A produção mundial de tomate para processamento industrial no ano 2000 foi de aproximadamente 27 milhões de toneladas. O Brasil, um dos maiores produtores mundiais, produziu em 2002 cerca de 1,28 milhão de toneladas em uma área de 18,25 mil hectares, indicando que, atualmente, nossa produtividade média é de cerca de 70 t por hectare (Tabela 1).
A produção brasileira de tomate para industrialização, ou tomate rasteiro, começou em Pernambuco, no município de Pesqueira, no final do século XVlll. Porém, a cultura experimentou um grande impulso apenas a partir da década de 1950, no Estado de São Paulo, viabilizando a implantação de diversas agroindústrias. Na década de 80, ela expandiu-se na região Nordeste, especialmente em Pernambuco e no Norte da Bahia. Em virtude das condições climáticas favoráveis existentes naquela região, imaginou-se a possibilidade de cultivar o tomateiro durante um maior período do ano, com a expectativa de evitar a formação de estoques de polpa e reduzir o período de ociosidade da indústria na entressafra. A partir de 1991, ocorreu redução da área plantada, provocada pela maior oferta de polpa no mercado internacional e pelo ataque severo da traça-do-tomateiro (Tuta absoluta).
Atualmente, a maior área cultivada com tomate industrial está na região Centro-Oeste, onde o clima seco durante os meses de março a setembro favorece o cultivo do tomateiro. Os solos profundos e bem drenados e a topografia plana facilitam a mecanização e permitem o uso de grandes sistemas de irrigação.
Foto: João Bosco Carvalho da Silva |
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O cultivo do tomateiro exige um alto nível tecnológico e intensa utilização de mão-de-obra. Apesar do elevado índice de mecanização nas operações de preparo de solo, adubação, transplantio, irrigação e pulverização; é necessário empregar cerca de 100 homens-dia por hectare na execução das tarefas de capinas e colheitas manuais, o que dá a essa cultura elevada importância econômica e social.
Como todo produto destinado ao processamento em larga escala, os preços dos produtos derivados de tomate são muito influenciados pelo mercado internacional. Por isso, a tecnologia de produção deve buscar competitividade, reduzindo custos de produção e elevando os índices de produtividade e qualidade.
Foto: João Bosco Carvalho da Silva |
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Tabela 1. Área cultivada e produção brasileira de tomate industrial, 1990-2002 |
Ano |
Nordeste (PE/BA) |
São Paulo |
Cerrado (GO/MG) |
Brasil |
Área |
Produção |
Área |
Produção |
Área |
Produção |
Área |
Produção |
ha |
t |
ha |
T |
ha |
t |
ha |
t |
t/ha |
1990 |
12.422 |
337.000 |
8.260 |
297.400 |
6.410 |
300.000 |
27.092 |
934.400 |
34,6 |
1991 |
6.877 |
291.000 |
7.620 |
301.000 |
5.050 |
168.000 |
19.547 |
760.000 |
38,9 |
1992 |
4.485 |
190.000 |
7.250 |
287.000 |
9.980 |
230.000 |
16.715 |
707.700 |
42,3 |
1993 |
5.200 |
180.000 |
5.690 |
237.360 |
6.314 |
273.000 |
17.204 |
690.300 |
40,1 |
1994 |
5.836 |
212.000 |
6.380 |
275.480 |
6.184 |
253.000 |
18.400 |
740.000 |
40,2 |
1995 |
6.000 |
235.500 |
5.560 |
267.300 |
6.000 |
258.500 |
17.560 |
761.300 |
43,2 |
1996 |
6.350 |
259.080 |
4.560 |
226.080 |
5.950 |
264.775 |
16.860 |
749.938 |
44,4 |
1997 |
8.600 |
160.000 |
4.407 |
322.538 |
9.300 |
613.000 |
22.307 |
1.095.538 |
49,0 |
1998 |
6.500 |
130.000 |
4.900 |
250.000 |
9.100 |
637.000 |
20.500 |
1.017.000 |
49,6 |
1999 |
2.850 |
106.000 |
4.300 |
238.000 |
13.400 |
951.000 |
20.550 |
1.295.000 |
63,0 |
2000 |
1.370 |
65.000 |
2.040 |
141.000 |
11.450 |
787.500 |
14.860 |
1.059500 |
66,9 |
2001 |
1.350 |
54.000 |
1.680 |
122.200 |
12.100 |
962.000 |
15.130 |
1.138.000 |
75,2 |
2002* |
1.200 |
60.000 |
2.750 |
142.000 |
14.300 |
1.082.000 |
18.250 |
1.284.000 |
70,4 |
* Estimativa das indústrias |
Fonte: Informações prestadas pelas Agroindústrias |
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