Embrapa Florestas
Sistemas de Produção, 6
ISSN 1678-8281 Versão Eletrônica
Out./2003
Cultivo da bracatinga

Paulo Ernani Ramalho Carvalho

Início

Apresentação
Taxonomia
Descrição da espécie
Biologia reprodutiva e fenologia
Ocorrência natural
Aspectos econômicos e ambientais
Aspectos ecológicos
Clima
Solos
Sementes
Produção de mudas
Características silviculturais
Melhoramento genético
Crescimento e produção
Principais pragas e doenças
Características da madeira
Produtos e utilizações
Espécies afins
Sistemas agroflorestais
Referências
Glossário

Expediente
Autores

Crescimento e Produção


A bracatinga é considerada uma das espécies de crescimento inicial mais rápido no Sul do Brasil. Alguns povoamentos implantados por mudas alcançaram produtividade de até 36 m3/ha.ano-1 com casca, sob regeneração artificial, em Concórdia - SC, aos quatro anos de idade, no espaçamento de 3 m x 2 m. Todavia, quando a implantação dessa espécie se deu por regeneração natural proveniente de queima, sua produção volumétrica variou de 8,3 a 25,1 m3/ha.ano-1, aos seis anos (Ahrens, 1981). Na região metropolitana de Curitiba - PR, a produtividade anual média, em rotações de sete anos, é estimada em 12,5 a 15 m3/ha, sob regeneração natural, adotando-se a fórmula de Ahrens (1981) e diâmetro mínimo de 3 cm para lenha.

A bracatinga foi introduzida em diversos locais fora da área de ocorrência natural, apresentando, na grande maioria, resultados insatisfatórios em termos de crescimento e sobrevivência, como em algumas localidades no Paraná: Cascavel (sudoeste), Cianorte (noroeste) e Paranaguá (litoral). Contudo, principalmente na América Central, apresentou sucesso em ambientes e sistemas de cultivos inéditos (Centro-... , 1990). Em Misiones, Argentina, resultados mostram o bom comportamento da espécie (Volkart et al., 1992), com incrementos volumétricos anuais de 86 m3/ha.ano, aos quatro anos de idade, no espaçamento 2 m x 2 m (Volkart, 1991) e 646,3 m3/ha de volume estéreo, aos quatro anos (Volkart et al., 1998). Introduzida em dois municípios da Região Central de Vera Cruz, no México, Dominguez Alvarez (1996), obteve para esta espécie rendimentos superiores aos de Gmelina arborea e Pinus caribaea var. hondurensis, propondo uma rotação preliminar de quatro anos.

O volume comercial de madeira da bracatinga pode ser calculado pela fórmula V = 0,3879.D2H (Ahrens, 1981). Estima-se uma rotação de quatro a sete anos, em regeneração induzida, para energia e de seis a oito anos, em regeneração natural, para energia e escoras, quando a densidade média é de 2.200 plantas/ha. Machado et al. (1997) estabeleceram curvas de índice de sítio
construídas para bracatingais na região metropolitana de Curitiba. Segundo os autores, essas curvas podem ser usadas com segurança para a classificação da capacidade produtiva dos terrenos florestais cobertos com esta espécie com idades acima de dois anos. Baggio et al. (1995) estabeleceram três modelos que demonstraram ser adequados para estimar o peso de qualquer fração e da biomassa aérea total desta espécie, sendo que o mais preciso foi Y = a.DAPb, onde Y = peso; a e b = constantes.


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