Nuno R. Madeira
Fausto F. dos Santos
Atualmente, a produção concentra-se na América do Sul, especialmente no Brasil, Colômbia, Venezuela e Equador e, em menor escala, no Peru e na Bolívia. É também cultivada esporadicamente na América Central, em Porto Rico, Costa Rica, Haiti e Cuba, e na Ásia, na Índia e no Sri Lanka.
No Brasil, os dados de produção são escassos, devido à dificuldade de levantamentos realistas e ao fato de que boa parte da produção é comercializada diretamente do produtor a varejistas ou a indústrias beneficiadoras, não passando pelas centrais de abastecimento e, conseqüentemente, não sendo computada em dados oficiais. A (Tabela 1) apresenta dados de produção dos principais estados produtores.
Tabela 1. Área, produtividade e produção nacional nos principais Estados produtores.
Unidade da Federação |
Área(ha) |
Produtividade(t.ha-1) |
Produção(t) |
Paraná |
7.633 |
9,51 |
72.616 |
Minas Gerais |
6.000 |
8,04 |
48.024 |
Espírito Santo |
1.300 |
11,00 |
14.300 |
Santa Catarina |
850 |
13,23 |
11.245 |
São Paulo |
750 |
9,00 |
6.750 |
Distrito Federal |
70 |
22,14 |
1.550 |
Brasil |
16.603 |
9,30 |
154.485 |
Fonte: Santos e Carmo, 1998; Santos et al., 2000.
A cultura da mandioquinha-salsa constitui-se em ótima alternativa para pequenos e médios produtores, especialmente dentro dos conceitos de agricultura familiar, em função da considerável demanda por mão-de-obra, principalmente nas fases de preparo de mudas, plantio e colheita, operações que exigem critério, cuidados e capricho no manuseio. Assume grande importância socioeconômica nas regiões onde o cultivo é intenso. Além disso, tem por características a baixa utilização de insumos e o baixo custo de produção.
A mandioquinha-salsa possui mercado cativo e crescente, estando a produção abaixo da demanda. Goza ainda da reputação de produto saudável, quase orgânico, condição que deve ser preservada e melhor explorada. É interessante ressaltar a facilidade de adequação da mandioquinha-salsa ao cultivo orgânico, em função de sua rusticidade, o que vai de encontro à crescente demanda por produtos ecologicamente racionais, com qualidade superior em termos de segurança alimentar àqueles produzidos convencionalmente, pela ausência de resíduos de agrotóxicos.
Por se tratar de espécie de propagação vegetativa, isto é, sem o uso de sementes botânicas, e por ser cultura cujo sistema produtivo não utiliza grande quantidade de insumos, o interesse por parte das empresas privadas é praticamente nulo e da comunidade científica, incipiente.
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