Ácaro-do-bronzeamento (Aculops lycopersici)
É de grande importância na Região Nordeste, onde o clima seco e a ausência de chuvas favorecem a proliferação. Nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, pode ser encontrado em níveis populacionais muito baixos durante todo o ano, mas as populações aumentam rapidamente nos meses de julho, agosto e setembro.
Com o início das primeiras chuvas, o controle químico torna-se desnecessário. Irrigação por aspersão freqüente e abundante reduz a população de ácaro e facilita o controle químico. O ácaro-do-bronzeamento é disseminado pelo vento. Coloniza o tomateiro inicialmente pela base do caule, onde se multiplica e infesta a planta toda, causando o bronzeamento característico (Figura 1) e a secagem das folhas e das hastes, podendo ocasionar perda total da produção. Nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, os produtos à base de enxofre são eficientes no controle da praga. Já na Região Nordeste, esses produtos são ineficientes. Atualmente, apenas pulverizações de Abamectin têm propiciado controle eficaz.
Foto: Acervo da Embrapa Hortaliças |
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Fig. 1 - Dano causado por ácaro-do-bronzeamento . |
Larva-minadora (Liriomyza huidobrensis, L. trifolii, L. sativae)
Esse complexo de espécies ocorre durante todo o ciclo do tomateiro e tem um número muito grande de plantas hospedeiras. A larva constrói minas ou galerias irregulares em forma de serpentina, destruindo o parênquima foliar e ocasionando secagem das folhas, com conseqüente redução da capacidade fotossintética da planta (Figura 2). Em condições naturais, a praga é controlada por parasitóides dos gêneros Diglyphus, Chrysocharis e Halticoptera e por predadores de pupas como as formigas. O uso continuado de produtos químicos elimina os predadores naturais, agravando o problema.
Foto: Acervo da Embrapa Hortaliças |
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Fig. 2 - Danos causados por larva-minadora. |
O controle é feito com o uso adequado de inseticidas, quando forem observadas altas populações de adultos de Liriomyza e danos excessivos causados pelas larvas nas plantas novas. Os piretróides Deltamethrin, Permethrin ou Cypermethrin, ou os produtos Cyromazine (Trigard 750 PM), Abamectin e fosforados com boa ação de penetração têm sido eficientes.
Tripes (Frankliniella spp. e Thrips spp.)
Os tripes são de difícil constatação nas lavouras recém-plantadas, mas podem ser facilmente encontrados nas inflorescências do tomateiro. Apresentam cor escura quando adultos, ou clara quando ninfas, e medem menos de 1 mm (Figura 3). Causam maiores danos quando grandes populações migram de outras hospedeiras e infestam lavouras de tomateiro com até 45 dias pós-plantio. Sua maior importância deve-se à transmissão da virose vira-cabeça do tomateiro (Tospovírus).
Foto: Acervo da Embrapa Hortaliças |
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Fig. 3 - Tripes Frankliniella schultzei. |
Os tripes são eficientemente controlados com inseticidas carbamatos sistêmicos, aplicados no solo, ou com pulverizações de produtos com ação de contato.
Pulgões (Myzus persicae e Macrosiphum euphorbiae)
Os pulgões (Figura 4) raramente causam problemas à tomaticultura, em virtude do elevado número de pulverizações feitas para o controle da traça-do-tomateiro e da mosca-branca. Contudo, essas espécies – transmissoras das viroses mosaico 'Y’, topo-amarelo e amarelo baixeiro – poderão ter maior importância com uma maior adoção do controle biológico da traça-do-tomateiro. Nesse caso, recomenda-se a aplicação de Pirimicarb após a constatação de mais de dez pulgões por 40 folhas. Esse produto é específico para o controle de pulgões, não afetando o desempenho de parasitóides e predadores, como Chrysoperla spp. A pulverização de Pirimicarb (Pi-Rimor 500 PM) deve ser feita em toda a área, em razão das características de migração e dispersão dos pulgões.
Foto: Acervo da Embrapa Hortaliças |
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Fig. 4 - Pulgões em brotos de tomateiro. |
Lagarta-rosca (Agrotis spp), Broca-grande (Helicoverpa zea), Lagarta-militar (Spodoptera frugiperda e S. littoralis) e Broca-pequena (Neoleucinodes elegantalis)
A lagarta-rosca e a broca-grande têm pouca importância econômica no sistema de produção de tomate, por causa das altas dosagens de agrotóxicos e da freqüência de pulverizações para controlar a traça-do-tomateiro. Contudo, na ausência de controle químico, poderão causar até 80% de danos aos frutos. Esses danos são facilmente distinguidos pela presença de grandes orifícios (Figura 5).
Foto: Acervo da Embrapa Hortaliças |
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Fig. 5 - Danos causados por broca-grande. |
A broca-pequena ocorre a partir do início do florescimento. As larvas crescem no interior do fruto, alimentando-se da polpa e abrindo galerias. Saem para empupar no solo, deixando um orifício (Figura 6). As pulverizações para controle desse inseto devem ser iniciadas a partir do florescimento. O jato de pulverização deve ser dirigido aos botões florais e frutos.
Foto: Acervo da Embrapa Hortaliças |
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Fig. 6 - Danos causados por broca-pequena. |
O controle biológico, por meio da associação de pulverizações do inseticida biológico B. thuringiensis com liberações de Trichogramma pretiosum, é muito eficiente no controle da broca-grande, mas não tem poder contra as lagartas dos gêneros Agrotis e Spodoptera. Em condições experimentais, as populações de broca-grande foram praticamente eliminadas após cinco liberações de Trichogramma pretiosum.
O controle das lagartas-rosca e militar é feito indiretamente, quando da eliminação de plantas daninhas, evitando-se que as pragas se reproduzam, ou diretamente, por ocasião de pulverizações à base de Carbaryl, localizadas e dirigidas contra os nichos onde se encontram as lagartas, uma vez que o ataque se dá em reboleiras.
Burrinho (Epicauta suturalis e E. attomaria)
Trata-se de um inseto que aparece raramente, em razão do elevado uso de inseticidas na cultura. Mas, com um maior uso do controle biológico, é possível que ocorra um aumento populacional, por causa de suas características migratórias – em bando, o Burrinho coloniza a cultura em grupos de até 4000 indivíduos – e pela elevada capacidade consumidora de folhas. O inseto ataca em reboleiras, deixando apenas as hastes e frutos da planta. É um besouro de até 2 cm de comprimento, de cor negra e coberto de fina penugem de cor branca. O controle é feito pulverizando-se inseticidas piretróides sintéticos apenas nas regiões atacadas.
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