Embrapa Mandioca e Fruticultura
Sistemas de Produção, 8
ISSN 1678-8796 Versão eletrônica
Jan/2003

Cultivo da Mandioca para a Região do Cerrado

Luciano da Silva Souza
Josefino de Freitas Fialho
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Mandioca na alimentação animal
Mercado e comercialização
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Expediente

Mandioca na alimentação animal 

Raspa de raízes de mandioca
Feno da parte aérea da mandioca

Raspa de raízes de mandioca 

Raspa de raízes de mandioca 

As raízes da mandioca destacam-se como fonte de energia, que é o componente quantitativamente mais importante das rações alimentícias para diferentes espécies de animais. Apresentam quantidades mínimas de proteína, vitaminas, minerais e fibra e são bem aceitas pelos animais.

A concentração de energia útil na mandioca e seus derivados é afetada pela umidade. A raiz de mandioca quando fresca, apresenta menos de 1.500 kcal de energia metabolizável por quilo de massa fresca; quando desidratada, varia de 3.200 a 3.600 kcal 

A desidratação é um processo importante para conservar a qualidade das raízes depois de colhidas, facilita seu uso na composição de alimentos, eleva a concentração de nutrientes e facilita a conservação dos alimentos, além de ser um dos métodos mais eficientes na redução da toxicidade.

O processo de produção consiste basicamente, logo após a colheita, no corte das raízes e exposição ao sol. A produção de raspa deve ocorrer no período adequado à colheita, quando as condições climáticas são favoráveis (boa insolação, alta temperatura e baixa umidade relativa).

de energia metabolizável, nível adequado para a maioria dos animais de todas as idades.

Lavagem das raízes

As raízes devem ser lavadas para eliminar a terra e outros elementos estranhos aderidos a elas, especialmente quando são processadas sem a retirada da casca (película externa e córtex). A lavagem adequada permite obter materiais com boa qualidade, quanto ao conteúdo de resíduos.

Corte das raízes

As raízes devem ser divididas em pequenos pedaços, usando maquinário apropriado, para acelerar o processo de secagem, facilitar o armazenamento, a sua conservação e uso na preparação de rações alimentícias.

Desidratação das raízes

É a operação mais importante no processo de preparação de raspas, devido à necessidade de baixar o teor de umidade de 60-70% nas raízes para 10-14% nas raspas.

Nos sistemas tradicionais de secagem, os pedaços das raízes são espalhados uniformemente em uma área cimentada, lona plástica ou bandejas com fundo de tela, em camadas que proporcionem no máximo uma carga de 15 quilogramas por metro quadrado. Para acelerar o processo, o material deve ser revolvido com um ancinho ou rodo de madeira, no sentido do maior comprimento, a cada duas horas no primeiro dia. À noite, junta-se e protege-se o material com uma lona plástica ou similar.

Rendimento

O índice de eficiência na produção de raspa de raízes de mandioca situa-se de 30-40%, isto é, para cada 1.000 quilogramas de raízes são produzidos de 300 a 400 quilogramas de raspa, dependendo da variedade, idade da planta , umidade inicial, densidade e condições climáticas.

Armazenamento

O armazenamento da raspa seca pode ser feito à granel ou em sacos de aniagem ou ráfia, com capacidade de 30 a 40 quilogramas, tendo o cuidado de compactar bem o produto e colocá-lo em local com boa ventilação, alta temperatura, baixa umidade relativa e protegido da chuva. Para evitar o desenvolvimento de bactérias e fungos, que ocasionam transtornos nutricionais e sanitários, o material armazenado deve estar desidratado de forma homogênea, com umidade que não exceda 14%.

Utilização

As experiências têm demonstrado que a raspa de raízes de mandioca pode ser incluída na formulação de rações para animais domésticos, em substituição parcial ou total dos cereais (milho, trigo, cevada etc.), graças ao seu valor energético e à sua palatabilidade.

Feno da parte aérea da mandioca


Feno da parte aérea da mandioca

A parte aérea da mandioca é constituída pelas hastes principais , galhos e folhas, em proporções variáveis. É um produto que apresenta um potencial protéico de muita importância, sendo também rico em vitaminas, especialmente A, C e do complexo B; o conteúdo de minerais é relativamente alto, especialmente cálcio e ferro. Esse material pode ser submetido a diferentes processos para obtenção de produtos destinados a alimentação animal.

Quando a folhagem se destina a produção de feno para monogástricos (aves, suínos e cavalos), deve-se utilizar as partes mais tenras (hastes novas e folhas). No caso da alimentação de ruminantes (bovinos, caprinos e ovinos) esta seleção não precisa ser tão criteriosa, podendo-se utilizar também as manivas.

A alternativa de desidratar a folhagem abre novas possibilidades para o uso da parte aérea da mandioca na alimentação de animais, de onde se pode obter um feno que oferece numerosas vantagens, podendo ser usado diretamente ou em mistura com outros componentes da ração.

Produção de feno

A fenação é um processo de conservação de forragens, que, além de manter as qualidades do material após a colheita, facilita seu uso na fabricação de alimentos, eleva a concentração de nutrientes e elimina a maior parte do ácido cianídrico, reduzindo-o a níveis seguros para a alimentação animal.

O processo de produção consiste basicamente em, logo após a colheita das ramas, preferencialmente as partes mais tenras (terço superior), triturar-se o material e expor ao sol, quando as condições climáticas são favoráveis (boa insolação, alta temperatura e baixa umidade relativa). A parte basal, por ser bastante lenhosa, possui muita fibra e poucos nutrientes, além do risco de, mesmo após a trituração, apresentar lascas que podem provocar perfurações no estômago dos animais.

Corte das ramas

As ramas devem ser trituradas em pequenos pedaços, usando maquinário apropriado (máquina de picar forragem, moto-forrageira etc.), para acelerar o processo de secagem, facilitar o armazenamento, a sua conservação e o uso na preparação de rações.

Desidratação das ramas

É a operação mais importante no processo de produção de feno, devido à necessidade de baixar o teor de umidade de 65-80% nas ramas para 10-14% no feno.

Nos sistemas tradicionais de secagem, o material picado é espalhado uniformemente em uma área cimentada, lona plástica ou bandejas com fundo de tela. Para acelerar o processo, o material deve ser revolvido com ancinho ou rodo de madeira, no sentido do maior comprimento, a cada trinta minutos, permitindo uma secagem mais uniforme e rápida. A depender da insolação, ao final de quatro horas o material está em condições de ser armazenado.

Rendimento

A taxa de eficiência na produção de feno da parte aérea da mandioca situa-se entre 20-30%, isto é, para cada 1.000 quilogramas de ramas são produzidos de 200-300 quilogramas de feno, dependendo da variedade, idade da planta, umidade inicial, densidade e condições climáticas

Armazenamento

O armazenamento do feno pode ser feito em sacos de aniagem ou ráfia, tendo o cuidado de colocá-los em local com boa ventilação, alta temperatura, baixa umidade relativa e protegido da chuva . Para evitar fermentações indesejáveis e conseqüente deterioração do produto, o material armazenado não deve apresentar umidade superior a 14%.

Utilização

As experiências têm demonstrado que as ramas de mandioca podem ser incluídas na formulação de rações para animais domésticos, especialmente ruminantes (bovinos, caprinos e ovinos), em substituição parcial ou total dos cereais (milho, trigo e cevada), graças ao seu valor nutritivo.

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