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Cultivo
da Mandioca para a Região dos Tabuleiros Costeiros | ||
Importância
econômica |
Cultivares | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
As cultivares de mandioca são classificadas em: 1) doces ou de “mesa”, também conhecidas como aipim, macaxeira ou mandioca mansa e normalmente utilizadas para consumo fresco humano e animal; e 2) amargas ou mandiocas bravas, geralmente usadas nas indústrias. Para consumo humano, as cultivares devem apresentar menos de 50 ppm ou 50mg de ácido cianídrico (HCN) por quilograma de raízes frescas. O teor de HCN varia com a cultivar, com o ambiente e com a idade de colheita, que é um fator decisivo na escolha da cultivar de aipim. Outros caracteres de natureza qualitativa também são importantes, tais como, o tempo de cozimento das raízes, que varia de acordo com a cultivar e com a idade de colheita. É comum variedades de aipim ou macaxeira passarem um determinado tempo de seu ciclo “sem cozinhar”, o que é um fator crítico para o mercado in natura. Outras características referentes à qualidade, tais como, ausência de fibras na massa cozida, resistência à deterioração pós-colheita, facilidade de descascamento das raízes, raízes curtas e bem conformadas são também importantes para o mercado consumidor de mandioca para mesa e devem ser consideradas na escolha da cultivar. Cultivares de mandioca para mesa em geral devem apresentar um ciclo mais curto para manter a qualidade do produto final. Como o ácido cianídrico das raízes é liberado durante o processamento, na indústria podem ser utilizadas tanto cultivares de mandioca mansas quanto bravas. A mandioca industrializada pode dar origem a inúmeros produtos e subprodutos, dentre os quais se destacam a farinha e a fécula, também chamada de amido, tapioca ou goma. Nesse caso, as cultivares devem apresentar alta produção e qualidade do amido e da farinha. Além disso, na maioria das regiões do Brasil é importante que as cultivares apresentem raízes com polpa, córtex e película de coloração branca, ausência de cintas nas raízes, película fina e raízes grossas e bem conformadas, o que facilita o descascamento e garante a qualidade do produto final. A mandioca pode ser usada na alimentação de animais domésticos, como bovinos, aves e suínos. As raízes são fontes de carboidratos; a parte aérea, incluindo as manivas, fornecem carboidratos e proteínas, estas últimas concentradas nas folhas. Para a alimentação animal, o ideal é que as cultivares apresentem alta produtividade de raízes, de matéria seca e de parte aérea, com boa retenção foliar e altos teores de proteínas nas folhas. O teor de ácido cianídrico deve ser baixo, tanto nas folhas quanto nas raízes, para evitar intoxicação dos animais. As cultivares de mandioca apresentam adaptação específica a determinadas regiões e dificilmente uma mesma cultivar se comporta de forma semelhante em todos os ecossistemas. Um dos motivos para isso é o grande número de pragas e doenças que afetam o cultivo, restritas a determinados ambientes. Isso justifica, em parte, a grande diversidade de cultivares utilizadas pelos agricultores de mandioca do Brasil. Na maior parte da Região dos Tabuleiros Costeiros o clima é quente e úmido com distribuição de chuvas concentradas entre abril e agosto. Nessa região a cultura da mandioca é afetada por problemas fitossanitários, destacando-se a podridão radicular e bacteriose (no Espírito Santo), ácaros, mosca-branca, mandarová e percevejo de renda (Pragas). Várias cultivares tem sido recomendadas pela Embrapa Mandioca e Fruticultura (Quadro 1). Além dessas cultivares, agricultores da região cultivam muitas outras, como Cigana Preta, Cidade Rica, Caravela, Aciolina, Urubu, Bujá, Tapicina e Rosa.
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