A produção de mudas pode ser feita em bandejas de isopor e tem a vantagem de facilitar a semeadura e o manuseio das mesmas; permitir melhor controle sanitário e nutricional; facilitar o transporte para o local definitivo; e reduzir a necessidade de replantio.
Recomenda-se utilizar bandejas com 200 células. Entretanto, alguns viveiristas têm utilizado bandejas com 288 células, com tendência para se utilizar bandejas com até 400 células. Nesse caso, em função do pequeno volume de substrato disponível em cada célula, as mudas se formam com pequeno volume de raízes, aumentando o risco de ocorrência de deficiência nutricional. Recomendam-se, portanto, adubações complementares e regulares com macro e micronutrientes.
As mudas devem ser uniformes, evitando-se o uso daquelas muito pequenas, que ficam facilmente enterradas, e de mudas muito estioladas, que são facilmente danificadas durante o transplante com máquinas.
A estrutura de proteção (Figura 1) para a produção das mudas deve ser coberta com plástico apropriado e fechada lateralmente com tela de malha estreita, para impedir a entrada de insetos, principalmente os afídios. Em locais com temperatura elevada e baixa umidade relativa é recomendável a colocação de tela do tipo sombrite, com 60% de sombra, na parte interna da casa de vegetação, a uma altura de 2,5 m, para reduzir a evapotranspiração.
Foto: Acervo da Embrapa Hortaliças |
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Fig. 1 - Telados para produção de mudas. |
As bandejas devem ser colocadas sobre suportes para que fiquem a 30 cm do solo (Figura 2). O sistema mais comum e barato para construção dos suportes consiste em esticar fortemente dois ou três fios paralelos de arame de aço galvanizado, distanciados de 45 cm quando utilizar dois fios, ou 15 cm quando utilizar três fios, para sustentar cada fileira de bandejas. De dois em dois metros são colocados suportes para evitar o arqueamento dos fios (Figura 3 e Figura 4)
Foto: Acervo da Embrapa Hortaliças |
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Fig. 2 - Bandejas com mudas e estrutura para suporte das bandejas |
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Foto: Acervo da Embrapa Hortaliças |
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Fig. 3 - Estrutura para suporte das bandejas. |
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Desenho: João Bosco C. Silva |
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Fig. 4 - Detalhe esquemático para construção do suporte das bandejas. |
Para enchimento das células das bandejas, utiliza-se um substrato composto por vermiculita expandida, casca de pinus, casca de arroz carbonizada e fertilizantes. Nas bandejas de 200 células, cada célula recebe de 10 a 15 g de substrato, o que equivale a cerca de 4,2 litros de substrato por bandeja. Esse substrato pode ser adquirido comercialmente ou produzido na propriedade, desde que se teste a proporção dos ingredientes, antes de se iniciar a produção de mudas em grande escala.
Após o enchimento das células, faz-se a compactação do substrato e a abertura dos furos com 1 cm de profundidade (um furo por célula). Coloca-se uma ou duas sementes por furo, recobrindo-as em seguida com substrato peneirado ou com vermiculita pura de granulometria média ou fina. Gastam-se aproximadamente 90 a 100 g de sementes para produzir mudas para um hectare. Para produção de mudas em grande escala, a semeadura nas bandejas pode ser feita por máquinas automáticas de precisão que têm rendimento de 120 a 300 bandejas por hora (Figura 5). Após a semeadura, as bandejas são umedecidas e armazenadas em pilhas, por 72 horas, em um galpão coberto. Durante esse período, as sementes iniciam o processo de germinação, em seguida as bandejas são transferidas para as casas de vegetação ou telados.
Foto: Acervo da Embrapa Hortaliças |
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Fig. 5 - Máquina para semeadura em bandejas. |
Independentemente do número de células na bandeja, é relativamente pequeno o volume de substrato contido em cada célula e a quantidade de água retida. À medida que as mudas se desenvolvem, a água disponível se esgota em períodos cada vez mais curtos, exigindo irrigações cada vez mais freqüentes.
Durante o crescimento das mudas, pode haver o esgotamento de nutrientes, ocasionando sintomas de deficiência, principalmente de nitrogênio. Para a correção da deficiência, faz-se a aplicação de uréia a 0,5% ou fosfato monoamônico a 0,5% pela água de irrigação ou por via foliar, juntamente com a pulverização de agrotóxicos. Dependendo da composição do substrato pode ser necessário aplicar outros nutrientes. Nesse caso, recomenda-se um fertilizante foliar formulado com micro e macronutrientes, seguindo a recomendação do fabricante. A aplicação de nutrientes e a irrigação na fase de produção de mudas deverão ser uniformes evitando-se, desse modo, que as mudas fiquem desuniformes, dificultando as operações de transplante e colheita.
Na semana que antecede ao transplante, deve-se proceder o "endurecimento" das mudas, reduzindo a quantidade de água e o fornecimento de nitrogênio. Essa técnica evita que as mudas fiquem muito vigorosas e tenras, facilitando o transplante mecanizado e melhorando o seu pegamento.
Quando são utilizadas bandejas de isopor, as mudas são transplantadas no mesmo estádio que aquelas produzidas em sementeiras (4 ou 5 folhas definitivas). Nessa fase, as mudas encontram-se perfeitamente enraizadas, dando bastante consistência ao torrão (Figura 6). Deve-se fazer uma irrigação no momento que antecede ao transplante. Geralmente as bandejas são mergulhadas em uma solução contendo fungicidas (Metalaxyl + Mancozeb) e inseticida (Imidacloprid), com a finalidade de proteger as mudas durante os primeiros dias após o transplante.
Foto: Acervo da Embrapa Hortaliças |
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Fig. 6 - Muda no estádio ideal para transplante. |
As bandejas e as caixas utilizadas no transporte de mudas devem ser lavadas e desinfestadas após cada utilização, submergindo-as em uma solução contendo 2% de hipoclorito de sódio (água sanitária) por aproximadamente um minuto.
O transporte das mudas dentro da propriedade é feito geralmente em carretas. Quando o viveiro encontra-se distante da área de plantio, utilizam-se para o transporte estruturas metálicas montadas na carroceria de caminhões (Figura 7), protegidas com plástico de uso agrícola, para evitar a desidratação rápida das mudas. Para o transporte a longa distância, são utilizados caminhões com carroceria do tipo baú.
Foto: Acervo da Embrapa Hortaliças |
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Fig. 7 - Estrutura para transporte de mudas em caminhões. |
As mudas transportadas para o local de plantio devem ser protegidas com sombrite (Figura 8) e irrigadas freqüentemente, para evitar o seu rápido dessecamento, enquanto se aguarda o transplante.
O transplante (Figura 9), deve ser realizado com o solo umedecido. Para isso deve ser feita a irrigação com antecedência.
Foto: Acervo da Embrapa Hortaliças |
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Fig. 8 - Proteção das mudas no campo enquanto se aguarda o transplante. |
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Foto: Acervo da Embrapa Hortaliças |
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Fig. 9 - Transplante mecanizado |
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