Embrapa



Embrapa Uva e Vinho
Sistema de Produção, 3
ISSN 1678-8761 Versão Eletrônica
Jan/2003

Sistema de Produção de Pêssego de Mesa na Região da Serra Gaúcha

Alexandre Hoffmann
João Bernardi
Maria do Carmo Bassols Raseira
Paulo Roberto Simonetto

Início

Clima

Cultivares
Obtenção e plantio da muda
Preparo do solo, calagem e adubação
Condução,poda e raleio
Principais Pragas
Doenças fúngicas e bacterianas do pessegueiro
Doenças virais do pessegueiro
Doenças causadas por nematóides na cultura do pessegueiro
Cuidados na aplicação de agrotóxicos
Tecnologia de aplicação de agrotóxicos
Manejo e pós-colheita de pêssegos

Custos e rentabilidade

Referências
Glossário


Expediente
Autores
.Cultivares

    A região denominada Serra Gaúcha é uma das principais áreas produtoras de pêssegos para consumo "in natura" do Brasil. Não obstante a diversidade de cultivares desta espécie, observa-se a concentração da produção em poucas cultivares, destacando-se Chiripá, Marli e Chimarrita. A dependência de um pequeno número de cultivares acarreta concentração da época de colheita, elevada produção em um curto intervalo de tempo, risco de obtenção de baixos preços pela produção e maior suscetibilidade da cultura a determinados problemas fitossanitários.
    Embora até o momento não haja resultados de avaliação de cultivares especificamente para a Serra Gaúcha, há indicações bastante seguras de cultivares para a região, com base na experiência de produtores rurais e de dados da pesquisa provenientes de regiões com climas semelhantes.
    A seguir, são apresentadas as cultivares recomendadas ou com bom potencial de adaptação:

Barbosa
Charme
Chimarrita
Chiripá
Chinoca
Chirua
Chula
Coral
Della Nona
Eldorado
Granada
Leonense
Maciel
Marfim
Marli
Planalto
Pilcha
Sentinela
Sulina
Vila Nova

Barbosa

Embrapa

Destinação: Mesa
    A cultivar Barbosa é bem adaptada às condições da região serrana do RS e zonas onde o acúmulo de frio hibernal seja superior a 400 horas. Os frutos desta cultivar têm características interessantes para o consumidor: tamanho grande, caroço solto e polpa branca e doce, além da intensa coloração da epiderme, normalmente melhores do que 'Chiripá'. Em locais onde a planta é bem adaptada, a produtividade é alta, superior a 50 kg/planta. Os ramos de frutificação apresentam, em média, 12 pares de gemas floríferas, a cada 20 cm de comprimento de ramo. A plena floração ocorre na terceira dezena de agosto ou no início de setembro, podendo, em alguns anos, ser de três dias a uma semana antes da cv. Chiripá. A colheita é geralmente, no início de janeiro, mas esporadicamente, poderá ocorrer entre meados e final de dezembro, iniciando, logo após o pico de maturação da cv. Chiripá. Os frutos são de tamanho grande, polpa fundente, branca, com vermelho junto ao caroço, e livre deste. Têm forma ovalada, podendo apresentar sutura desenvolvida e ponta mediana. A película é creme esverdeada com vermelho, que pode cobrir 40 a 90% da superfície do fruto, predominando as porcentagens mais altas.

barbosa
Fig 1. Pêssego cultivar Barbosa. Foto: M. C. B. Raseira
Charme

seta

Destinação: Mesa
    É uma cultivar de baixa exigência em frio, que foi testada em diversas localidades, Pelotas e Veranópolis, no RS, Videira, em SC e Curitiba no PR, produzindo bem em todas elas. Os frutos têm polpa doce, fundente, branca e película muito colorida e atrativa. A sua época de maturação é próxima daquela da cv. Chimarrita, mas os frutos de 'Charme' têm melhor aparência. Tem produzido mais do que 'Chimarrita' nas áreas mais frias dos Estados do Sul do Brasil, como a região serrana do RS, por exemplo. Os frutos amadurecem antes dos produzidos pelas cultivares, Marli, Chiripá e Della Nona, mais plantadas na Serra Gaúcha. O plantio da cv. Charme é recomendado para áreas com cerca de 300 horas de acúmulo de frio hibernal (temperatura < 7,2°C). As plantas são de vigor médio e produtivas e a plena floração ocorre na segunda dezena de agosto. Os frutos são redondo-oblongos ou ovalados. Às vezes, podem apresentar sutura levemente desenvolvida. A epiderme é branco-esverdeada com 50 a 80% de vermelho escuro. A polpa é branca-esverdeada, livre do caroço e com traços de vermelho junto ao mesmo. O sabor é doce, com muito leve acidez e às vezes, amargo. Produz frutos de tamanho médio (5,5 a 6,0 cm de diâmetro), com peso médio entre 80 e 105 gramas. O teor de sólidos solúveis tem variado entre 10,8° - 14,4° Brix, sendo mais comum, 13 a 14° Brix. Normalmente, a produção por planta é de 40 a 50 kg na maioria dos anos.

charme
Fig 2. Pêssego cultivar Charme. Foto: M. C. B. Raseira
Chimarrita

seta

Destinação: Mesa
    A planta é de vigor médio, de forma aberta e altamente produtiva. Produz muito bem em anos onde o acúmulo de frio hibernal atinge 200 horas. Geralmente a plena floração ocorre em meados de agosto e a maturação inicia-se ao final de novembro ou na primeira semana de dezembro. Apresenta suscetibilidade a doenças foliares após a colheita, requerendo o adequado manejo fitossanitário para evitar a queda antecipada das folhas antes da dormência. A forma do fruto é redonda, sem ponta, com sutura muito levemente desenvolvida. O tamanho é grande, com peso médio, normalmente, superior a 100 g. A polpa é branca, fundente, firme, semi-aderente. O sabor é doce, sendo o conteúdo de sólidos solúveis variável entre 12 a 15° Brix e a produtividade em torno de 50 kg/planta.

chimarrita
Fig 3. Pêssego cultivar Chimarrita. Foto: M. C. B. Raseira
Chiripá

seta

Destinação: Mesa
    Planta de vigor médio, com 12 a 14 pares de gemas florais em cada 25 cm de comprimento de ramo. Estima-se que sua exigência de frio seja entre 400 e 500 horas. Em alguns locais, apresenta problema de secamento de ramos finos, o que se acredita estar relacionado à falta de adaptação ou à adaptação marginal. É suscetível à podridão-parda. A plena floração ocorre ao final de agosto ou na primeira semana de setembro e a colheita inicia-se no final de dezembro ou na primeira semana de janeiro. O fruto é de forma redondo-ovalada, com sutura desenvolvida e pequena ponta. A película é creme, com até 30% de vermelho, a polpa é firme, branca com vermelho junto ao caroço e livre deste. O sabor é doce, com baixa, ou quase ausente acidez com sólidos solúveis em torno de 15° Brix. A produtividade na maioria dos anos é de 50 kg/planta.

chiripa
Fig 4. Pêssego cultivar Chiripá. Foto: G. V. B. Almeida

Destinação: Mesa
    Essa cultivar é originária de cruzamento entre a cv. Coral e pólen proveniente de uma cultivar da China. Seus frutos são, em aparência, muito semelhantes àqueles da cultivar Coral, mas herdaram do progenitor chinês o alto teor de açúcar (12 a 16 ° Brix) e baixa acidez, mesmo quando ainda não completamente maduros. A plena floração ocorre no final de agosto e a colheita inicia-se, em geral, na primeira quinzena de dezembro. O tamanho do fruto é médio e a produtividade alta (30-40 kg/planta adulta), a polpa é branca e livre do caroço, a película é creme com 50% de vermelho ou mais. Estima-se a necessidade de frio em torno de 300 horas.

Destinação: Mesa
    Produz frutos redondos, sem ponta, apresentando polpa branca-esverdeada, semi-aderente ao caroço e de sabor doce. A película é creme-esverdeada, com 70 % a 80 % de vermelho. O peso médio dos frutos é, geralmente, pouco superior a 90 g. A produtividade, embora variável, na planta adulta apresenta-se superior a 30 kg/planta, podendo atingir 40 kg/planta.
    A plena floração ocorre na segunda metade do mês de agosto e a colheita inicia-se no final de novembro, estendendo-se até a primeira quinzena de dezembro. Com relação à adaptação, essa cultivar é de baixa exigência em frio, estimada entre 200 e 300 horas.

Destinação: Mesa
A planta é vigorosa, de copa densa, apresentando de 10 a 12 pares de gemas a cada 25 cm de comprimento de ramo de frutificação. A produtividade é alta (de 60 a 70 kg/planta adulta), porém produz frutos de pequeno tamanho. A floração geralmente ocorre, entre a segunda quinzena de agosto e a primeira de setembro, com a plena floração acontecendo após 20 de agosto, com necessidade de frio em torno de 400 horas. A colheita dos frutos inicia-se na terceira dezena de dezembro. O fruto apresenta forma cônica com sutura levemente desenvolvida. A polpa é fundente, de cor branco-esverdeada e livre do caroço, ao redor do qual apresenta-se vermelha. O sabor é doce, com leve acidez e adstringência, com teor de sólidos solúveis próximo a 12° Brix. A película é creme-esverdeada com 30% a 40% de vermelho.

Chula
Fig 5. Pêssego cultivar Chula. Foto: P. R. Simonetto

Destinação: Mesa
    É de vigor médio e forma aberta, é moderadamente suscetível à bacteriose e à podridão-parda. A plena floração ocorre na segunda quinzena de agosto e a colheita inicia-se, em geral, na primeira dezena de dezembro. A exigência em frio é estimada em 350 horas. Os frutos são de forma cônica, com sutura desenvolvida e pequena ponta. O tamanho é médio, com peso entre 90 e 110 g. A polpa é branca e semi-aderente ao caroço. O sabor é doce, com leve adstringência e sólidos solúveis totais entre 13 e 16° Brix. A produtividade normalmente é de 50 a 60 kg/planta.

Coral
Fig 6. Pêssego cultivar Coral. Foto: M. C. R. Raseira

Destinação: Mesa
    Apresenta vigor médio e boa capacidade produtiva. Estima-se sua necessidade de frio hibernal em cerca de 400 horas. A plena floração ocorre na segunda quinzena de agosto ou no início de setembro. A colheita inicia-se na terceira ou quarta semana de dezembro, pouco antes de 'Chiripá'. Sua semelhança em época de maturação, tamanho e formato do fruto fazem com que esta cultivar seja também conhecida como 'Chiripá Vermelho', pois o aspecto principal que favorece esta cultivar é a coloração vermelha da epiderme. Os frutos são ovalados, com sutura desenvolvida, o tamanho é médio, mas o peso médio pode ultrapassar 100 g. A polpa é branca com vermelho ao redor do caroço e a película apresenta de 30% a 80% de vermelho vivo sobre o fundo creme. Necessita de poda e raleio rigorosos, pois a alta porcentagem de frutificação efetiva debilita a planta, e o tamanho dos frutos tende a ser pequeno. A produtividade na maioria dos anos é de 30-40 kg/planta.

Della Nona
Fig 7. Pêssego cultivar Della Nona. Foto: R. P. Simonetto

Destinação: Dupla finalidade
    A planta é vigorosa e ramifica com bastante intensidade, com tendência a fechar seu centro. Embora apresente apenas de 8 a 10 pares de gemas floríferas a cada 25 cm de ramo, sua frutificação efetiva é muito boa. Pode produzir de 30 a 60 kg/planta dependendo dos tratos culturais. Os frutos são de tamanho grande, com peso médio geralmente em torno de 120 g, de forma redondo-cônica, com sutura levemente desenvolvida, a película é amarela com 30% de vermelho, a polpa é amarela, firme e aderente ao caroço. O sabor é doce ácido com 15 a 17° Brix e com acidez bastante pronunciada. A plena floração ocorre na segunda ou terceira semana de agosto e a maturação ocorre no últimos dias de dezembro. A poda verde é obrigatória aos 20 a 30 dias antes da colheita, visando aumentar a entrada de luz na copa e incrementar a coloração vermelha da epiderme. O plantio deve ser realizado em locais protegidos dos ventos, devido à sua sensibilidade à bacteriose. A necessidade de frio é estimada em 300 horas.

Eldorado
Fig 8. Pêssego cultivar Eldorado. Foto: M. C. B. Raseira

Destinação: Indústria
    A planta é de forma aberta vertical (semi-aberta) e de fraco vigor. A copa é pouco densa e com média quantidade de antocianina nas pontas dos ramos. Possivelmente devido à época de maturação dos frutos, não se verifica, em campo, incidência de podridão parda ou bacteriose nos frutos ou ataque de mariposa oriental a eles. Estima-se que a exigência de frio desta cultivar seja em torno de 300 horas. Os frutos são de forma redonda com sutura levemente desenvolvida e peso médio superior a 120g. Destacam-se pela firmeza, tamanho e aparência em relação aos de outras cultivares de mesma época de maturação. A película é amarela com até 40% de vermelho. A polpa é firme, amarela, aderente ao caroço e de sabor levemente doce-ácido, com sólidos solúveis variando de 8 a 11° Brix. Embora sendo uma cultivar para industrialização, devido à aparência dos frutos e época de maturação, deverá ter boa aceitação no mercado de frutos frescos.

Granada
Fig 9. Pêssego cultivar Granada. Foto: G. V. B. Almeida

Destinação: Dupla finalidade
    A planta é vigorosa, de hábito de crescimento semivertical e de copa densa. É uma cultivar muito produtiva, com boa resistência à bacteriose e com baixa incidência de podridão-parda. Produz frutos de forma redondo-cônica e sutura levemente desenvolvida. A película é amarela, com até 25% de vermelho-vivo e a polpa é firme, amarelo-ouro, aderente ao caroço, com sabor equilibrado de acidez e açúcar, o conteúdo de sólidos solúveis é normalmente entre 12 a 15° Brix e o pH, em torno de 3,6. A época da plena floração é na primeira quinzena de agosto e a maturação inicia-se na segunda dezena de dezembro, adaptando-se a regiões com 250 a 350 horas de acúmulo de frio hibernal. Ainda não há informações sobre produtividade desta cultivar na região da Serra Gaúcha.

Leonense
Fig 10. Pêssego cultivar Leonense. Foto: M. C. B. Raseira

Destinação: Dupla finalidade
    Apresenta vigor médio e forma aberta, é moderadamente suscetível à bacteriose. Adapta-se a regiões onde o acúmulo de frio hibernal esteja entre 200 a 300 horas, podendo produzir até 50 kg/planta. Os frutos são de forma redondo-cônica e de tamanho grande, com peso médio próximo a 120 g. A película é amarelo-ouro, com até 20% de vermelho, a polpa é amarela, firme, não-fundente e aderente ao caroço, o sabor é doce-ácido, com leve adstringência, com teor de sólidos solúveis entre 11 e 16° Brix. Destaca-se pela produtividade, tamanho, aparência e resistência ao transporte. Os frutos são de ótima qualidade após a industrialização, mas poderão, também, ter boa aceitação no mercado de consumo in natura.

Maciel
Fig 11. Pêssego cultivar Maciel. Foto: M. C. B. Raseira

Destinação:Mesa
    As plantas desta cultivar são de vigor médio a alto e sua produtividade é considerada boa, atingindo 30 kg/planta, mesmo em solos rasos, de baixa fertilidade e sem uso de irrigação. Os frutos da cv. Marfim são de forma ovalada, podendo em alguns anos ser truncada, isto é, ovalada com sutura desenvolvida e pequena ponta, semelhante à cv. Coral. A polpa é branca, muito firme, no ponto de colheita, com vermelho ao redor do caroço que é aderente. O sabor é doce com amargo pouco perceptível. O teor de sólidos solúveis varia, em geral, entre 12 e 14° Brix. A película é creme-esverdeada com até 80% de vermelho. Os frutos são de tamanho médio, sendo o peso dos frutos, em média, próximo a 100 g, podendo chegar a mais de 120 g. Os frutos dessa cultivar são moderadamente suscetíveis à podridão parda, principalmente, relacionada ao ataque de insetos, os quais são atraídos pela doçura dos frutos. A antracnose e bacteriose nos frutos pode ocorrer apenas em anos em que as condições extremamente favoráveis a estas doenças. A plena floração ocorre geralmente, na segunda quinzena de agosto ou início de setembro e a maturação inicia na segunda metade de dezembro com colheita entre as cultivares Coral e Chiripá. A cultivar Marfim é indicada para áreas com acúmulo de frio hibernal, em torno de 350 horas (temperatura < 7,2°C). Portanto, pode ser plantada na maioria das zonas produtoras da região sul, excetuando-se apenas as mais quentes.

Destinação: Mesa
    Em condições favoráveis produz mais de 40 kg/planta, é de hábito de crescimento aberto e vigoroso. A plena floração ocorre na segunda quinzena de agosto e, com necessidade de frio em torno de 300 horas. A colheita inicia-se na primeira ou segunda semana de dezembro. Os frutos são de forma cônica, com sutura desenvolvida e pequena ponta. O tamanho é grande, com peso superior a 100 g. O sabor é doce com leve adstringência. O teor de sólidos solúveis varia entre 12 a 14° Brix. Apresenta como ponto positivo, a produtividade, a época de floração e o tamanho dos frutos e, como pontos negativos, a falta de firmeza e a aparência dos frutos.

Marli
Fig 12. Pêssego cultivar Marli. Foto: G. V. B. Almeida

Destinação: Mesa
    A planta é vigorosa e muito produtiva nas condições do Vale do Rio do Peixe, SC, cujas condições ambientais são semelhantes às da Serra Gaúcha. A sua exigência de frio é estimada entre 400 a 500 horas. Diferente da maioria das cultivares, esta apresenta, apenas uma gema florífera por nó nos ramos de frutificação. Os frutos são grandes, de forma truncada, tendendo a ovalados. A película é creme-esverdeada, com 20% a 50% de vermelho. A polpa é firme, branco-esverdeada, suculenta e aderente ao caroço. A floração é pouco intensa e desuniforme nos anos de inverno ameno, e ocorre, em média, oito dias após a cultivar Coral, coincidindo, praticamente, com a cultivar Chiripá. Ainda não há informações confiáveis sobre a produtividade desta cultivar na região da Serra Gaúcha.

Planalto
Fig 13. Pêssego cultivar Planalto. Foto: G. V. B. Almeida

Destinação: Mesa
    A planta é de vigor médio a alto, dependendo da fertilidade e profundidade do solo. Possui com 8 a 10 pares de gemas florais a cada 25 cm de comprimento de ramo. É pouco suscetível ou moderadamente resistente à podridão dos frutos e à bacteriose. Produz mais de 30 kg/planta. A plena floração ocorre em meados de agosto e a colheita inicia-se na segunda semana de dezembro. Tem como pontos fortes a alta produtividade, a forma e a cor atrativa dos frutos, porém o tamanho dos frutos, normalmente, não é satisfatório, variando de pequeno a médio.

Pilcha
Fig 14. Pêssego cultivar Pilcha. Foto: M. C. B. Raseira

Destinação: Mesa
    A planta apresenta vigor mediano, com 8 a 10 pares de gemas floríferas por 25 cm de ramo. A exigência em frio é inferior a 250 horas. Os frutos apresentam forma ovalada, com epiderme creme-esverdeada, com 50 a 90% de vermelho e polpa branco-esverdeada, aderente ao caroço e firmeza regular, dificultando o manejo em pós-colheita. O sabor é doce, com baixa acidez e leve adstringência. O tamanho dos frutos é pequeno, sendo o peso médio em torno de 80 a 85 g. A plena floração ocorre no final de julho ou início de agosto e a maturação, na primeira quinzena de novembro, próximo à época de maturação de 'Premier'.

Sentinela
Fig 15. Pêssego cultivar Sentinela. Foto: M. C. B. Raseira

Destinação: Mesa
    A planta apresenta vigor médio, sendo que em solos rasos e pobres o desenvolvimento normalmente é insatisfatório e a sensibilidade à gomose é elevada. Para adequada quebra de dormência, exige entre 150 a 250 horas de frio. As plantas são sensíveis à bacteriose das folhas. Os frutos são redondos, com peso médio em torno de 90 g, praticamente sem ponta, com polpa branco-esverdeada, com traços de vermelho, firme e aderente ao caroço. O sabor é doce e de baixa acidez. A plena floração ocorre na segunda quinzena de julho e a maturação, a partir da segunda quinzena de novembro ou primeiros dias de dezembro, cerca de 10 dias após a cultivar Premier. Nas condições da Serra Gaúcha, a produtividade pode alcançar até 60 kg/planta.

Destinação: Mesa
    A planta é vigorosa, apresentando de 10 a 12 pares de gemas floríferas a cada 25 cm de comprimento do ramo, é suscetível a Xanthomonas arboricola pv. Pruni e à podridão-parda. A plena floração ocorre no final de julho ou na primeira quinzena de agosto e a colheita inicia-se no final de dezembro, estendendo-se durante a primeira quinzena de janeiro. Os frutos são oblongos com pequena ponta e sutura pouco desenvolvida. A polpa é amarelo-escura com vermelho junto ao caroço, o sabor é doce-ácido, com pouco de sabor amargo, com teor de sólidos solúveis entre 14 e 17° Brix. Em geral, o tamanho dos frutos ultrapassa 120 g. A coloração da epiderme dos frutos não é atrativa. Esta cultivar deve ser plantada em locais protegidos dos ventos dominantes e requer, aproximadamente, 400 horas de acúmulo de frio hibernal. A produtividade, na maioria dos anos, é de 30 a 40 kg/planta.

Vila Nova
Fig 16. Pêssego cultivar Vila Nova. Foto: M. C. B. Raseira

seta

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