Maturação e prática de colheita
A maturação dos frutos começa entre 2 a 3 meses depois do plantio e estende-se por até 7 meses, dependendo da região onde é cultivado. A distância do mercado, a cultivar e a preferência do consumidor vão determinar o ponto de colheita do fruto.
A maturidade na colheita tem um efeito significativo na vida útil dos morangos. Frutos destinados ao mercado de frutas in natura são geralmente colhidos com ¾ de coloração vermelha. Para comercialização em mercados mais próximos, podem ser colhidos mais maduros, o que lhes confere melhor qualidade sensorial. Frutos muito maduros são destinados à indústria.
O período de carência dos produtos fitossanitários empregados na cultura deve ser respeitado para que os morangos estejam isentos de resíduos que possam colocar em risco a saúde do consumidor.
A colheita deve ser feita nas horas mais frescas do dia, através de corte do pedúnculo ou cabo, colocando-se os morangos nos contentores com o máximo de cuidado. Os frutos devem ser resfriados o mais rapidamente possível (até duas horas após a colheita), para evitar a rápida maturação e deterioração.
Os frutos devem ser colhidos, de preferência, diretamente nas embalagens que vão para o mercado. Uma pré-seleção dos morangos no campo evita o contato de frutas sadias com frutas podres (que contém inóculos de fungos) e reduz o manuseio, diminuindo a ocorrência de lesões visíveis e não visíveis, que servirão como porta de entrada para podridões.
Se não for possível realizar a colheita diretamente nas embalagens, os frutos devem ser colhidos em caixas próprias para colheita e levados rapidamente para a casa de embalagem ou empacotadora, que deve ser mantida em perfeitas condições de higiene e livre de restos de frutos, caixas usadas, frutos descartados ou qualquer outro tipo de sujeira. Nunca se deve despejar sem cuidado os frutos das cestas de colheita sobre a mesa de classificação.
As mesas de classificação devem ser limpas com água e hipoclorito de sódio e os manipuladores dos frutos devem lavar as mãos e ser orientados para observarem normas de higiene pessoal. Próximo às mesas de classificação, deve sempre haver uma pia com torneira, água, sabão e papel descartável para os trabalhadores fazerem a higienização das mãos.
Classificação
Classificar é separar o produto em lotes homogêneos. A classificação dos morangos deve ser feita, no mínimo, de acordo com o tamanho e coloração (maturação).
Embalar na mesma caixa morangos de diferentes tamanhos, graus de maturação, cores, sanidade e qualidade, além de desagradar o consumidor, desvaloriza o produto e não permite que um preço justo seja praticado. A reunião, na mesma embalagem, de frutos sadios com frutos podres coloca em risco a sanidade de todo o conjunto de frutos.
Manuseio
Os morangos estão entre as frutas frescas mais perecíveis e necessitam de extremos cuidados no manuseio durante a colheita e pós-colheita. Seus tecidos, muito macios e facilmente danificáveis, estão sujeitos a invasões por organismos que causam apodrecimento dos frutos e severas perdas pós-colheita.
A supervisão cuidadosa das operações de colheita e manuseio, procurando evitar lesões nos frutos colhidos, pode fazer com que as perdas sejam minimizadas.
Os morangos apresentam alta taxa respiratória, que aumenta com a elevação da temperatura e com a ocorrência de danos mecânicos. Quanto mais elevada a taxa respitratória do fruto, mais rápido é seu metabolismo e mais rápida sua senescência. Portanto, a manutenção dos frutos em temperaturas baixas e a manipulação cuidadosa têm efeito benéfico na vida de prateleira e no controle da ocorrência de injúrias durante o manuseio e transporte dos frutos.
Embalagem
As embalagens comercialmente utilizadas são cumbucas transparentes de polietileno tereftalato (PET) ou bandejas de poliestireno expandido (isopor), com capacidade de 250 a 500 gramas de morangos, dispostos em uma ou duas camadas. As cumbucas normalmente são cobertas com filme de polivinil cloreto (PVC) esticável ou com tampas perfuradas. Quatro a seis cumbucas ou bandejas são acondicionadas em uma caixa paletizável de papelão ondulado, na qual são transportadas. Morangos destinados à venda para a indústria são acondicionados em caixas plásticas com a fruta a granel.
A permeabilidade e espessura dos filmes que cobrem as embalagens devem ser adequadas para evitar a fermentação dos frutos. A perfuração das cumbucas ou caixas de papelão deve ser adequada para permitir perfeito resfriamento das frutas e a qualidade do papelão deve ser garantida para se evitar desmoronamento das caixas e amassamento dos frutos, principalmente em ambientes com alta umidade.
Armazenamento
Rápido pré-resfriamento e subsequente armazenamento sob baixas temperaturas são importantes para a manutenção de boa aparência, firmeza e valor nutritivo dos morangos. Atrasos no pré-resfriamento resultam em aumento de perda de água, que se evidencia no murchamento dos morangos e na desidratação do cálice (parte verde).
Durante o armazenamento deve-se manter a temperatura da câmara fria de 0 a 1ºC e a umidade relativa entre 90 e 95%. Essas condições devem ser constantemente monitoradas e os equipamentos para seu controle, periodicamente aferidos. Baixas concentrações de O2 e altas concentrações de CO2 também exercem efeito benéfico à conservação dos morangos, sempre observando-se as concentrações ótimas para que não ocorra fermentação e ocorrência de sabor estranho nos morangos.
Transporte
O caminhão onde os morangos serão transportados deve estar limpo e refrigerado antes do início do carregamento das caixas.
A temperatura nas caçambas é mais elevada próximo às paredes que no centro da carga. Por isso, o palete deve ser posicionado no centro, tomando-se as devidas precauções para que as caixas se mantenham empilhadas.
Deve-se ter muito cuidado com a mistura de cargas e monitorar a temperatura dos outros produtos antes do carregamento para que os morangos não sejam aquecidos pelo contato com produtos não resfriados.
Mesmo que haja exposição a altas temperaturas (quebra da cadeia do frio) em alguma etapa do manuseio e transporte, é sempre melhor providenciar o resfriamento quando possível do que nunca resfriar.
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