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Cultivo
da Mandioca para o Estado do Pará | ||
Importância
econômica |
Doenças | |
Entre os agentes causadores da podridão radicular destacam-se, como mais importantes, Phytophthora spp, Pythium scleroteichum e Fusarium solani, não somente pela abrangência geográfica, mas principalmente por ocasionarem severas perdas na produção. Entretanto, outros agentes causais como Diplodia sp, Scytalidium lignicola sp e Botriodiplodia sp e Colletotrichum gloeosporioides podem, em muitas áreas favorecidas por um microclima, tornar-se patógenos potencialmente prejudiciais à cultura. Em se tratando de Phytophthora sp, embora alguns estudos mostrem que a sua ocorrência é mais acentuada nos plantios de mandioca em áreas sujeitas a encharcamento, com textura argilosa e de pH neutro ou ligeiramente alcalino, no Pará tem-se observado a ocorrência da doença em solos ácidos e arenosos. No caso de Fusarium sp, acredita-se que sua sobrevivência está relacionada a solos ácidos e adensados. Os sintomas da podridão radicular são bastante distintos e dependem fundamentalmente dos agentes causais. Normalmente, Phytophthora sp ataca a cultura na fase adulta, causando podridões “moles”, cuja característica é a presença de odores muito fortes, semelhante ao que se observa em matéria orgânica em decomposição; mostram uma coloração acizentada que se constitui dos micélios ou mesmos esporos do fungo nos tecidos afetados. O aparecimento de sintomas visíveis é mais freqüente em raízes que completaram a sua maturação fisiológica; entretanto, existem casos de manifestação de sintomas na base das hastes jovens ou em plantas recém-germinadas, resultando em murcha e morte total. No caso do Fusarium sp, os sintomas podem ocorrer em qualquer estádio do desenvolvimento da planta e raramente causam danos diretos às raízes. O ataque ocorre no colo da haste, junto ao solo, causando infecções e muitas vezes obstruindo totalmente os tecidos vasculares, impedindo a livre circulação da seiva e, conseqüentemente, provocando podridão indireta das raízes. Ao contrário de Phytophthora sp, os sintomas provocados nas raízes pelo ataque de Fusarium sp são caracterizados por uma podridão de consistência seca e sem o aparente distúrbio dos tecidos. Quanto
às medidas de controle, envolvem a integração do uso de variedades tolerantes,
associadas a práticas culturais como a rotação de culturas, manejo físico
e químico do solo, sistemas de cultivo e outras. Na Região Norte, trabalhos
de pesquisa executados nas várzeas mostraram que o uso de variedade
tolerante, associado à rotação de culturas e sistemas de plantio, possibilitou
a redução da podridão em cerca de 60%. As variedades consideradas tolerantes
à podridão radicular até então conhecidas são:
Zolhudinha, Mãe Joana e
Embrapa 8 (Estado do Amazonas) e
Poti e Mani (Estado do Pará). | ||
Os sintomas da bacteriorse caracterizam-se por manchas angulares, de aparência aquosa, nos folíolos, murcha das folhas e pecíolos, morte descendente e exsudação de goma nas hastes, além de necrose dos feixes vasculares e morte da planta. Os prejuízos causados pela bacteriose variam com as condições climáticas, suscetibilidade ou tolerância dos genótipos, práticas culturais empregadas, épocas de plantio e nível de contaminação do material de plantio. Quanto às condições climáticas, a variação brusca de temperatura entre o período diurno e noturno é o fator mais importante para a manifestação severa da doença. Considera-se a amplitude diária de temperatura superior a l0ºC, mantida durante um período constante acima de 5 dias, condição ideal para o pleno desenvolvimento da doença. Em geral, as perdas de produção podem ser estimadas em 30%; em cultivos implantados com variedades suscetíveis e em locais com condições favoráveis para o desenvolvimento da doença os prejuízos podem ser totais. Por outro lado, em genótipos tolerantes, mesmo com a ocorrência de condições favoráveis, as perdas de produção chegam no máximo a 30%. A utilização
de genótipos resistentes é a medida mais eficiente para o controle da
bacteriose; também contribuem práticas culturais como a seleção de material
propagativo e a adequação das épocas de plantio. As variedades atualmente
em uso nas áreas de ocorrência da bacteriose caracterizam-se por apresentar
uma tolerância aceitável à doença. | ||
Superalongamento | ||
Os principais sintomas da doenças caracterizam-se pelo alongamento exagerado das hastes tenras ou em desenvolvimento, provocado pelo ácido giberélico induzido pelo fungo, formando ramas finas com longos entrenós. Em casos severos as plantas afetadas podem ser identificadas pelas lesões típicas de verrugoses nas hastes, pecíolos e nervuras; também é comum observar retorcimento das folhas, desfolhamento e morte dos tecidos. Durante a estação chuvosa, a disseminação da doença é bastante rápida, pois os esporos são facilmente transportados a longa distância pela ação do vento e da chuva. O estabelecimento da doença em uma área anteriormente livre ocorre principalmente por meio de manivas-semente contaminadas. Os prejuízos causados pelo superalongamento dependem do nível de inóculo inicial, da suscetibilidade das cultivares utilizadas e das condições climáticas. Em cultivar suscetível originada de plantação afetada e com ocorrência de condições ambientais favoráveis ao desenvolvimento da doença as perdas de produção podem atingir até 70%, enquanto que em cultivar tolerante, sob as mesmas condições, a perda no máximo, chegará a 30%. As medidas de controle ao superalongamento são basicamente a seleção de ramas sadias para o plantio, eliminação de plantas infectadas, uso de cultivares tolerantes ou resistentes e rotação de culturas nas áreas anteriormente afetadas.
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Viroses | ||
O “couro
de sapo” tem sido observado de modo muito restrito em algumas lavouras
localizadas nos Estados do Amazonas, Pará e Bahia. Atualmente a doença
não tem sido observada nas áreas de produção de mandioca, não constituindo
problema para a cultura. Entretanto, a doença é considerada como potencialmente
importante, pois sua manifestação severa em plantios de mandioca pode
inviabilizar economicamente as atividades relacionadas com a produção
de matéria-prima. Estima-se que um ataque severo do vírus pode provocar
uma redução em torno de 70% na produtividade ou até mesmo perdas totais
em genótipo suscetível. O vírus pode também reduzir drasticamente a
qualidade do produto, especialmente quanto aos teores de amido nas raízes,
cuja redução pode variar de 10 a 80%. Como métodos de controle das viroses
são sugeridos a seleção de material de plantio, uso de variedades resistentes
e eliminação de plantas afetadas dentro do cultivo. |
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