Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical
Sistema de Produção, 17
ISSN 1678-8796 Versão eletrônica
Dez/2005

Sistema de Produção para Pequenos Produtores de Citros do Nordeste

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Doenças

Gomose (Phytophthora parasitica e P. citrophthora)

Foto: Hermes P. Santos Filho Foto: Hermes P. Santos Filho

Fig.1. Sintoma na planta e no fruto

Fig.2. Sintoma na planta e no fruto

Sintomas: este fungo ataca as mudas nos viveiro na região do colo das plantas, causando lesões deprimidas de cor escura que aumentam de tamanho e acabam provocando a morte das mudas. Nas plantas adultas ocorre exsudação de goma, escurecimento dos tecidos localizados abaixo da casca, além de sintomas na parte aérea, como clorose intensa das folhas correspondentes ao lado do tronco ou das raízes principais onde ocorrem as lesões. Os frutos mais próximos ao solo podem ser contaminados, apresentando podridão seca de cor marrom-parda.

Controle: tratamento curativo mediante pincelamento dos troncos com pasta bordaleza (1:1:10) ou fosetyl-Al (4,8 g i.a./L). Após a cirurgia, pulverizar a copa com o mesmo produto na dose de 2 g i.a./L, combinando-se esse tratamento com a aplicação no solo de Metalaxil (60 g/planta adulta).

Podridão floral ou "estrelinha" (Colletotrichum acutatum)

Foto: Hermes P. Santos Filho Foto: Hermes P. Santos Filho

Fig.3. Sintoma ferruginoso na pétala

Fig.4. Detalhe da sépala persistente

Foto: Hermes P. Santos Filho Foto: Hermes P. Santos Filho
Fig.5. Sintoma nos frutos em formação Fig.6. Aspecto geral dos ramos afetados

Sintomas: este fungo ataca os tecidos de flores e frutos jovens, provocando a queda prematura dos frutos.

Controle: proteção das flores com um fungicida sistêmico do grupo dos triazóis, intercalado com chlorotalonil ou Mancozeb, obedecendo um esquema de controle que proteja a flor desde a fase "palito de fósforo" até o fruto no tamanho "bola de ping-pong".

Clorose variegada dos citros - CVC ou amarelinho (Xilella fastidiosa)

Foto: Francisco Ferraz Laranjeira Barbosa Foto: Orlando Sampaio Passos

Fig.7. Ramo de laranja com sintoma da CVC

Fig.8. Planta apresentando a doença

Sintomas: esta bactéria aloja-se na parte onde circula a seiva da planta e promove uma clorose foliar semelhante à deficiência de zinco. Quando as folhas amadurecem surgem pequenas pontuações de cor marrom-claro na sua parte inferior e amareladas na parte superior. Com a continuação dos sintomas, essas lesões tornam-se necróticas, de coloração marrom-escuro e ligeiramente salientes. A doença causa ainda redução no tamanho dos frutos, que se tornam endurecidos e amadurecidos precocemente. O desenvolvimento anormal dos frutos favorece a incidência de rachaduras na casca e queimaduras de sol, tornando-os imprestáveis para a comercialização. O vetor da doença são diversas espécies de cigarrinhas, sendo as mais comuns: Dilobopterus costalimai, Bucephalogonia xanthopis, Oncometopia facialis e Plesiomata corniculata)

Controle: 1. Plantio de mudas sadias adquiridas em viveiros registrados, evitando a comercialização de mudas provenientes de regiões contaminadas; 2. Manter o pomar com as ruas limpas e o mato baixo nas entrelinhas; 3. Realizar inspeções periódicas nos pomares para determinar a presença de cigarrinhas, vetores da bactéria, e focos iniciais da doença.

Declínio (agente desconhecido)

Foto: Orlando Sampaio Passos

Fig.9. Planta cítrica com declínio

Sintomas: definhamento acentuado com paralisação do crescimento, murchamento das folhas, que se tornam opacas, mais grosseiras e enroladas. Posteriormente, ocorre um intenso desfolhamento e morte da planta, em 2 ou 3 anos após o aparecimento dos sintomas.

Controle: em pomares bastante afetados recomenda-se a remoção e destruição das plantas afetadas, com replantio utilizando combinações copa/porta-enxerto com histórico de maior possibilidade de sobrevivência.

Leprose

Vírus transmitido pelo ácaro da leprose (Brevipalpus phoenicis)

Sintomas: nas folhas, aparecem lesões rasas, visíveis nas duas faces, nas cores amareladas e formato arredondado, às vezes, com o centro marrom ou necrosado. Nos frutos, as lesões começam a aparecer quando as laranjas medem cerca de cinco centímetros de diâmetro, apresentando-se, inicialmente, como manchas rasas, amareladas, que vão aumentando, tornando-se deprimidas e escuras à medida que os frutos amadurecem. Nos ramos, as manchas quando se tornam velhas ficam com um aspecto de cortiça, cor de palha e, dependendo do número, podem causar a morte do ramo.

Controle: plantio de mudas sadias e podas de limpeza. Todas as partes com sintomas da doença devem ser removidas para destruir as fontes de infecção. A eliminação de plantas só é justificada caso não sejam economicamente produtivas. Outra recomendação é o controle do mato, pois algumas plantas daninhas podem ser hospedeiras naturais do ácaro, tais como: mata-pasto (Eupatorium sp.), apaga-fogo (Alternanthera tenella), manjericão (Alternanthera ficoidea), caruru (Amaranthus viridis), picão-preto (Bidens pilosa), fedogoso (Senna obtusifolia), capim-carrapicho (Cenchrus echinatus), corda-de-viola (Ipomea acuminata), lantana (Lantana camara), cordão-de-frade(Leonotis nepetaefolia), melão-de-São-Caetano (Momordica charantia) e guanxuma (Sida cordifolia).

Como medidas de controle recomenda-se a poda de todos os ramos afetados e aqueles mais baixos e pendentes em direção ao solo. Nas lesões de tronco, delimitar a área afetada, cortar toda a casca apodrecida e cinco centímetros de tecidos sadios em volta dela. Em seguida raspar o lenho exposto até eliminar toda a secreção existente e aplicar pasta bordaleza (1:1.10). Nestas árvores e em todas as demais, mesmo sadias, num raio de 30 metros, aplicar em pulverização, com um fungicida sistêmico do grupo dos triazois, repetindo três vezes a cada 20 dias. Todo o material podado deve ser retirado do pomar e queimado.

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