Sumário
Apresentação
Importância econômica
Aspectos agro e zooecológicos
Raças
Instalações
Alimentação
Reprodução
Manejo produtivo
Saúde
Preparo para o mercado
Mercado e comercialização
Coeficientes técnicos
Referências
Glossário
Expediente
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Alimentação |
O leite
produzido por uma vaca leiteira é considerado como um subproduto de sua
função reprodutiva e ambos são dependentes de uma dieta controlada. Desta
dieta, os bovinos utilizam nutrientes para mantença, crescimento,
reprodução e produção, quer seja na forma de leite ou carne. Manter uma
alimentação adequada é de fundamental importância tanto do ponto de vista
nutricional quanto econômico. Em um sistema de produção de leite a
alimentação do rebanho tem um custo efetivo representativo. Considerando o
custo de produção de leite, a alimentação representa de 40 a 60%, podendo
atingir percentual mais elevado.
Como ruminante, a vaca de leite é capaz de transformar
alimentos não essenciais aos não ruminantes (forragens e forrageiras), em
produtos de valor econômico. Entretanto, a medida que se busca maior
produtividade por animal, os volumosos (pasto, silagem e feno) por si só,
não são suficientes para manter esta maior produtividade. Neste caso, além
de volumosos, alimentação do gado de leite deve ser acrescida de uma
mistura de concentrados, minerais e algumas vitaminas.
Um sistema de alimentação eficaz é baseado nos
requerimentos nutricionais (proteina, energia, minerais e vitaminas) para
cada categoria animal do rebanho e na composição química dos alimentos
utilizados. Na prática, para realizar a combinação dos requerimentos
nutricionais de cada categoria animal com a com a composição química dos
alimentos, utilizam-se de dados de tabelas (NRC- National Research Council,
ou ARC- Agricultural Research Council e Tabela Brasileira de Alimentos).
Bezerros
Novilhas
Vacas em
lactação
Touros
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Alimentação de
bezerros |
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Ao nascer, o bezerro é um monogástrico com o estômago
apresentando características diferentes do ruminante adulto, não sendo
capaz de utilizar alimentos sólidos, tem reflexo para mamar e tem todas as
condições fisiológicas e bioquímicas para utilizar o leite. Sob condições
normais de alimentação e manejo, em sessenta a noventa dias este bezerro
se transforma em ruminante com habilidade para sobreviver com alimentos
volumosos e concentrados, com o rúmen-retículo apresentando atividade
microbiana relevante, desenvolvimento de papilas em suas paredes e
capacidade de absorção de nutrientes pelas paredes do rúmen-retículo.
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Aleitamento |
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A fase de aleitamento pode ser natural ou artificial. No
aleitamento natural o bezerro obtém o leite mamando diretamente no úbere
da vaca. Este sistema deve ser adotado em propriedades cujo plantel é
formado por rebanhos puros ou de alto grau de sangue das raças zebuínas,
onde é comum as vacas “esconderem o leite” na ausência do bezerro, quando
ordenhadas. Outras condições são a produtividade média diária de leite por
vaca inferior a 8 kg e mão-de-obra ineficiente quanto à higiene
necessária para se aleitar bezerros artificialmente.
O aleitamento artificial consiste em fornecer a dieta
líquida em balde, mamadeira ou similar. Este sistema permite racionalizar
o manejo dos animais, ordenhar com mais higiene e controlar a quantidade
de leite ingerida pelo bezerro.
Em ambos os tipos de aleitamento, o importante é fornecer
colostro o mais rápido possível, pois esta é forma de garantir a
sobrevivência do bezerro nas primeiras semanas após o nascimento,
fornecendo os anticorpos. A maneira mais eficiente é fazer o bezerro mamar
o colostro na vaca logo após o nascimento. Quando fornecido no balde,
usar o colostro integral, permitindo a ingestão de 5 a 6 kg de colostro;
2. Na fase de aleitamento, o alimento natural do bezerro é
o leite integral que por seu valor comercial pode ser substituído pelo
colostro excedente ou utilizar um sucedâneo comercial do leite,
normalmente vendido na forma de pó;
3. Fornecer 4 l/animal/dia qualquer que seja a dieta
líquida utilizada, que deverá ser fornecida em duas refeições diárias
durante a primeira semana de vida do animal. A partir daí, uma vez ao dia,
de manhã ou a tarde conforme mais conveniente para o produtor;
4. Quantidade fornecida, regularidade no horário e na
temperatura da dieta líquida são muito importantes para evitar distúrbios
gastrointestinais
Desmama ou desaleitamento precoce
Destina-se a transformar o bezerro de monogástrico em
ruminante o mais cedo possível
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Fornecimento de
concentrado |
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O concentrado
inicial a ser fornecido aos bezerros do nascimento até os 60 ou 70 dias de
idade, independente do sistema de aleitamento utilizado, deve ter na sua
composição alimentos considerados de excelente qualidade, como grãos de
milho, raspa de mandioca, farelo de soja, farelo de algodão e misturas
minerais e vitamínicas (Instrução Técnica para o Produtor de Leite -
Sistemas de Alimentação nº 39. Opções de concentrados para para bezerros
até os 360 dias de idade).
Concentrados contendo grãos que sofreram tratamento térmico
e/ou vapor, e aqueles na forma de pellets, aumentam a digestibilidade e
estimulam seu consumo precoce.
A partir dos 70 dias, pode-se utilizar concentrados de
menor custo. Muito embora alguns estudos demonstrem ser viável a
utilização de uréia nos concentrados iniciais para bezerros, recomenda-se
o seu uso somente após os três meses de idade, quando o rúmen estará
desenvolvido o suficiente para utilizar o nitrogênio não protéico da
dieta.
Após o desaleitamento, o consumo de concentrado aumentará
rapidamente, devendo-se limitar a quantidade fornecida para estimular o
consumo de volumoso. Tem-se sugerido o fornecimento de 1 a 2 kg de
concentrado com 12% de proteína bruta e 66% de nutrientes digestíveis
totais - NDT, dependendo da qualidade do alimento volumoso utilizado.
É importante verificar a condição do concentrado que
sobrou, que se molhado ou mofado, remova-o; se seco e em boas condições,
deixe-o.
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Fornecimento de
volumoso |
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Os alimentos volumosos são muito importantes para o
desenvolvimento fisiológico, do tamanho e da musculatura do rúmen,
principalmente para os dois últimos. Um bom volumoso, feno ou verde
picado, deve ser fornecido desde a segunda semana de idade. Em escala de
importância, para bezerros, antes dos três meses de idade, bons fenos são
melhores que bons alimentos verdes picados, que, por sua vez, são melhores
que boas silagens. Esta é uma recomendação de ordem geral, já que a
qualidade do alimento é extremamente importante na determinação do
consumo. Antes dos três meses de idade, o uso de alimentos fermentados,
como silagens, não é recomendado, uma vez que o consumo será insuficiente
para promover o desenvolvimento do rúmen e o crescimento do animal.
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Fornecimento de
água |
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A água disponível deve estar limpa e fresca. Se
forem usados baldes para dar de beber aos animais, a água deve ser
renovada diariamente.
Recomenda-se
que os bezerros tenham, à sua disposição, desde a primeira semana de
idade, água fresca e limpa, porque há evidências de maior consumo de
concentrado pelos animais assim manejados.
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Desaleite ou
desmame os bezerros |
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As maiores vantagens da desmama ou do desaleitamento
precoce são as reduções no custo da alimentação, da mão-de-obra e não
ocorrência de distúrbios gastrointestinais. Quando o bezerro estiver
consumindo 600 a 800 g de concentrado por dia, de maneira consistente, ele
estará pronto para ser desaleitado ou desmamado, independente de sua
idade, tamanho ou peso.
Independente do sistema de criação adotado, não há
razão, sob o ponto de vista do bezerro, do fornecimento da dieta líquida
ser superior a oito semanas. Recomenda-se o desaleitamento abrupto, não
sendo necessária a redução gradativa da quantidade de leite oferecida para
os bezerros, prática trabalhosa, principalmente à medida que aumenta o
número de bezerros.
Os bezerros devem permanecer na sua instalação
por mais duas semanas, após o corte da dieta líquida, recebendo água e
alimentos sólidos. Assim, eles perderão o hábito da dieta líquida com
menor estresse, e será possível observar como eles reagiram à desmama ou
desaleitamento. Outro fator de importância é a não ocorrência de estresse
por competição, se mudados imediatamente após a desmama, para instalações
coletivas (baias ou pasto) .
Importante: observe o bezerro, cuidadosamente,
todos os dias
. verifique o
olhar do bezerro:
olhar vivo significa saúde;
. verifique a
existência de corrimento nasal:
o desejável é não haver corrimento nasal;
. verifique a
consistência das fezes:
as fezes devem estar sólidas;
. verifique o
apetite dos bezerros.
bezerros
sadios bebem a dieta líquida com avidez, e não descuide da Sanidade
( Embrapa – Instrução Técnica para o Produtor de Leite:
Qualidade do Leite e Segurança Alimentar nº 2. Cuidados sanitários na
criação de bezerros).
Pese o bezerro ao nascer e desaleitamento ou
desmama. Calcule o ganho de peso médio diário
Cálculo do ganho de peso médio diário (GPMD)
GPMD (kg/dia)
= (peso ao desaleitamento - peso ao nascimento) ÷ número de dias entre o
desaleitamento e o nascimento
Observação:
O ganho de peso médio diário deve ser superior a 0,350 kg por dia.
Anote, na ficha individual do bezerro, os pesos e quaisquer
problemas ocorridos com o bezerro
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Alimentação de
Novilhas |
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A fase de recria inicia-se após o desmame estendendo-se
até a primeira cobrição. É menos complexa do que a fase de cria, porém
requer muita atenção do produtor, pois os requerimentos do animal em
crescimento estão constantemente mudando, em função de alterações na
composição de seu corpo. A medida que a idade do animal vai avançando,
reduz-se a taxa de formação de ossos e proteína , com o aumento acentuado
na deposição de gordura. Do início desta fase, dos 80 - 90 kg de peso vivo
até a puberdade, o monitoramento do ganho de peso diário é fundamental,
não devendo ultrapassar 900 g por dia. Este procedimento, evita a má
formação da glândula mamária (acúmulo de gordura e menor quantidade de
tecido secretor de leite) resultando em menor produção de leite durante a
primeira lactação.
A idade à primeira cobrição determinará a alimentação das
novilhas nesta fase. Idades à primeira cobrição mais precoces (15 -16
meses) exigirão planos mais elevados de alimentação mais do aqueles para
idades mais avançadas para a primeira cobrição (24 -26 meses).
A puberdade ou a idade ao primeiro cio é reflexo da idade
fisiológica (tamanho ou peso) e não da idade cronológica da novilha. Deste
modo, o plano de alimentação a ser adotado para as novilhas será aquele
que, de forma mais econõmica permita que elas atinjam o peso par cobrição
o mais cedo possível. O peso vivo para cobrição das novilhas varia de
acordo com a raça, sendo o mínimo de: 340 kg para a raça Holandesa, 330 kg
para a Pardo-Suiço, 230 kg para a Jersey, 320 kg para as mestiças Holandês
x Zebu e 280 kg para a mestiças Jersey x Zebu.
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Recria de
novilhas em pastagens arborizadas |
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A recria de novilhas
leiteiras em pastagens arborizadas tem se mostrado viável tecnicamente. A
Tabela 1 mostra a taxa de lotação e os ganhos de peso de novilhas
leiteiras mantidas em pastagem exclusiva de Brachiaria decumbens e
na pastagem arborizada (modelo de sistema silvipastoril). Observa-se que,
a taxa de lotação na pastagem arborizada foi mais elevada do que a da
pastagem de Brachiaria decumbens e que, no geral, o ganho de peso
foi elevado nas duas condições e ao longo de todo o ano, mas os animais da
pastagem arborizada tiveram maior ganho de peso, principalmente na época
da seca, provavelmente devido à diversidade e melhor qualidade da
forragem.
Tabela 1 – Taxa de lotação
(novilhas/ha) e ganho de peso vivo (g/animal/dia e kg/animal/ano) de
novilhas leiteiras em pastagem arborizada e em pastagem exclusiva de B.
decumbens.
Tratamentos |
Ganho de peso |
Taxa de lotação |
g/ha/dia |
kg/animal/ano |
Novilhas/ha |
Chuvas |
Seca |
|
Chuvas |
Seca |
Pastagem arborizada |
570a |
428a |
179,6 |
1,8 |
1,2 |
Pastagem exclusiva de B. decumbens |
542a |
306b |
152,6 |
1,8 |
1,1
|
1
Médias seguidas por
letras diferentes na mesma coluna diferem significativamente pelo teste
Newman-Keuls
Uma mistura mineral deve estar sempre à disposição dos
animais. A suplementação volumosa na época seca pode ser feita com
forragens verdes picadas, cana-de-açúcar adicionada com 1% de uréia,
silagens ou fenos. Para o fornecimento de volumosos em cochos é necessário
minimizar a competição por alimento entre os animais manejados em grupos,
para isto, é importante propiciar aos animais área de cocho suficiente,
permitindo que todos tenham chance de se alimentar.
O fornecimento de concentrado às novilhas é dependente da
idade, da qualidade do alimento volumoso utilizado e do plano de
alimentação adotado. Em geral, até os seis meses é necessário o
fornecimento de 1 a 2 kg de concentrado com 12% de proteína bruta e 61% de
nutrientes digestíveis totais.
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Recria em
confinamento |
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Neste sistema, os alimentos são levados às novilhas que
permanecem confinadas todo o tempo, sem acesso a pasto. Elas podem
receber, no cocho, forrageira verde picada e/ou silagem e/ou feno. Uma
mistura mineral deverá estar sempre à disposição, em cochos separados,
independente do volumoso utilizado.
Ao se fornecer
dietas à base de silagem de milho para novilhas, deve-se observar a
necessidade de suplementação protéica, se não foi utilizada a uréia ou
outra fonte de nitrogênio não protéico no momento da ensilagem. Às vezes,
é necessário limitar o consumo da silagem para evitar que as novilhas
fiquem obesas.
Um feno de
excelente qualidade é, sem dúvida, o melhor alimento para as novilhas
mantidas sob confinamento. Ele pode constituir-se no único alimento para
esta categoria animal. A mistura em partes iguais (na base da matéria
seca) de feno e silagem de milho pode ser considerada como o melhor
alimento para esta categoria animal, quando em confinamento.
T
ambém em
sistemas de criação de novilhas confinadas, de raças especializadas para
produção de leite, recomenda-se o fornecimento de concentrado durante toda
a fase de recria. Tudo vai depender do ganho de peso desejado durante esta
fase. É importante ter sempre em mente que os extremos, sub e
superalimentação, devem ser evitados.
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Água |
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As novilhas devem ter à sua disposição água fresca e limpa
diariamente.
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Monitore o
crescimento das novilhas |
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O monitoramento do desenvolvimento das novilhas é através
do acompanhamento do ganho de peso mensalmente. Dos 80-90 kg de peso vivo
até a puberdade elas não devem ganhar mais do que 900 g por dia. Após a
puberdade, ganhos superiores a este são admitidos, mas deve-se evitar que
as novilhas fiquem obesas. O crescimento das novilhas pode ser feito
através de pesagem ou pela condição corporal das mesmas. Numa escala de 1
a 5 (1 = magra e 5 = obesa), as novilhas devem apresentar escore igual a
3.
Registre em ficha individual os pesos e quaisquer problemas
ocorridos com as novilhas.
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Alimentação de vacas em lactação |
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Um sistema de alimentação para vacas em lactação, para ser
implementado, é necessário considerar o nível de produção, o estágio da
lactação, a idade da vaca, o consumo esperado de matéria seca, a condição
corporal, tipos e valor nutritivo dos alimentos a serem utilizados.
O estágio da lactação afeta a produção e composição do
leite, o consumo de alimentos e mudanças no peso vivo do animal.
Nas duas primeiras lactações da vida de uma vaca leiteira,
deve-se fornecer alimentos em quantidades superiores àquelas que deveriam
estar recebendo em função da produção de leite, pois estes animais ainda
continuam em crescimento, com necessidades nutricionais bastante elevadas.
Assim, recomenda-se que aos requerimentos de mantença sejam adicionados
20% a mais para novilhas de primeira cria e 10% para vacas de segunda
cria.
Recomenda-se alimentar as vacas primíparas separadas das
vacas mais velhas. Este procedimento evita a dominância, aumentando o
consumo de matéria seca.
As vacas não devem parir nem excessivamente magras nem
gordas. Vacas que ganham muito peso antes do parto apresentam apetite
reduzido e menores produções de leite, e distúrbios metabólicos como
cetose, fígado gorduroso e, deslocamento do abomaso além de baixa
resistência aos agentes de doenças.
Um plano de alimentação para vacas em lactação deve
considerar os três estádios da curva de lactação, pois, as exigências
nutricionais dos animais, são distintas para cada um deles.
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Alimentação no
terço inicial da lactação |
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As vacas, nas primeiras semanas após o parto,
não conseguem consumir alimentos em quantidades suficientes para sustentar
a produção crescente de leite neste período, até atingir o pico, o que
ocorre em torno de 5 a 7 semanas após o parto. O pico de consumo de
alimentos só será atingido posteriormente, em torno de 9 a 10 semanas
pós-parto. Por isso, é importante que recebam uma dieta que possa permitir
a maior ingestão de nutrientes possível, evitando que percam muito peso e
tenham sua vida reprodutiva comprometida.
Devem ser manejadas em pastagens de excelente
qualidade e em quantidade suficiente para permitir alta ingestão de
matéria seca. Para isto, o manejo dos pastos em rotação é prática
recomendada.
Deve-se
fornecer volumoso de boa qualidade com suplementação com concentrados e
mistura mineral adequada. Vacas de alto potencial de produção devem
apresentar um consumo de matéria seca equivalente a pelo menos 4% do seu
peso vivo, no pico de consumo.
Vacas que são
ordenhadas três vezes ao dia consomem 5 a 6% mais matéria seca do que se
ordenhadas duas vezes ao dia.
Para vacas mantidas a pasto, durante o período de menor
crescimento do pasto, há necessidade de suplementação com volumosos:
capim-elefante verde picado, cana-de-açúcar adicionada de 1% de uréia,
silagem, feno ou forrageiras de inverno. Para vacas de alta produção
leiteira ou animais confinados, forneça silagem de milho ou sorgo, à
vontade.
Um regra prática para determinar a quantidade de volumoso a
ser fornecida é monitorar a sobra ou o excesso que fica no cocho. Caso não
haja sobras ou se sobrar menos do que 10% da quantidade total fornecida no
dia anterior, aumente a quantidade de volumoso a ser fornecida. Caso haja
muita sobra, reduza a quantidade.
Para cada dois
quilogramas de leite produzidos, a vaca deve consumir pelo menos um
quilograma de matéria seca. De outra forma, ela pode perder peso em
excesso e ficar mais sujeita a problemas metabólicos.
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Fornecimento de
concentrado |
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O concentrado
para vacas em lactação deve apresentar 18 a 22% de proteína bruta (PB) e
acima de 70% de nutrientes digestíveis totais (NDT), na base de 1 kg para
cada 2,5 kg de leite produzidos. Pode-se utilizar uma mistura simples à
base de milho moído e farelo de soja ou de algodão, calcário e sal mineral
ou dependendo da disponibilidade, soja em grão moída ou caroço de algodão.
Algumas opções para formulação de concentrado são apresentadas na
Instrução Técnica para o Produtor de Leite - Sistemas de Alimentação nº
40. Opções de concentrados para vacas em lactação.
Vacas de alta
produção de leite manejadas a pasto ou em confinamento, precisam ter
ajustes em seu manejo e plano alimentar. Para vacas com produções diárias
acima de 28-30 kg de leite, deve-se fornecer concentrados contendo fontes
de proteína de baixa degradabilidade no rúmen, como farinha de peixe,
farelo de algodão, soja em grão moída, tostada, etc.
Vacas com
produções acima de 40 kg de leite por dia, além de uma fonte de gordura,
como caroço de algodão, soja em grão moída ou sebo, devem receber gordura
protegida (fonte comercial) para elevar o teor de gordura da dieta total
para 7-8%. Essas vacas devem receber uma quantidade diária de gordura na
dieta equivalente à quantidade de gordura produzida no leite. Instrução
Técnica para o Produtor de Leite - Sistemas de Alimentação nº 47.
Alimentação e manejo de vacas de alto potencial genético
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Dieta completa |
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Dieta completa é uma mistura de volumosos (silagem, feno,
capim verde picado) com concentrados (energéticos e protéicos), minerais e
vitaminas. A mistura dos ingredientes é feita em vagão misturador próprio,
contendo balança eletrônica para pesar os ingredientes. Muito usada em
confinamento total, tem a vantagem de evitar que as vacas possam consumir
uma quantidade muito grande de concentrado de uma única vez, o que pode
causar problemas de acidose nos animais. Além disso recomenda-se a
inclusão de 0,8 a 1% de bicarbonato de sódio e 0,5% de óxido de magnésio
na dieta total, para evitar problemas com acidose.
O melhor teor de matéria seca da ração total está entre 50
e 75%. Rações mais secas ou mais úmidas podem limitar o consumo. Por isso,
o teor de umidade da silagem deve ser monitorado semanalmente, se
possível.
Normalmente, as vacas se alimentam após as
ordenhas. Mantendo a dieta completa à disposição dos animais nesses
períodos, pode-se conseguir aumento do consumo voluntário.
Para reduzir mão-de-obra na mistura de diferentes
formulações para os grupos de vacas com diferentes produções médias, a
tendência atual é de se formular uma dieta completa com alto teor
energético e com nível de proteína não degradável que atenda o grupo de
maior produção de leite. Os demais grupos, vacas no terço médio e vacas em
final de lactação, naturalmente já controlariam o consumo, ingerindo menos
matéria seca.
Para assegurar consumo máximo de forragem, principalmente
na época mais quente do ano, deve-se garantir disponibilidade de alimentos
ao longo do dia. Deve-se encher o cocho no final da tarde, para que os
animais possam ter alimento fresco disponível durante a noite. Dessa forma
as vacas podem consumir o alimento num horário de temperatura mais amena.
A relação concentrado/volumoso é maior para vacas de maior
produção de leite. De uma forma mais generalizada, sugere-se, na tabela
abaixo, as relações concentrado/volumoso.
Produção de Concentrado Volumoso
leite
(kg/dia) % %
Até
14 30-35 65-70
14 a
23 40 60
24 a
35 45 55
36 a
45 50-55 45-50
Acima de 45 55-60
40-45
Deve-se tomar o cuidado de retirar restos de alimentos
mofados do cocho antes de fornecer nova alimentação.
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Forneça mistura
mineral |
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Para animais
mantidos a pasto, o método mais prático de suplementar minerais é deixando
a mistura (comprada ou preparada na própria fazenda) disponível em cocho
coberto, à vontade. Instrução Técnica para o Produtor de Leite - Sistemas
de Alimentação nº 41. Suplementos Minerais para Gado de Leite e Senar -
Embrapa: Manual Técnico: Trabalhador na Bovinocultura de Leite - página
161.
Para vacas em lactação e animais que são
mantidos em confinamento, é mais seguro e garantido, incluir a mistura
mineral no concentrado ou na dieta completa.
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Forneça água
limpa e de boa qualidade |
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Vacas em lactação requerem uma quantidade muito
grande de água, uma vez que o leite é composto de 87 a 88% de água. Ela
deve estar à disposição dos animais, à vontade e próxima dos cochos.
Normalmente as vacas consomem 8,5 litros de água para cada litro de leite
produzido. Quando a temperatura ambiente se eleva, nos meses de verão, o
consumo de água aumenta substancialmente.
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Alimentação
no terço médio da lactação |
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Neste período, as vacas já recuperaram parte
das reservas corporais gastas no início da lactação e já deveriam estar
enxertadas. A produção de leite começa a cair e as vacas devem continuar a
ganhar peso, preparando sua condição corporal para o próximo parto.
O fornecimento
de concentrado deve ser feito com 18 a 20% de proteína bruta, na proporção
de 1 kg para cada 3 kg de leite produzidos acima de 5 kg, na época das
chuvas, e a mesma relação acima de 3 kg iniciais de leite produzido,
durante o período seco do ano, conforme tabela abaixo.
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Alimentação
no terço final da lactação |
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Neste período
as vacas devem recuperar suas reservas corporais e a produção de leite já
é bem menor que nos períodos anteriores. Deve-se alimentar as vacas para
evitar que ganhem peso em excesso, mas que tenham alimento suficiente,
principalmente na época seca do ano, para repor as reservas corporais
perdidas no início da lactação. É o período em que ocorre a secagem do
leite, encerrando-se a lactação atual e o início da preparação para o
próximo parto e lactação subsequente. Instrução Técnica para o Produtor de
Leite - Qualidade do Leite e Segurança Alimentar nº 3. Método de secagem
de vacas .
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Alimentação no
período seco |
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É o período compreendido entre a secagem e o próximo parto.
Em rebanhos bem manejados sua duração é de 60 dias. É fundamental para que
haja transferência de nutrientes para desenvolvimento do feto, que é
acentuado nos últimos 60 - 90 dias que precedem o parto, a glândula
mamária regenere os tecidos secretores de leite e acumule grandes
quantidades de anticorpos, proporcionando maior qualidade e produção de
colostro, essencial para a sobrevivência da cria recém-nascida.
O suprimento de
proteína, energia, minerais e vitaminas é muito importante, mas deve-se
evitar que a vaca ganhe muito peso nesta fase, para reduzir a incidência
de problemas no parto e durante a fase inicial da lactação. Isso se deve,
principalmente, à redução na ingestão de alimentos pós-parto, o que
normalmente se observa com vacas que parem gordas.
Nas duas
semanas que antecedem ao parto deve-se iniciar o fornecimento de pequenas
quantidades do concentrado formulado para as vacas em lactação, para que
se adaptem à dieta que receberão após o parto. As quantidades a serem
fornecidas variam de 0,5 a 1% do peso vivo do animal, dependendo da sua
condição corporal.
O teor de cálcio da dieta de vacas no final da gestação
deve ser reduzido para evitar problemas com febre do leite (Febre do leite
- EMBRAPA - CNPGL. Documentos, 67) após o parto. A mistura mineral (com
nível baixo de cálcio) deve estar disponível, à vontade, em cocho coberto.
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Alimentação de Touros |
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Os touros devem receber volumosos de boa qualidade, além de
2 kg de concentrado com 65% de NDT e cerca de 18% de proteína. O
concentrado fornecido às vacas secas ou novilhas pode ser usado. Acesso a
piquete para exercício, havendo disponibilidade adequada de pasto de boa
qualidade, melhor. Limitar o fornecimento de feno a 7 a 10 kg por dia e,
se usar a silagem de milho ou sorgo fornecer no máximo, 7 kg/dia.
Água de boa qualidade e mistura mineral devem estar sempre
à disposição do touro.
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