O Brasil ocupa a segunda posição na produção mundial de mandioca (13,46%
do total), que é cultivada em todos os continentes, tendo papel importante
na alimentação humana e animal, como matéria-prima em inúmeros produtos
industriais e na geração de emprego e de renda. Estima-se que na fase
de produção primária e no processamento de farinha e fécula são gerados
um milhão de empregos diretos, e que a atividade mandioqueira proporciona
receita bruta anual equivalente a 2,5 bilhões de dólares e uma contribuição
tributária de 150 milhões de dólares; a produção que é transformada
em farinha e fécula gera, respectivamente, receitas equivalentes a 600
milhões e 150 milhões de dólares.A produção nacional da cultura, projetada
pela CONAB para 2002, será de 22,6 milhões de toneladas de raízes, numa
área plantada de 1,7 milhões de hectares, com rendimento médio de 13,3
t/ha. Dentre os principais estados produtores em 2001 destacam-se: Bahia
(21,92%), Pará (21,58%), Paraná (19,99%), Rio Grande do Sul (6,86%)
e Amazonas (5,06%), que respondem por 75,41% da produção do país. A
Região Nordeste sobressai-se com uma participação de 34,76% da produção
nacional, porém com rendimento médio de apenas 11 t/ha, as demais regiões
participam com 25,71% (Norte), 25,03% (Sul), 9,22% (Sudeste) e 5,28%
(Centro-Oeste). As Regiões Norte e Nordeste destacam-se como principais
consumidoras, sob a forma de farinha. No Sul e Sudeste, com rendimentos
médios de 19 t/ha e 16 t/ha, respectivamente, a maior parte da produção
é para a indústria, principalmente no Paraná, São Paulo e Minas Gerais.
É importante também destacar o crescimento da atividade no Mato Grosso
do Sul.O ecossistema dos Tabuleiros Costeiros estende-se desde o Amapá
até o Rio de Janeiro, ocupando uma área de cerca de 20 milhões de hectares,
dos quais metade encontra-se na Região Nordeste, correspondendo a cerca
de 16% da área total dos Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco,
Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará (Figura 1). Esse ecossistema apresenta
grande potencialidade para uso agrícola, principalmente para a produção
de alimentos, devido à topografia plana a suavemente ondulada, que favorece
a mecanização, e ao mercado consumidor que os grandes centros urbanos,
localizados nos tabuleiros, representam. No entanto, os solos desse
ecossistema apresentam várias limitações agrícolas como baixa fertilidade
natural, aumento da acidez com a profundidade, caráter álico, baixa
CTC, baixa saturação por bases e baixa capacidade de retenção de água.
Embora considerados profundos, a presença de horizontes coesos reduz
a profundidade efetiva, prejudicando a dinâmica da água no perfil e,
principalmente, o aprofundamento do sistema radicular. A má distribuição
das chuvas no ecossistema, com a presença de períodos de estiagens,
agrava ainda mais as limitações dos solos. Os solos mais dominantes
na região são os Argissolos Amarelos (Podzólicos Amarelos) e os Latossolos
Amarelos (Latossolos Amarelos).Estima-se que cerca de 33% da área plantada
e de 43% da produção de mandioca na Região Nordeste estão localizados
no ecossistema dos Tabuleiros Costeiros.O consumo per capita mundial
de mandioca e derivados, em 1996, foi de 17,4 kg/hab/ano, sendo de 50,6
kg/hab/ano no Brasil. Os países da África destacam-se nesse aspecto,
sendo que a República Democrática do Congo, República do Congo e Gana
apresentaram, respectivamente, valores de 333,2, 281,1 e 247,2 kg/hab/ano.
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Figura
1. Área ocupada pelos Tabuleiros Costeiros na Região
Nordeste do Brasil, de cerca de 10 milhões de hectares (Silva
et al., 1993). |
Em
função do tipo de raiz a mandioca pode ser classificada em: 1) de
“mesa” - é comercializada na forma in
natura; e 2) para a indústria, transformada principalmente em
farinha, que tem uso essencialmente alimentar, e fécula que, junto com
seus produtos derivados, têm competitividade crescente no mercado de amiláceos
para a alimentação humana, ou como insumos em diversos ramos industriais
tais como o de alimentos embutidos, embalagens, colas, mineração, têxtil
e farmacêutica (Figura 2).
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Figura
2. Potencialidades de uso do amido no Brasil |
O mercado internacional de mandioca, sem
considerar o comércio interno na União Européia, movimentou, em média/ano,
até 1993, cerca de 10 milhões de
toneladas de produtos derivados ("pellets" e farinha
de soja/mandioca), sendo equivalente a mais de U$ 1 bilhão de dólares.
A produção brasileira de mandioca é praticamente consumida no mercado
interno, com cerca de 0,3% da produção nacional sendo exportados nos
últimos 10 anos.
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