Descrever
a tecnologia a ser utilizada ou substituída para atender à demanda de
alimentação para os animais, adequar as forrageiras ao uso da terra e
definir as instalações necessárias.
Produção
de Alimentos - SISPAL
A produção
de alimentos constitui uma das principais etapas na exploração racional
de um sistema de produção de leite. Disponibilidade de forragens em quantidade
e qualidade é o fator determinante para que o animal externe o seu potencial
máximo de produção, influenciando diretamente a produtividade por animal,
produção de leite, potencial reprodutivo e a saúde do rebanho.
Produção
de Forrageiras e Pastagens
Escolha
da Área
O conhecimento
da propriedade é importante, pois permite selecionar forrageiras adaptadas
a cada um dos diferentes segmentos da paisagem, ou seja, sua toposseqüência
(topografia). De forma resumida, na Região Sudeste, ela é formada por
várzeas, meia-encosta, morro e topo de morro.
Geralmente,
as várzeas são passíveis de inundadações periódicas, férteis, e por isto
prestam-se à produção de culturas e pastagens anuais (milho, sorgo, forrageiras
de inverno, etc.) e pastagem permanente, neste caso, gramíneas forrageiras
resistentes ao encharcamento devem ser usadas: capim-angola, setária,
coast-cross, tangola, tanner grass etc.
As áreas
de meia-encosta prestam-se à construção das residências e instalações
rurais. Caracterizam-se por apresentar fertilidade natural bastante elevada,
não apresentando impedimento à mecanização por tração motorizada e devem
ser cultivadas com forrageiras de alto potencial de produção de biomassa,
tais como o milho e sorgo para silagem, cana-de-açúcar para corte, capim-elefante
para capineira e formação de pastagens de capim-elefante, colonião, tanzânia,
mombaça, estrela africana etc.
As áreas
de morro caracterizam-se por solos de baixa fertilidade natural e declividade
acentuada, apresentando forte impedimento à mecanização por tração motorizada.
Para este segmento, é obrigatória a utilização de práticas conservacionistas
de manejo de solo e uso de forrageiras tolerantes a acidez do solo, baixa
fertilidade natural, rápida cobertura do solo após o plantio e boa capacidade
de semeadura, como as braquiárias e o capim-gordura.
Os topos
de morro apresentam baixa fertilidade natural, mas permitem o uso de mecanização
por tração animal ou motorizada, podendo ser cultivadas forrageiras adaptadas
a solos de baixa fertilidade e acidez elevada, como as braquiárias.
Análise
de solo
A análise
do solo, para fins de diagnóstico de sua fertilidade, constitui-se numa
das práticas mais importantes do processo produtivo, principalmente quando
se pensa na utilização intensiva e racional dos solos.
Preparo
da área
O preparo
da área consiste em sua limpeza, deixando a área isenta de restos de culturas,
entulhos diversos (galhos, toco, pedras etc) facilitando as operações
posteriores (aração, gradagem, sulcamento e plantio). Havendo necessidade
de desmatamento, roçada pesada ou queima, esta operação deverá ser devidamente
autorizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente – IBAMA.
Conservação
do solo
Consiste
em garantir a perpetuação do recurso natural não-renovável e é feita por
meio de curvas de nível, terraceamento em terrenos mais declivosos, podendo
estes serem terraços de base estreita ou base larga. Uma prática simples
e eficaz é não deixar a superfície do solo descoberta.
Calagem
A calagem
tem como objetivos básicos neutralizar o alumínio tóxico presente na solução
do solo, um dos responsáveis pela acidez do solo, bem como fornecer cálcio
e magnésio, que constituem elementos essenciais para o crescimento das
plantas. Sua necessidade é determinada pela análise do solo, com a quantidade
de calcário a ser aplicada sendo obtida diretamente do laboratório credenciado
ou pela interpretação dos resultados da análise do solo feita
por um técnico. Determinada a quantidade de calcário a ser aplicada, a
distribuição é feita a lanço (manual ou mecânica) sobre toda a área, antes
da aração, com antecedência mínima de 20 a 30 dias do plantio, desde que
o solo esteja úmido.
Preparo
do solo
No plantio
tradicional, consiste de aração e gradagem, operações não executadas quando
o plantio for direto na palha. A operação de preparo do solo tem a finalidade
de melhorar suas condições físicas, melhorando a aeração e a absorção
de água, facilitando a semeadura e a germinação das sementes e mudas.
A profundidade de aração deverá variar de 15 a 20 cm, podendo ser feita
com tração animal ou mecanizada.
Quando se
pensa em manejo racional do solo, em hipótese nenhuma, em áreas de relevo
acidentado, é permitida a aração morro abaixo e morro acima.
Formação
de capineira e pastos
Capineira
é uma área de terra cultivada com gramíneas de elevado potencial de produção
de forragem que são cortadas e picadas para fornecimento de alimento verde
no cocho, em especial, na época seca.
O capim-elefante
é a gramínea mais utilizada para este fim, apresentando, porém, grande
exigência em termos de fertilidade do solo e manejo de cortes para evitar
perda de qualidade da forragem.
Em propriedades
menores, onde são alimentados poucos animais e com produtividade elevada,
plantam-se os capins guatemala e venezuela, de rendimentos inferiores
aos do capim-elefante, porém de excelente qualidade nutricional.
Estas espécies
são plantadas nos meses de janeiro a novembro, por mudas oriundas de plantas
com três a cinco meses de idade, distribuídas em sulcos espaçados de 0,70
a 1,00 m, devendo ser adubadas com adubo orgânico e fertilizantes químicos,
tanto no plantio como em manutenção. No estabelecimento e ao longo de
sua utilização, devem ser procedidos tratos culturais, tais como: controle
de ervas-daninhas, formigas, lagartas, cigarrinha, cupins e outras pragas.
Culturas
forrageiras
Várias são
as culturas forrageiras que podem ser plantadas para a alimentação do
rebanho. Os principais critérios para a escolha de qual forrageira plantar
devem ser sua capacidade de produção e qualidade nutricional, seguidos
de sua adaptabilidade à região em que se localiza o sistema de produção.
Outro ponto importante é a facilidade operacional para o seu uso, como
disponibilidade ou não de máquinas e equipamentos e mão-de-obra.
Cultura
tradicional no Brasil, alta produção por unidade de área (70 a 200 t/ha),
cultura de implantação e manejo simples, exigindo poucos tratos culturais,
período de maturação e colheita coincidentes com o período de escassez
de pasto, pequena taxa de risco de perda da cultura, disponibilidade
e qualidade constantes se plantadas variedades de ciclos médio e tardio,
cultura perene, produzindo um corte a cada doze meses, fonte rica de
carboidratos, na forma de sacarose, bem consumida pelos animais e dispensa
a conservação como silagem ou feno.
Suas limitações
nutricionais para os bovinos estão relacionadas ao baixo teor de proteína
bruta (2 a 3% na matéria seca), o qual é corrigido por meio da associação
com 1% da mistura de nove partes de uréia e uma parte de sulfato de
amônio, e a deficiência em alguns minerais, principalmente fósforo,
enxofre, zinco e manganês, exigindo, para tanto, o fornecimento de uma
boa mistura mineral aos animais suplementados com cana.
De modo
geral, para culturas agronomicamente bem conduzidas, dois hectares de
canavial são suficientes para suplementar 50 bovinos adultos durante
150 dias. O manejo de corte e retirada da produção é fator importante
para a longevidade do canavial, devendo ser evitado o tráfego de veículos
e máquinas sobre a área plantada, daí a necessidade de se preparar acessos
e carreadores.
A escolha
das variedades é fundamental e devem ser plantadas uma ou mais variedades
industriais melhoradas de cana-de-açúcar, adaptadas às condições locais,
considerando-se o relevo, a fertilidade do solo e o clima da região,
além de apresentar características desejáveis como alta produtividade,
alto teor de açúcar, rebrotação vigorosa, ausência de tombamento e resistência
a pragas e doenças.
Adubação
orgânica e química devem ser usadas no plantio e manutenção do canavial.
Plantio em sulcos espaçados de 1,20 a 1,30 m com 0,30 m de profundidade,
usando-se mudas retiradas de canaviais com 8 a 12 meses, vigorosos e
sem infestação de pragas e doenças. Gasta-se de 10 a 12 toneladas de
mudas para implantar um hectare, e duas são as épocas de plantio: cana
de ano, plantada em setembro/outubro e colhida a partir de junho do
ano seguinte; e a cana de ano e meio, plantada de janeiro a março (dependente
de chuvas) e colhida a partir de junho do ano seguinte.
No estabelecimento
e ao longo de sua utilização, devem ser procedidos tratos culturais,
tais como: controle de ervas daninhas, formigas, lagartas, cigarrinha,
cupins e outras pragas.
De fácil
adaptação, a mandioca é cultivada em todos os estados brasileiros, solteira
e em cultivo associado, exigindo solos bem drenados, não excessivamente
argilosos, com boa profundidade efetiva e pH entre 5,0 e 6,0. O potencial
máximo de produção é atingido com adubação adequada e dentre os macronutrientes,
o fósforo permite resposta mais acentuada em termos de produtividade.
O plantio é normalmente feito no início da estação chuvosa. Em Minas
Gerais, a mandioca é plantada de outubro a dezembro, nas áreas de Cerrado,
e de junho a setembro, na Zona da Mata. Selecionar uma cultivar para
se conseguir boa uniformidade e maior produtividade do mandiocal, escolher
manivas maduras provenientes de plantas com 10 a 14 meses de idade.
Usar apenas o terço médio das manivas, eliminando a parte herbácea superior.
Essas manivas devem possuir um diâmetro em torno de 2,5 cm, e a medula
deve ocupar 50% ou menos disso.
O plantio
é feito em sulcos de 10 cm de profundidade, e os melhores rendimentos
têm sido obtidos com espaçamentos de 1,00 m x 0,50 m e 1,00 m x 0,60
m, em fileiras simples, e 2,00 x 0,60 m x 0,60 m, em fileiras duplas.
É necessário o controle de plantas daninhas, pragas comuns (mandarová,
ácaros, percevejo de renda, mosca branca, mosca-do-broto, broca do caule,
cupins e formigas) e doenças (bacteriose, antracnose, podridão das raízes
e o superbrotamento).
Na alimentação
animal, tanto a parte aérea quanto as raízes podem ser consumidas pelos
animais na forma fresca, seca ao sol sob a forma de raspa da raiz, feno
de ramas e ensilada. O fornecimento da matéria fresca é o modo mais
simples de fornecer raízes e parte aérea da mandioca aos animais. Trituração
ou picagem e murcha em condição ambiente, por 24 horas, são necessárias
para servir aos animais. Para ruminantes, tratando-se apenas da parte
aérea, misturá-la com 50% de outros volumosos. A introdução deste alimento
na alimentação animal deve ser feita de forma gradativa para adaptação,
sendo a quantidade dependente da espécie, idade e da produção do animal.
A qualidade
da silagem ou feno da parte aérea da mandioca depende da rapidez da
colheita, picagem e acondicionamento do material a ser armazenado.
Em sistemas
sem irrigação, o plantio do milho deve ser feito no início do período
chuvoso. Pode-se fazer dois plantios por ano em áreas irrigadas, nesse
caso, usar cultivares precoces. Como o sorgo exige menos quantidade
de água para se desenvolver, o seu plantio pode ser feito tanto no início
como no final do período chuvoso. Culturas exigentes em solos com boa
drenagem e férteis, podendo ser plantados em plantio tradicional ou
plantio direto. Recomenda-se o uso de herbicidas em pré-plantio ou pré-emergência.
Nesse caso, consulte um Engenheiro Agrônomo e peça uma indicação e o
receituário para aquisição do herbicida, use equipamentos de proteção
e siga as recomendações para uso dos produtos e o descarte das embalagens
após o uso.
A cultivar
de milho ou de sorgo deve ser aquela que mais se adapta à região e que
seja boa produtora de grãos, para, assim, assegurar a produção de silagem
de boa qualidade.
Cultivares
normais (variedade ou híbrido) apresentam porte alto, atingindo o ponto
de ensilagem cerca de 120 dias após o plantio de verão, estendendo-se
em até 30 dias nos plantios tardios com colheita no inverno.
Cultivares
precoces são de porte mais baixo, resistindo melhor ao tombamento e
oferecem melhor relação espiga : colmo. O ponto de ensilagem pode ser
antecipado em 20 dias em relação às cultivares normais.
O espaçamento,
a profundidade de semeadura e o número de sementes por metro linear
(densidade de plantio) dependem do tipo de solo, da disponibilidade
de chuvas ou irrigação na área, da capacidade da cultivar em aproveitar
a luz e os nutrientes, e do porte da planta. Para cultivares de milho
de porte e ciclo normais, é recomendado o espaçamento de 0,90 a 1,00
m entre linhas, e para cultivares de porte mais baixo e precoces, o
de 0,80 a 0,90m. A profundidade de plantio é de 4 cm para solos argilosos
e de 5 a 8 cm para solos arenosos.
A densidade
de plantio, população ou número de plantas por hectare deve ficar entre
40.000 e 50.000 plantas/ha para cultivares de ciclo normal, e de 50.000
a 60.000 plantas/ha para cultivares precoces.
A quantidade
(kg) de sementes necessária para cada hectare depende do tamanho da
peneira e devem ter um acréscimo de 20% para compensar eventuais perdas
no campo, gastando-se em média de 20 a 26 kg de sementes/ha.
A população
final para o sorgo deve ficar entre 150.000 e 200.000 plantas/ha, sendo
gasto em média de 8 a 10 kg de sementes/ha, considerando sementes com
valor cultural superior a 70% e um acréscimo de 30% para compensar perdas
diversas.
A adubação
é feita em função da análise de solo e do histórico de uso da área.
A adubação de cobertura para o milho é realizada quando as plantas apresentarem
8 a 10 folhas bem desenvolvidas e, em sorgo, 30 a 35 dias após a emergência
das plântulas. Doses de N acima de 100 kg/ha, como regra prática, recomenda-se
que sejam divididas em duas aplicações com a primeira cobertura aos
20 a 25 dias com metade da dose de N e o restante aos 35 a 40 dias da
emergência da plântula. O adubo deve ser colocado na superfície do solo
próximo à linha de plantio, podendo ser distribuído a lanço, com adubadeira
manual e/ou cultivador-adubadeira, ou ainda a tração mecânica.
Os tratos
culturais necessários à condução da cultura são o controle mecânico
ou químico de plantas daninhas e combate a pragas (formigas, lagartas
etc.).
- Girassol
(Helianthus annuus L.)
É
uma planta originária do continente norte-americano, pertencente à família
das Compostas. Possui raiz pivotante profunda, que atinge cerca de dois
metros ou mais de profundidade e ciclo vegetativo médio de 120 a 130
dias. A partir de pesquisas do IAC (Instituto Agronômico de Campinas),
da Embrapa e de algumas universidades, pode-se afirmar que o país possui
hoje tecnologia para produção dessa cultura.
É uma cultura
alternativa ao milho na produção de silagem na safrinha, pois possui
maior tolerância às deficiências hídricas e ao frio, podendo atingir
de 20 a 30 t/ha de matéria verde. Por isso, é uma excelente opção para
os agricultores que produzem silagem na segunda safra, quando as condições
climáticas são mais adversas. A silagem de girassol apresenta teor de
proteína superior ao do milho (aproximadamente 30%), sendo também, em
média, 20 a 30 dias mais precoce. A cultura do girassol para produção
de silagem na safrinha não exige grandes investimentos em insumos, porém
responde bem à utilização destes, pois o girassol aproveita bem os resíduos
da adubação da cultura anterior e tem boa capacidade para suportar a
competição com o mato. A calagem é indispensável, pois a planta é sensível
à acidez do solo. A quantidade de calcário é a recomendada pela análise
de solo para elevar o índice de saturação de bases para 70% e pH acima
de 5,2.
Com base
na análise de solos e do histórico da área, recomenda-se aplicar, na
adubação, de 40 a 60 kg/hectare de nitrogênio, de 40 a 80 kg/hectare
de P2O5 e de 40 a 80 kg/hectare de K2O.
O nitrogênio deve ser aplicado 30% no plantio e o restante em cobertura
até 30 dias após a emergência das plantas. Em áreas novas, recomenda-se
também a aplicação de 20 kg/hectare de enxofre, que pode estar sendo
suprido se há uso constante de sulfatos. Outro elemento indispensável
para o girassol é o boro, cuja aplicação deve ser feita de forma convencional,
nunca por via foliar.
Se houver
necessidade de uso de herbicidas, há três registrados para a cultura:
trifluralin, alchlor e setloxydim. Outro ponto interessante é a possibilidade
de produção de até 20 a 30 kg de mel por hectare por meio da introdução
de colméias nas culturas, o que indiretamente aumenta a produção de
grãos pela melhor polinização, já que a sua florada dura de 15 a 30
dias, o que deve ser levado em consideração caso haja necessidade de
uso de algum inseticida.
O período
de plantio é muito amplo em todo o Brasil. Na Região Sudeste, deve ser
plantado no período de safrinha, ou seja, de fevereiro a março. O plantio
no período de safra normal (primavera-verão) é antieconômico, e pode
ocasionar sérios problemas fitossanitários. O espaçamento entre linhas
poderá variar de 0,70 a 0,90 m (0,70 m se usar plataforma para soja
e 0,80 a 0,90 m se for usar plataforma de colheita para o milho), semeando-se
de cinco a sete sementes por metro linear, dependendo da cultivar, procurando-se
atingir 45 a 60 mil plantas por hectare. De acordo com o tamanho da
semente, gasta-se de 4 a 5 kg de sementes por hectare. Mesmo plantado
em épocas corretas, pode sofrer ataque de maritacas se estas não dispuserem
de outras alternativas de alimentos na região, da mesma forma que para
o sorgo, fator esse agravado pela perda de áreas com florestas.
Formação
ou recuperação de pastagens
Consiste
na implantação da espécie forrageira escolhida e pode ser feita por sementes
e mudas. É o processo mais eficaz para se produzir leite, carne ou lã.
A formação
de pastagens de gramíneas por sementes constitui o método mais utilizado,
especialmente para áreas extensivas. As espécies forrageiras comumente
usadas são as Brachiarias (decumbens e brizantha), os panicuns (capim-colonião,
green panic, sempre verde, makueni, tobiatã, mombaça, tanzânia, massai),
o andrópogon e a setária. Diversas espécies forrrageiras, principalmente
as leguminosas, possuem tegumento externo protetor (casca), dificultando
a entrada de umidade, prejudicando a germinação. A escarificação das sementes
pode ser feita por procedimentos mecânicos, químicos e com água, havendo
necessidade de fazer a inoculação da semente escarificada. Outras espécies
possuem dormência fisiológica e precisam ser armazenadas em condições
especiais para completarem a maturação.
Consciente
de que pasto é uma cultura que agrega valor por meio dos animais que retiram
os nutrientes para sua sobrevivência e produção, procedimentos importantes
para implantar ou recuperar pastagens são a qualidade das sementes (pureza
e germinação, valor cultural das sementes) e a adubação, fundamental para
o seu estabelecimento e manutenção, além de um bom preparo do solo, semeadura
correta e manejo consonante com os hábitos de crescimento da planta forrageira
utilizada.
A propagação
de gramíneas como a grama estrela, o capim coast-cross, tiftons e o capim-elefante,
é feita por meio de mudas vegetativas. A área a ser plantada deve ser
bem preparada. Aberto sulcos (20 a 25 cm de profundidade), realizar a
adubação de plantio em função da análise do solo, distribuir as mudas
(colhidas de viveiros sadios e não praguejados com outras espécies) no
fundo dos sulcos e cobrir as mudas com uma camada de terra não muito espessa,
para não retardar a brotação das gemas e aumentar o aparecimento de plantas
daninhas na área.
Prática importante
é realizar o pastejo de formação, o qual deve ocorrer 60-90 dias após
o estabelecimento da forrageira. Consiste na entrada de grande número
de animais na área em formação por um curto período de tempo, com o objetivo
de forçar maior perfilhamento e permitir uma cobertura do solo mais rápida.
A divisão,
a rotação das pastagens e o controle da carga animal têm sido uma
forma de manejo eficiente para evitar a degradação, dando oportunidade
às plantas de se recuperarem após o pastejo. Além disso, os animais têm
oportunidade de selecionar partes mais nutritivas da planta, principalmente
as folhas, que se desenvolveram com o período de descanso.
A manutenção
de cobertura vegetal remanescente após o pastejo, além de promover a reciclagem
de nutrientes, protege o solo contra o ressecamento excessivo e evita
erosão por ocasião das chuvas mais intensas.
Banco
de Proteína
É uma área
de terra cultivada com leguminosa de elevado potencial de produção e qualidade
de forragem que são cortadas e picadas para fornecimento de alimento verde
no cocho, em especial, na época seca. Presta-se ao pastejo controlado,
no qual os animais têm acesso diário, podendo ser de forma contínua ou
limitada por um período de tempo. Guandu (arbustiva), leucena (arbórea),
soja perene e estilosantes são as leguminosas mais utilizadas. Os procedimentos
para a implantação são os mesmos recomendados para a formação de pastagens
e capineiras.
Conservação
de forragens
Na maioria
das áreas agrícolas do mundo, fatores de clima impõem às forrageiras períodos
de intenso crescimento alternados com períodos de baixa produção. O correto
uso da silagem e da fenação permite o armazenamento de volumosos de boa
qualidade que podem ser fornecidos ao gado nas épocas de escassez de pastagem
ou como complemento ao pastejo ou, ainda, como principal alimento no caso
de se adotar o confinamento total dos animais.
Várias forrageiras,
sozinhas ou combinadas, podem ser ensiladas em diversos tipos de silos.
Silagem
É a forragem
verde armazenada na ausência de ar e conservada mediante fermentação
em depósitos próprios, chamados silos. Várias forrageiras, sozinhas
ou combinadas, podem ser ensiladas. O valor nutritivo da silagem vai
depender principalmente da forrageira utilizada. O milho, o sorgo e
o capim-elefante são as principais forrageiras usadas para ensilagem,
sendo o milho a mais comum e de maior valor nutritivo dentre essas três.
Recentemente, os capins tanzânia e mombaça e o girassol passaram a ser
utilizados na confecção de silagem. Devido à sua menor digestibilidade,
a silagem de sorgo tem apresentado 70 a 90% do valor nutritivo da silagem
de milho. A silagem de capim-elefante, mombaça e tanzânia é qualitativamente
bem inferior à do milho e do sorgo, enquanto a de girassol apresenta
valor intermediário.
Feno
É um alimento
volumoso, preparado mediante o corte e desidratação de plantas forrageiras.
Esse processo é denominado fenação e que resulta na forragem desidratada
e, dessa forma, ela pode ser armazenada por vários meses, sem perder
o seu valor nutritivo. Excelente maneira de se aproveitar o excedente
de pasto, entretanto, a qualidade do feno estará sujeita a grandes variações
em função da condição da pastagem, da espécie forrageira, da época e
idade da planta e da maior instabilidade climática no verão. A maioria
das gramíneas forrageiras presentes nas pastagens pode ser utilizada,
devendo-se evitar aquelas com caules grossos, difíceis de ceifar e secar.
O ponto de feno ideal para enfardar o material é 20% de umidade, e uma
maneira prática de averiguação é fechar com força uma amostra do feno
da mão; se a forrageira quebrar quase totalmente ou, ao abrir a mão,
não tiver tendência a voltar à forma inicial, indica que o feno está
em condições de ser enfardado.
Outros
Outro produto
que se obtém mediante a desidratação é a raspa de mandioca, que pode
ser armazenada e utilizada como componente energético na alimentação
do gado, em substituição parcial ao milho ou sorgo. A produção de raspa
de mandioca em fazenda consiste no arranquio, transporte até o local
onde será preparada a raspa, após a remoção do excesso de terra, lavagem
opcional das raízes, picagem ou corte das raízes em fatias ou rodelas
de no máximo 1 cm de espessura, secagem em terreiro com carga inicial
de 5 a 10 kg de raspa por m², revirar o material a intervalos de duas
a três horas, amontoar e cobrir durante a noite para proteção contra
chuva ou orvalho. O ponto de secagem (menos de 15% de umidade) é atingido
com 2 a 4 dias, dependendo das condições do tempo e dos procedimentos
adotados, e é determinado de forma prática quando, tomando-se um pedaço
de raspa, este riscar como se fosse giz.
Produção
Animal - SISPAN
Preconizar
as técnicas para o manejo das diversas categorias de animal, estabelecer
as estratégias para o melhoramento genético, manejo reprodutivo e nutricional
do rebanho e os critérios de ordenha e qualidade do leite.
- Bezerros
- Cria
- Recria
- Novilhas
- Vacas
- Melhoramento
genético
- Manejo
reprodutivo
- Manejo
nutricional
- Ordenha
e qualidade do leite
- Outros
Detalhes
sobre as atividades de produção, conservação e utilização de forrageiras
e pastagens, alimentação, manejo reprodutivo e melhoramento genético,
sanidade animal e ordenha podem ser encontrados no Manual
Técnico: Trabalhador na Bovinocultura de Leite, produzido pela
Embrapa-Senar-AR/MG, Embrapa Gado de Leite: 20 anos
de pesquisa.
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