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Sistema de Produção de Citros para o Nordeste | ||
Importância
econômica |
Doenças | |||||||||
Doenças dos citros: Doenças
causadas por fungos
Esta é considerada a principal doença de sementeiras. Ela pode ser causada pelos fungos Rhizoctonia solani, Pythium aphanidermatum, Phytophthora citrophthora, P. nicotianae var. parasitica ou Fusarium spp. A maioria das sementes apodrecem e não germinam. As que conseguem germinar formam plantinhas com folhas amareladas, murchas, seguindo-se um apodrecimento na região do colo, próximo à linha do solo, provocando seu tombamento e morte. Do início das leões nas primeiras plantas até um .ataque generalizado em toda a sementeira o período pode ser de até 72 horas. Como medidas preventivas, tratamento do solo com com Dazomet na dosagem de 2,5 kg por 100 k de solo. Neste caso deve-se esperar por um período de 3 a 6 meses antes de se fazer a semeadura. As sementes devem ser tratadas pelo calor submentendo-as a 51 oC-52 oC durante 10 minutos ou pelo tratamento químico com Apron 3 gramas por quilo de sementes ou captan, 4 g/k se sementes. Como tratamento preventivo do solo para preparo de mudas em vasos, recomenda-se o uso de Quintozene na base de 400g/m3 de solo. Nas sementeiras conduzidas em tubetes, e sob rigoroso controle em telados com proteção antiafídica, a utilização de substratos artificiais sem patógenos isenta da necessidade de controle. Em caso do ataque ser pós-emergente e ocasionado pelo fungo Rhizoctonia usam-se produtos à base de PCNB na dosagem de 300g para 100 l de água, aplicando-se 2 litros por metro quadrado de canteiro. Caso o ataque seja ocasionado por Pythium ou Phytophthora usar fosetyl-Al na dosagem de 250g/100 l de água pulverizando as plantinhas até o ponto de escorrimento. Em ambos os casos as plantinhas doentes devem ser retiradas da sementeira. Gomose A gomose de Phytophthora é causada pelos fungos P. parasitica e P. citrophthora. Os sintomas podem variar dependendo da espécie ou cultivar de citros, da idade da planta, dos órgãos onde ocorre o ataque ou das condições ambientais prevalecentes. Em viveiros, o fungo pode atacar os tecidos da região do colo das plantinhas, com lesões deprimidas de cor escura que aumentam de tamanho e acabam provocando a morte das mudas. O fungo pode ainda infectar sementes e causar podridões antes mesmo da germinação. Para diminuir a incidência em viveiros recomendam-se as seguintes medidas: desinfestar o solo, tratar as sementes com fungicidas ou com calor (10 minutos a temperatura de 51,7ºC); tratar a água de irrigação com sulfato de cobre 20ppm); evitar adubações nitrogenadas pesadas; pulverizar periodicamente as mudas com fungicidas (Fosetyl-Al); colocar no solo da sementeira entre as linhas o fungicida Metalaxyl na formulação granulada; não repetir o viveiro na mesma área. Em plantas adultas os sintomas incluem: exsudação de goma, escurecimento dos tecidos localizados abaixo da casca, sintomas reflexos da parte aérea, como clorose intensa das folhas correspondendo ao lado do tronco ou das raízes principais onde ocorrem as lesões. Os frutos mais próximos ao solo podem ser contaminados apresentando podridão seca de cloração marrom-parda que apresentam forte cheiro acre. Para controlar a gomose , recomenda-se utilizar porta-enxertos que apresentem alguma resistência aos fungos ( Tangerina Sunki, Citranges, Citrumelos e Poncyrus trifoliata) ; evitar solos pesados e mal drenados; enxertar as plantas a uma altura de 30 a 40 cm do solo; evitar o acúmulo de umidade e detritos junto ao colo das plantas; evitar adubações nitrogenadas pesadas e presença de esterco e terra, amontoados junto ao colo; podar os galhos inferiores a 80 cm evitando, principalmente a podridão de frutos; pincelar o tronco e a base do ramo com um fungicida preventivo ou pasta bordaleza antes do início da estação chuvosa; evitar ferimentos durante os tratos culturais; inspecionar regularmente os pomares, examinando a região da base do tronco (em todo o pomar) e raízes laterais principais (nas plantas da área foco). Como tratamento curativo recomenda-se o pincelamento dos troncos com pasta bordaleza (1:1:10) ou fosetyl-Al (4,8g i.a./L) após a cirurgia localizada para retirar os tecidos lesionados, pulverizar a copa com o mesmo produto na dosagem de 2g i.a./L, combinando-se esse tratamento com a aplicação no solo de Metalaxil (60g./planta adulta). As aplicações em número de 3 devem ser feitas no início e durante o período chuvoso do ano, quando as condições ambientais são mais favoráveis ao fungo. Rubelose Causada pelo fungo Corticium salmonicolor a doença vem se destacando no ataque às tangerinas, limas doces e pomelos. A rubelose provoca a morte dos ramos com o aparecimento de lesões que, geralmente, se iniciam nas forquilhas dos ramos principais. Nesses lugares o teor de umidade é maior favorecendo o desenvolvimento do micélio fungo que em certas situações chega a ser visto a olho nu como um revestimento esbranquiçado, brilhante sobre o tecido apodrecido da casca. O avanço dos sintomas faz com que o micélio desapareça ficando apenas um filamento longo que penetra na parte interna do ramo. Corresponente à lesão, as folhas da copa tornam-se amareladas, porem persistem por muito tempo na planta. Com a morte da casca os ramos apresentam fendilhamentos e descamações. As lesões de rubelose podem tomar grandes áreas e com isso provocar a morte de toda a copa da planta. Para diminuir a incidência da doença recomendam-se as seguintes medidas: melhorar as condições de aeração da planta por meio de poda de ramos secos, improdutivos e mal posicionados (a operação deve ser realizada após a colheita principal); cortar os ramos atingidos cerca de 30 cm abaixo da margem inferior das lesões; pincelar o corte dos troncos e ramos principais, especialmente as forquilhas com uma pasta cúprica; destruir pelo fogo todo o material podado. Em regiões com temperaturas amenas e alto teor de umidade ou quando a incidência da doença causa danos econômicos, recomenda-se um monitoramento no pomar para definir o início das infecções. Definido este período, deve-se aplicar em pulverização sobre as plantas, principalmente nas zonas de forquilhas, Chlorotalonil na dosagem de 300g/100 L de água, aproximadamente 45 dias antes deste período estabelecido, em 3 pulverizações, obedecendo um intevalo de 15 dias. Cancro do tronco do limão Tahiti A doença afeta principalmente o limão Taiti, é de ocorrência recente, porem tem caráter destrutivo, chegando a matar a planta em poucos meses. Os sintomas se caracterizam por um amarelecimento localizado ou generalizado da copa, reflexo da destruição dos vasos de condução de seiva causado por uma lesão que se inicia próximo ao local da copa/porta-enxerto e que evolue apenas para os tecidos do limão taiti, não afetando os tecidos do porta-enxerto. A lesão inicialmente apresenta-se com áreas escurecidas na casca. Fazendo-se uma raspagem observa-se que os tecidos mais internos estão apresentando uma podridão úmida de cor marrom e de contornos irregulares. Com o progresso da área afetada, aparece excessiva exsudação de goma, o que tem confundido a doença com a gomose causada por Phytophthora. Os ramos mais finos, ocasionalmente também podem apresentar infecções, com abundante exsudação de goma. Quando a lesão circunda totalmente o tronco, a planta torna -se completamente amarelada, as folhas caem e a planta morre. Como medidas de controle recomenda-se a poda de todos os ramos afetados e aqueles mais baixos e pendentes em direção ao solo. Nas lesões de tronco, delimitar a área afetada, cortar toda a casca apodrecida e cinco centímetros de tecidos sadios em volta dela. Em seguida raspar o lenho exposto até eliminar toda a secreção existente e aplicar pasta bordaleza (1:1.10). Nestas árvores e em todas as demais, mesmo sadias, num raio de 30 metros, aplicar em pulverização, com um fungicida sistêmico do grupo dos triazois, repetindo três vezes a cada 20 dias. Todo o material podado deve ser retirado do pomar e queimado. Verrugose Dentre as doenças das plantas cítricas, a verrugose é a mais freqüente tanto em sementeiras e viveiros como em pomares, afetando somente frutos de laranjas doces. A doença pode ser causada por três espécies de fungos: na laranja Azeda, pomelos, limões verdadeiros, limão Cravo, Volkameriano, Rugoso é causada pelo fungo Sphaceloma fawceti; em tangerinas é causada por S. fawceti var. scabiosa, nestes casos afetando folhas ramos e frutos e nas laranjas doces afetando somente os frutos e causada por S. australis. Quando a verrugose aparece nas sementeiras e viveiros, afetando os principais porta-enxertos utilizados na citricultura, os tecidos jovens são preferencialmente atacados, causando deformações em folhas e ramos novos com lesões salientes e ásperas. Os sintomas iniciais nas folhas ainda transparentes são pequenas manchas pontuais brilhantes e aquosas. O controle neste caso pode ser feito de preferência preventivo, iniciando-se com o aparecimento das primeiras brotações com benomil (50 g/100 L de água). 30 dias após, aplicar oxido cuproso (100 g/100 L de água) ou oxicloreto de cobre em dosagens que variam de 150-300g/ 100L de água, conforme a marca comercial utilizada. Uma terceira aplicação com benomil pode ser repetida, de quatro a oito semanas após ou no caso novas brotações apresentarem os sintomas iniciais. Em pomares, no caso da verrugose das laranjas doces, o fungo afeta somente os frutos durante os 3 primeiros meses de vida, sendo que as lesões no fruto maduro serão maiores quanto mais cedo o fruto for atacado. As lesões são corticosas, salientes e irregulares, medindo em torno de 1,0 a 3,0 mm de diâmetro podendo agruparem-se prejudicando grandes áreas do fruto. Neste caso, o período mais importante para o controle é na floração, na fase de frutos chumbinho, (em início de formação). Por essa razão recomenda-se a primeira aplicação preventiva quando 2/3 das pétalas tiverem caído com um fungicida sistêmico do grupo dos triazois, e uma segunda aplicação 20 a 30 dias após a primeira, ou mais cedo se o período for chuvoso com um produto à base de cobre (oxido cuproso 100 g/ 100 L de água ou oxicloreto de cobre 150-300 g/ 100 L de água) ou mancozeb (250g/ 100 L de água ). Como o uso de fungicidas pode favorecer o aparecimento de cochonilhas, recomenda-se a adição de óleo emulsionável à calda fungicida nas dosagens recomendadas. As aplicações em mistura com óleo mineral emulsionável não devem ser feitas sobre os frutos já desenvolvidos para evitar sintomas fitotóxico de mancha estrelada. Melanose Esta doença torna-se importante em pomares cuja produção destina-se ao mercado de fruta fresca. Causada pelo fungo Phomopsis citri, apresenta lesões salientes escuras, muito pequenas que podem aparecer dispersas na superfície do fruto ou em estrias. A poda de ramos secos é importante medida de controle reduzindo os focos de infeção, pois o fungo sobrevive de uma estação para outra nestes ramos. As pulverizações preventivas devem ser feitas com os mesmos produtos e na mesma época em que se controla a verrugose pois os frutos também são mais suscetíveis nos primeiros três meses de formação, o que permite o controle das duas doenças simultaneamente. Pinta preta A doença é causada pelo um fungo, Guignardia citricarpa que se dissemina com muita facilidade dentro e entre os pomares. Os sintomas, tanto em frutos quanto em folhas, são mais freqüentes nas áreas da planta que ficam mais expostos ao sol. Nos frutos, os sintomas apresentam caracteristicas diversas recebendo diferentes nominações: mancha marrom ou mancha dura (lesões escuras com bordas salientes marrom-escuras, centro deprimido contendo pequenas pontuações negras); mancha sardenta (lesões pequenas com minúsculas pontuações negras ao seu redor); mancha virulenta ou mancha negra (lesões grandes, irregulares com o centro acinzentado e bordas salientes marrom-escuras ou vermelho-escuras); pinta preta ou falsa melanose (lesões pretas, quase sempre numerosas, pouco deprimidas, com o centro pardacento, apresentando pontuações pretas, medindo entre 2 a 6 milímetros de diâmetro, assemelhando-se aos sintomas da melanose.). A suscetibilidade dos frutos vai desde a fase chumbinho até cinco meses após a queda das pétalas (pingue-pongue). Nas folhas o centro da lesão tem cor cinza, as bordas são salientes, marrom-escuras com um halo amarelado ao redor. São raros em laranjas e mais comuns em limões e tangerinas. Como medidas preventivas de controle, recomendam-se a retirada dos frutos temporões infectados, recobrir as folhas infectadas caídas cobrindo-as com o mato existente na linha previamente controlado com um herbicida pós emergente, evitar o trânsito de frutas de regiões onde há ocorrência da doença, evitar a utilização de material de colheita de outras propriedades localizadas em regiões afetadas. O controle químico pode ser feito de maneira satisfatória usando-se duas pulverizações em intervalo de 8 semanas, sendo a primeira logo após a queda das pétalas das flores. Os produtos mais indicados são: triazois (25g/i.a.) + Mancozeb (160g/i.a.) + Óleo (0,5%) em 100 litros de água. Uma alternativa é a aplicação de Oxicloreto de cobre (90g/i.a.) + Óleo (0,5%) em 100 litros de água ou Difenoconazole (10g/i.a.) em 100 litros de água. Estrelinha ou queda de frutos jovens A doença é causada pelo fungo Colletotrichum acutatum que infecta os tecidos de flores e frutos jovens, provocando a queda prematura desses frutos. Em flores infectadas, os primeiros sintomas aparecem, nas pétalas, sob a forma de lesões encharcadas de coloração alaranjada.As pétalas afetadas adquirem uma consistência rígida e ficam firmemente aderidas ao disco basal. Quando as condiçôes são favoráveis os sintomas podem aparecer antes mesmo que a flor se abra. Após o florescimento, os frutinhos recem-formados amarelecem, destacam-se da base do pedúnculo e caem, deixando os discos basais, os cálices e as sepalas aderidos. Os cálices continuam crescendo, tranformando-se numa estrutura dilatada, com as sepalas salientes, semelhantes a estrelas, daí a denominação da doença de "estrelinha".a cair, porem, afetados pela doença, permanecem desenvolvendo-se deformados, e pequenos, menores que 1 cm de diâmetro. Praticamente todas as variedades de laranja doce são afetadas pela doença, entretanto os maiores danos são verificados em variedades que apresentam vários surtos de floração como por exemplo os limões verdadeiros, as limas ácidas Taiti e Galego e a laranja Pera. Nestas variedades os restos de cultura da produção temporã contribuem para o aumento da quantidade do fungo que irá atacar a florada seguinte. Entre as variedades menos afetadas destacam-se as tangerinas, os tangores e a laranja Hamlim. O Controle químico da doença é obtido pela proteção das flores com com um fungicida sistêmico do grupo dos triazois, intercalados com chlorotalonil ou Mancozeb obedecendo um esquema de controle que proteja a flor desde a fase palito de fósforo até o fruto no tamanho bola de ping-pong. Dependendo das chuvas, as pulverizações deverão se iniciadas antes da abertura das flores, na fase palito de fosforo ou na fase cotonete. Nestes momentos o recomendado é a utilização de um fungicida sistêmico, que dá uma proteção mais prolongada e eficiente. Como o fungo desenvolve formas de resistência a estes pesticidas, recomenda-se uma segunda aplicação, desta vez utilizando-se clorotalonil na dose de 100g/100 L água. quando os frutos estiverem do tamanho de uma bola de gude. Uma terceira aplicação com fungicida sistêmico, que pode ser opcional, quando o fruto estiver maior que uma bola de ping-pong. Esta terceira aplicação é útil, nesta época, para controlar a verrugose, em regiões onde ela ocorre. Em áreas irrigadas por aspersão, as pulverizações devem ser noturnas, para evitar um período prolongado de umidade que poder-se-ia somar com a umidade do orvalho, caso as pulverizações fossem feitas durante o dia.
Cancro cítrico Cancro cítrico é uma doença causada pela bactéria Xhantomonas axonopodis pv. citri que provoca lesões nas folhas, frutos e ramos e, consequentemente queda de folhas frutos e de produção. Os sintomas nas folhas iniciam pelo surgimento de manchas amarelas, pequenas que aos poucos crescem transformam-se em lesões corticosas, salientes, localizadas, na mesma região da folha, nos dois lados. Com o envelhecimento da lesão aparece um bem delineado halo amarelo em sua volta. Nos ramos as lesões são crostas salientes de cor parda, semelhantes à das folhas, porem agrupadas, recobrindo extensas áreas. Nos frutos os sintomas são inicialmente superficiais, com lesões necróticas salientes que provocam o rompimento da casca, possibilitando a entrada de outros microorganismos que irão acelerar a podridão. A prevenção é a melhor arma contra o cancro cítrico e deve ser feita já na implantação ou renovação do pomar, com mudas sadias, e plantio de quebra ventos. Os cuidados devem ser redobrados durante a colheita. Essa época é a mais favorável para a disseminação da doença por causa do intenso trânsito de pessoas e materiais dentro da propriedade. A bactéria pode sobreviver na madeira, plástico, metal e tecido. As medidas preventivas devem começar com uma rigorosa inspeção dos pomares. A muda deve ser adquirida de viveiros conduzidos em telados com proteção contra insetos; o controle da larva minadora deve ser feito de modo eficiente sempre que no talhão, 50% das plantas apresentem brotações novas; as escadas e sacolas e caixas devem ser devem ser desinfestadas; Amarelinho ou clorose variegada dos citros - CVC Desde a sua constatação em 1987, a clorose variegada dos citros - CVC ou amarelinho, passou a ser a doença mais importante da cultura dos citros, causando um prejuízo anual de 100 milhões de dólares. A doença é mais severa em plantas jovens, que passam a produzir frutos pequenos, duros, com acidez excessiva e pouco suco, imprestáveis para a comercialização. O agente causal é a bactéria, Xilella fastidiosa, que vive no lenho da planta. A planta afetada apresenta nas regiões mediana e superior da copa uma clorose foliar semelhante a deficiência de zinco, porém quando as folhas amadurecem, surgem pequenas pontuações de cor marrom claro na sua face inferior em correspondência as áreas amareladas da face superior. Com a continuação estas lesões tornam-se necróticas, de coloração marrom escuro e ligeiramente salientes. A doença causa redução no tamanho dos frutos que se tornam endurecidos e amadurecidos precocemente. O desenvolvimento anormal dos frutos favorece a incidência de rachaduras na casca, queimaduras de sol tornando-os imprestáveis para a comercialização. Esta doença afeta todas as variedades de laranja doce, Pera, Natal, Hamlin, Bahia, Baianinha, Valencia, Folha Murcha, Barão, independente do porta-enxerto utilizado. Não tem sido visualizados sintomas em tangerineira Poncam Mexerica, em limões verdadeiros, tangor Murcotte e lima ácida Galego que apesar de assintomáticas podem ter a bactéria em seus tecidos. A disseminação da doença se dá por meio de insetos como as cigarrinhas específicas da planta cítrica. A dispersão da bactéria para médias e longas distâncias de um foco inicial é feita através da comercialização de mudas contaminadas. Como medidas de controle recomenda-se: plantio de mudas sadias adquiridas em viveiros registrados, evitando a comercialização de mudas provenientes de regiões contaminadas; manter o pomar com as ruas limpas e o mato baixo nas entrelinhas; realizar inspeções periódicas nos pomares para determinar a presença de cigarrinhas e focos iniciais da doença. Plantas com menos de quatro anos com frutos pequenos, tornam-se irrecuperáveis; efetuar poda de ramos, cerca de 50 e 70 centímetros à partir da última folha inferior com sintomas; nos viveiros, utilizar inseticidas, com aplicação quinzenal, no período em que as plantas estiverem emitindo novas brotações; os viveiros devem ser instalados cerca de 200 metros dos pomares cítricos;
A leprose é causada por um vírus localizado, transmitido pelo ácaro vermelho (Brevipalpus phoenicis) e ocorre principalmente em laranjeiras doces. Os sintomas aparecem nas folhas, ramos e frutos, reduzindo a produtividade e o valor comercial da fruta. Nas folhas, as lesões são rasas, visíveis nas duas faces e bastante variáveis de acordo o seu aparecimento em diferentes espécies, e variedades. De um modo geral são amareladas arredondadas, às vezes com o centro marrom ou necrosado. Nos frutos, as lesões começam a aparecer quando as laranjas medem cerca de cinco centímetros de diâmetro e apresentam-se, inicialmente, como manchas rasas, amareladas, que vão aumentando, tornando-se deprimidas e escuras à medida que os frutos amadurecem. As lesões na laranja Pera são menores e irregulares enquanto na laranja Bahia, limas e tangerinas são maiores e circulares. Nos ramos novos o ataque começa com manchas amareladas, rasas que vão se tornando salientes de cor marrom a avermelhada. Quando mais velhas tomam um aspecto de cortiça, cor de palha e dependendo do número pode causar a seca do ramo. A doença ataca com mais efetividade as laranjas doces, mas já foi relatada, em menor intensidade, sobre laranja Azeda, tangerinas Cravo, Mexerica e Cleópatra, limões Siciliano, Ponderosa e Galego, lima da Pérsia, Cidra e Pomelos. Como medidas de controle são recomendadas as seguintes: plantio de mudas sadias; poda de limpeza - Todas as partes com sintomas da doença devem ser removidas para destruir as fontes de infecção. A eliminação de plantas só é justificada se elas não forem economicamente produtivas; controle de plantas daninhas - algumas plantas podem ser hospedeiras naturais do ácaro, tais como: mata pasto, paga-fogo, alecrim, capim periquito, manjericão, caruru, picão preto, capim fedogoso, capim carrapicho, corda de viola, lantana, cordão de frade, melão de São Caetano e guanxuma. A erradicação deve ser feita com um acompanhamento técnico para evitar a erradicação de espécies hospedeiras de inimigos naturais do ácaro; colheita antecipada - em áreas muito afetadas não é recomendável deixar frutos maduros, que são mais suscetíveis à doença; inspeções regulares.Um controle eficiente vai depender de uma amostragem que indique o número de ácaro nos frutos. O amostrador deve inspecionar um mínimo de 20 plantas pôr talhão e caso tenha mais de 5% do ácaro é recomendado o controle; Controle químico com acaricidas - Como os sintomas da doença aparecem cerca de 20 dias após a picada do ácaro, o conhecimento da época em que ele aparece, facilita a aplicação do acaricida no momento correto. Como o ácaro adquire resistência aos produtos, recomenda-se alternar o uso de acaricidas do mesmo grupo Tristeza Doença causada por um vírus que circula na seiva da planta tem como maior agravante a sua distribuição pelas mudas e por um inseto vetor o pulgão Toxoptera citricidus. Os sintomas de nanismo, hipertrofia foliar e caneluras nos tecidos do lenho da planta são mais fortes ou mais fracos em função dos diferentes tipos do vírus que podem estar atacando as plantas. O controle é feito pela retirada do vírus da planta mãe e multiplicação das mudas a partir deste material sadio. Como a doença é transmitida por um inseto é recomendável sempre plantar mudas sadias e premunizadas com tipos fracos destes virus. Viveiristas credenciados dispõem deste material obtido pelos orgãos de pesquisas. Sorose Doença causada por um complexo de virus causa sintomas na copa das plantas, especialmente um intenso descascamento em áreas próximas a forquilha principal. Essa doença, normalmente, apresenta sintomas após o quarto ano plantio definitivo. Ela pode ser disseminada por mudas formadas por borbulhas retiradas de árvores que não apresentem os sintomas. A Sorose pode ser eficazmente controlada pela utilização de material de propagação - borbulhas - limpas da doença por termoterapia, microenxertia ou pelo uso de clones nucelares. Exocorte Doença causada po viróides que circulam na seiva da planta, e são disseminados pelas mudas. Os sintomas ocorrem nos porta-enxertos, sendo que no caso da Exocorte é um descascamento dos tecidos superficiais seguidos de um acentuado nanismo. Embora não haja estimativas de perdas na cultura dos citros a sua presença nos pomares provocou a limitação do uso de algns porta-enxertos e mudanças na estratégia de controle de outras doenças de porta-enxertos O mesmo controle recomendado para a tristeza e Sorose deve ser observado para estas doenças. Cachexia (Xiloporose) Esta doença infecciosa é causada por um viroide e transmitida por borbulhas. As plantas afetadas ficam intensamente ananizadas e as folhas com intensa clorose que descolore inteiramente as folhas, porem são reversíveis com a dubações específicas. Os sintomas no tronco do porta-enxerto são pequenas saliências semelhantes a porosidades na superfície do xilema, logo abaixo da casca. Nesta região, sem aparecer externamente, formam-se bolsas de goma que são maiores ou menores em função da suscetibilidade das variedades e idade das plantas. O Controle pode ser feito por microenxertia ou por meio da obtenção de clones nucelares.
Esta anormalidade foi detectada, na década de 70, em plantas de laranjas doce enxertadas sobre limão Cravo e Poncyrus trifoliata em diversas regiões produtoras do Brasil. As plantas afetadas apresentam um definhamento acentuado com paralisação do crescimento, murchamento das folhas que se tornam opacas, oliváceas e enroladas. Progressivamente acontece um intenso desfolhamento e a planta morre em 2 ou 3 anos após o aparecimento dos sintomas. Todas estas características são semelhantes à outras doenças de causas desconhecidas que ocorrem na Flórida, Uruguai, Venezuela, Cuba e África do Sul. Todas as variedades de laranja doce em limão Cravo, P. trifoliata e limão Volkameriano são suscetíveis. Combinações de copas sobre laranja Caipira, tangerinas Sunki e Cleópatra apresentam maior sobrevivência em pomares afetados. Ainda se desconhece a causa desta anormalidade, entretanto acredita-se que seja causado pelo bloqueio do fluxo da seiva que circula no lenho da planta. Em pomares bastante afetados recomenda-se o arranquio e destruição das plantas afetadas, e replantas utlizando-se combinações de copas/porta-enxertos com histórico de maior sobrevivência.
Causada por fungos do gênero Mycosphaerella, as lesões ocorrem nas folhas onde notam-se manchas oleosas, entre os tecidos, de coloração castanha, tendendo ao negro, lisas ao tato, salientes, arrodeadas de um halo amarelo. O Controle somente é recomendado quando o desfolhamento começar a causar danos econômicos de produção. A aplicação de Mancozeb após a florada, e antes do período chuvoso, diminui a intensidade dos sintomas. Mancha aureolada Esta doença afeta as folhas causando manchas pardacentas medindo de 1 a 1,5 cm de diâmetro, e que apresentam anéis concêntricos que se formam geralmente incompletos, com pontuações escuras visíveis a olho nu. Pelicularea filamentosa o seu agente causal e foi relatada apenas na América do Sul e no Brasil. A sua importância chega a ser considerável se o ataque se dá em viveiros, sob condições de alta umidade, alta temperatura e intensa luminosidade. O controle pode ser feito com sucesso com a aplicação de produtos cúpricos ou Mancozeb, logo que se distingam as primeiras lesões. Feltro ou camurça A doença é causada por fungos do gênero Septobasidium e caracteriza-se por um revestimento, branco, marrom ou cinza escuro, que recobre principalmente ramos, mas pode aparecer também em folhas e frutos. O fungo é semelhante a camurça, compacto, espesso, formando um tecido impermeável sobre as partes das plantas, porem facilmente removível. Sob a camada do revestimento do fungo, abrigam-se cochonilhas responsáveis pelo secamento dos ramos mais novos. O controle pode ser feito com a retirada dos galhos finos mais afetados, raspagem dos revestimentos e aplicação de inseticidas que controlem as cochonilhas. Fumagina A doença é causada por fungos de revestimento do gênero Capnodium que produzem micélio espesso, fuligíneo que recobre folhas ramos e frutos. Esse revestimento envolve uma associação entre o fungo e cochonilhas, as quais produzem secreções açucaradas para o desenvolvimento do fungo. Como o revestimento negro pode cobrir toda a planta este fungo pode ser confundido com o principal agente causal do distúrbio que são os insetos. Uma poda de limpeza e o controle das cochonilha são recomendações de controle. Podridão estilar do Tahiti A podridão estilar da lima ácida "Tahiti" é uma desordem fisiológica que se manifesta na pós colheita e ocorre em frutos maduros ou muito próximos da maturação. Os sintomas acontecem porque ocorre um rompimento das vesículas de suco, que, liberado invade a casca, causando a podridão dos tecidos e formando, uma pequena lesão de coloração parda, situada na parte de baixo do fruto, que expande--se em seguida, ocupando uma grande área. Como medidas preventivas de controle recomenda-se colher os frutos com cerca de 50 mm de diâmetro, antes da completa maturação e após a colheita, manter os frutos à sombra, borrifando-os periodicamente com água para manter uma baixa temperatura. Rachadura dos frutos Em determinados períodos do ano observa-se com freqüência, rachaduras em frutos verdes ou em fase de maturação, que são associadas a problemas de desequilíbrio hídrico e presença de fungos oportunistas. A lesão surge quando ocorrem chuvas após um período de estiagem prolongada. Nesta ocasião a polpa se expande em função do fluxo repentino de seiva e a casca, incapaz de acompanhar a dilatação, sofre uma forte pressão que resulta na ruptura do fruto em pontos menos resistentes. Próximo às rachaduras encontra-se associado um fungo do gênero Alternaria. O controle das irregularidades do clima utilizando a irrigação já é um passo para diminuir as rachaduras. Nas áreas irrigadas a manutenção da umidade do solo em níveis adequados e a umidade do ar entre 70-75% podem reduzir consideravelmente o distúrbio. Outras medidas de controle podem ser recomendadas, tais como: manter o solo livre da concorrência do mato e, se possível utilizar uma cobertura morta, a fim de conservar a umidade e evitar grandes variações no teor de água. Bolores A nomeação desta doença se deve ao fato de que os fungos causadores, do gênero Penicilium, recobrem os tecidos dos frutos com espessas massas de esporos, causando uma podridão mole. Os sintomas aparecem na fase final de maturação e durante as fases de armazenamento e transporte. Há dois tipos de bolores, o azul e o verde. |
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