Cultivo
da Mandioca para o Estado do Amapá
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Importância
econômica |
Cultivares |
Para consumo humano, a principal característica é que as cultivares apresentem teores de ácido cianídrico (HCN) nas raízes abaixo de 50 ppm ou 50mg de HCN/quilograma de raízes frescas. O teor de HCN varia com a cultivar, com o ambiente e com a idade de colheita. Além do teor de HCN nas raízes, outros caracteres de natureza qualitativa são importantes na definição da cultivar, como é o caso do tempo de cozimento das raízes, que também varia de acordo com a cultivar e a idade de colheita. É comum variedades de aipim ou macaxeira passarem um determinado tempo de seu ciclo "sem cozinhar", o que é um fator crítico para o mercado in natura. Outras características referentes à qualidade, tais como palatabilidade, plasticidade, pegajosidade, ausência de fibras na massa cozida, resistência à deterioração pós-colheita, facilidade de descascamento das raízes, raízes curtas e bem conformadas são também importantes para o mercado consumidor de mandioca para mesa e devem ser considerados na escolha da cultivar. Cultivares de mandioca para mesa em geral devem apresentar um ciclo mais curto para manter a qualidade do produto final. Em geral cultivares tardias não cozinham no fim do ciclo e quando cozinham, apresentam má qualidade da massa cozida, principalmente a presença de fibras. Para a indústria, as cultivares de mandioca devem ser selecionadas de acordo com a sua finalidade de utilização. Como o teor de HCN nas raízes é liberado durante o processamento, podem ser utilizadas tanto variedades mansas como bravas. A mandioca industrializada pode dar origem a inúmeros produtos e subprodutos, dentre os quais se destacam a fécula, também chamada de amido, tapioca ou goma, a farinha, a raspa, os produtos para panificação e outros. Nesse caso, as cultivares de mandioca devem apresentar características tais como alta produção e qualidade do amido e farinha. Além disso, para a produção de farinha e amido, na maioria das regiões do Brasil é importante que as cultivares apresentem raízes com polpa, córtex e película de coloração branca, ausência de cintas nas raízes, película fina e raízes grossas e bem conformadas, o que facilita o descascamento e garante a qualidade do produto final. Toda a planta da mandioca pode ser usada integralmente na alimentação de várias espécies de animais domésticos, como bovinos, aves, e suínos. As raízes são fontes de carboidratos e a parte aérea, incluindo as manivas, fornecem carboidratos e proteínas, estas últimas concentradas nas folhas. Para a alimentação animal, o ideal é que as cultivares apresentem alta produtividade de raízes e de parte aérea, com boa retenção foliar e altos teores de proteínas nas folhas. O teor de ácido cianídrico deve ser baixo, tanto nas folhas como nas raízes, para evitar intoxicação dos animais. Apesar de se adaptar aos mais diferentes ecossistemas, mandioca apresenta uma alta interação do genótipo com o ambiente, ou seja, as cultivares apresentam adaptação específica a determinadas regiões e dificilmente uma mesma cultivar se comporta de forma semelhante em todos os ecossistemas. Na maior parte da região do Amapá predomina o clima tropical. Nessa região a cultura da mandioca é afetada por inúmeros problemas de natureza biótica e abiótica. A podridão é a principal doença que afeta este cultivo. Os ácaros são as principais pragas, constituindo sérios problema para a cultura, principalmente durante o período seco. Inúmeras cultivares tem sido recomendadas para os ecossistemas de terra firme e várzea, principalmente voltadas para o controle da podridão radicular. A Embrapa
Amapá recomenda a cultivar Jurará para área de terra firme, que
reúne alta qualidade e desempenho produtivo. Suas características principais
são o ciclo mais tardio (12 a 18 meses), permitindo uma escalonamento
de produção de raízes, altura média de 1,8m e raízes de cor creme. Seu
potencial produtivo na região é de 20 t/ha. Para as várzeas amapaenses,
as cultivares Mãe Joana (IM 175) e Amazonas Embrapa 8 (IM 186), são
os materiais mais adaptados, tanto em relação à produtividade, quanto
à resistência à podridão radicular, sendo o ciclo das cultivares variando
de 5 a 7 meses. |
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