seca), não se recomenda a convivência do pomar com estas plantas para evitar a concorrência por água. Quando ceifadas, o sistema radicular permanece no solo, decompõe-se, promovendo a descompactação biológica do solo. Subsolagem Em pomares adultos e em formação (1 a 2 anos), recomenda-se, quando necessário, subsolar o solo nas entrelinhas dos citros o mais profundo possível (60 a 70cm) para reduzir a compactação e o adensamento. Após essa operação, deve-se implementar as práticas de manejo do solo recomendadas. A faixa a ser subsolada nas ruas da cultura é a mesma onde se passa a grade e roçadeira para controle do mato. De uma maneira geral, deve-se respeitar uma distância de 0,50 m para fora da copa. A subsolagem deve ser efetuada logo após as primeiras chuvas de inverno, evitando solos extremamente secos ou úmidos até a camada a ser trabalhada. Determinação da declividade do terreno Para determinar a declividade de uma área, pode-se utilizar um instrumento de construção doméstica, que é um cavalete de madeira com um nível de carpinteiro (Fig. 1), realizando os seguintes passos:
Terminada a marcação da primeira curva de nível, inicia-se a segunda, repetindo-se todo o processo descrito nos itens 8.2 e 8.3. Ao final deve ser realizado um repasse em cada curva eliminando os pontos que ficaram fora da rota, "amaciando" a curva para guiar o trator.
Fonte: Adaptado de BERTONI, J.; LOMBARDI NETO, F. Conservação do solo. São Paulo: Agronômica Ceres, 1990. 392p. |
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