Embrapa Hortaliças
Sistemas de Produção, 1 - 2ª Edição
ISSN xxxx-xxxx Versão Eletrônica
Dez./2006
Cultivo de Tomate para Industrialização
Autores

Sumário


Apresentação

Importância econômica
Composição nutricional
Clima
Solos
Adubação
Deficiências nutricionais
Cultivares
Produção de mudas
Plantio
Irrigação
Plantas daninhas
Doenças
Pragas
Colheita e pós-colheita
Processamento
Produção de sementes
Coeficientes técnicos
Referências
Glossário


Autores
Expediente

Importância econômica

A produção mundial de tomate para processamento industrial no ano 2000 foi de aproximadamente 27 milhões de toneladas. O Brasil, um dos maiores produtores mundiais, produziu em 2002 cerca de 1,28 milhão de toneladas em uma área de 18,25 mil hectares, indicando que, atualmente, nossa produtividade média é de cerca de 70 t por hectare (Tabela 1).

A produção brasileira de tomate para industrialização, ou tomate rasteiro, começou em Pernambuco, no município de Pesqueira, no final do século XVlll. Porém, a cultura experimentou um grande impulso apenas a partir da década de 1950, no Estado de São Paulo, viabilizando a implantação de diversas agroindústrias. Na década de 80, ela expandiu-se na região Nordeste, especialmente em Pernambuco e no Norte da Bahia. Em virtude das condições climáticas favoráveis existentes naquela região, imaginou-se a possibilidade de cultivar o tomateiro durante um maior período do ano, com a expectativa de evitar a formação de estoques de polpa e reduzir o período de ociosidade da indústria na entressafra. A partir de 1991, ocorreu redução da área plantada, provocada pela maior oferta de polpa no mercado internacional e pelo ataque severo da traça-do-tomateiro (Tuta absoluta).

Atualmente, a maior área cultivada com tomate industrial está na região Centro-Oeste, onde o clima seco durante os meses de março a setembro favorece o cultivo do tomateiro. Os solos profundos e bem drenados e a topografia plana facilitam a mecanização e permitem o uso de grandes sistemas de irrigação.

Foto: João Bosco Carvalho da Silva
x

 

O cultivo do tomateiro exige um alto nível tecnológico e intensa utilização de mão-de-obra. Apesar do elevado índice de mecanização nas operações de preparo de solo, adubação, transplantio, irrigação e pulverização; é necessário empregar cerca de 100 homens-dia por hectare na execução das tarefas de capinas e colheitas manuais, o que dá a essa cultura elevada importância econômica e social.

Como todo produto destinado ao processamento em larga escala, os preços dos produtos derivados de tomate são muito influenciados pelo mercado internacional. Por isso, a tecnologia de produção deve buscar competitividade, reduzindo custos de produção e elevando os índices de produtividade e qualidade.

Foto: João Bosco Carvalho da Silva
x

 

Tabela 1. Área cultivada e produção brasileira de tomate industrial, 1990-2002

Ano

Nordeste (PE/BA)

São Paulo

Cerrado (GO/MG)

Brasil

Área

Produção

Área

Produção

Área

Produção

Área

Produção

ha

t

ha

T

ha

t

ha

t

t/ha

1990

12.422

337.000

8.260

297.400

6.410

300.000

27.092

934.400

34,6

1991

6.877

291.000

7.620

301.000

5.050

168.000

19.547

760.000

38,9

1992

4.485

190.000

7.250

287.000

9.980

230.000

16.715

707.700

42,3

1993

5.200

180.000

5.690

237.360

6.314

273.000

17.204

690.300

40,1

1994

5.836

212.000

6.380

275.480

6.184

253.000

18.400

740.000

40,2

1995

6.000

235.500

5.560

267.300

6.000

258.500

17.560

761.300

43,2

1996

6.350

259.080

4.560

226.080

5.950

264.775

16.860

749.938

44,4

1997

8.600

160.000

4.407

322.538

9.300

613.000

22.307

1.095.538

49,0

1998

6.500

130.000

4.900

250.000

9.100

637.000

20.500

1.017.000

49,6

1999

2.850

106.000

4.300

238.000

13.400

951.000

20.550

1.295.000

63,0

2000

1.370

65.000

2.040

141.000

11.450

787.500

14.860

1.059500

66,9

2001

1.350

54.000

1.680

122.200

12.100

962.000

15.130

1.138.000

75,2

2002*

1.200

60.000

2.750

142.000

14.300

1.082.000

18.250

1.284.000

70,4

* Estimativa das indústrias

Fonte: Informações prestadas pelas Agroindústrias

 

 

 

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