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Cultivo
de tomate para industrialização
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Início |
Irrigação |
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Importância econômica |
Da semeadura à emergência das plântulas, as irrigações devem ser leves e freqüentes, de modo a manter os primeiros 10 cm do solo sempre umedecidos. Nesta fase, o turno de rega deve ser de 1 a 2 dias, dependendo do tipo de solo e das condições climáticas. Em solos arenosos e/ou em regiões de temperatura elevada e de baixa umidade relativa do ar, o turno de rega deve ser diário. Irrigações freqüentes também são recomendadas por ocasião do transplante. Neste caso, deve-se irrigar preferencialmente pela manhã, quando a temperatura é mais amena e as plantas estão geralmente túrgidas. Dependendo do tipo de solo e do clima da região, as irrigações devem ser paralisadas 20 a 30 dias antes do inicio da colheita, quando as plantas apresentarem cerca de 20% de frutos maduros. Esta medida visa concentrar a maturação de frutos e aumentar a concentração de sólidos solúveis. Entretanto, em termos de produção de frutos, maiores produtividades podem ser obtidas irrigando-se até a ocasião em que cerca de 50% dos frutos estiverem maduros. Dentre os vários critérios existentes para o manejo da irrigação, nenhum pode ser considerado como padrão e indicado para todas as situações. Métodos clássicos que permitem um controle bastante criterioso da irrigação, como o do balanço hídrico e da tensão de água no solo, baseiam-se no conhecimento das características fisico-hídricas do solo, das necessidades especificas da cultura e de fatores climáticos relacionados à evapotranspiração. Dependem ainda do uso de equipamentos para o monitoramento da umidade do sob (tensiômetros, blocos de resistência elétrica etc.) ou de equipamentos para estimativa da evapotranspiração (tanque Classe A, termômetros, higrômetros etc.). Estas informações e equipamentos, alem de não estarem, em geral, ao alcance do irrigante, exigem conhecimentos técnicos específicos para seu manuseio. Um método aproximado e que dispensa o uso de equipamentos é o do turno de rega. A seguir é apresentada uma seqüência de passos que permitem a determinação da freqüência e da lâmina de água a ser aplicada por irrigação, em cada estádio de desenvolvimento do tomateiro. Simultaneamente, é apresentado um exemplo de sua utilização, considerando-se a seguinte situação: °
Solo: Latossolo Vermelho-Escuro, textura argilosa, Passo 1: Utilizando a tabela 1, determinar a evapotranspiração de referencia (ETo) em função de dados históricos de temperatura e média mensal da umidade relativa do ar, para os meses em que o tomateiro será cultivado. Estes dados podem ser obtidos no Serviço de Extensão Rural (EMATER). Pela tabela 1, para a temperatura de 20,5 ºC e 54 % de umidade relativa, tem-se que a ETo é de 6,1 mm/dia. Passo 2: Determinar a evapotranspiração do tomate (ETc), para cada estádio de desenvolvimento, pela seguinte equação: ETc = Kc. Eto Onde ETc é dado em mm/dia e Kc é obtido na tabela 2. Na fase de frutificação, Kc é igual a 0, 85. Assim: ETc = 0,85 x 6,1 = 5,2 mm/dia Passo 3: Determinar a disponibilidade real de água no solo (DRA), em função de sua textura, através da tabela 3. Para solo argiloso de cerrado, tem-se que DRA é de 0,8 mm/cm3. Passo 4: Determinar o turno da rega (TR) para cada estádio da cultura, sendo: onde TR é dado em dias e a profundidade efetiva do sistema radicular (Z), obtida na tabela 2, em cm. Para o presente exemplo e dados obtidos, tem-se que: Passo 5: Determinar a lamina de água real necessária por irrigação (LRN), pela seguinte expressão: LRN = TR . Etc Onde LRN é dada em mm. No exemplo em questão, tem-se que: LRN = 6 x 5,2 = 31,2 mm Passo 6: Corrigir o valor de LRN em função da eficiência do sistema de irrigação (Ei), de modo a obter a lamina de água total necessária (LTN), fazendo:
onde LRN é dada em mm e Ei em % (Ex.: pivô-central: 80-90 %; aspersão convencional: 60 - 70%). A lamina de água a ser aplicada no estádio de frutificação será: De modo geral, as irrigações na região do cerrado são feitas por aspersão, utilizando o pivô-central. No vale do São Francisco, usa-se a irrigação por sulco, que consiste na distribuição de água através de sulcos paralelos às fileiras de plantio. A água é geralmente conduzida por um canal principal, de onde é derivada para os sulcos, utilizando-se tubos plásticos denominados de sifões, com diâmetro de uma a duas polegadas. A distribuição da água pode ser feita também por tubos janelados, que possuem diversas aberturas reguláveis que permitem o controle da quantidade de água aplicada em, cada sulco de irrigação. O comprimento dos sulcos e sua declividade são determinados em função da textura do solo (Tabela 4). Os sulcos devem ter 15 a 20 cm de profundidade e 25 a 30 cm de largura. As maiores dimensões são utilizadas para solos de baixa velocidade de infiltração. |
Tabela 1. Evapotranspiração de referência (ETo), em mm/dia, em função da temperatura e umidade relativa média mensal do ar. |
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Temperatura
(°C) |
Umidade
relativa (%) |
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40
a 50 |
50 a 60 | 60 a 70 | 70 a 80 | 80 a 90 | |
10 a 15 | 4,6 |
3,8 |
3,0 |
2,1 |
1,3 |
15 a 20 | 5,9 |
4,
9 |
3,8 |
2,7 |
1,6 |
20 a 25 | 7,4 |
6,1 |
4,7 |
3,4 |
2,0 |
25 a 30 | 9,1 |
7,4 |
5,8 |
4,1 |
2,5 |
30 a 35 | 10,9 |
8,9 |
6,9 |
5,0 |
3,0 |
Tabela 2. Coeficiente de cultura (Kc), profundidade efetiva média do sistema radicular (Z) e problemas associados à irrigação inadequada nos diferentes estádios de desenvolvimento da cultura do tomateiro. |
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Estádio de desenvolvimento(1) |
Duração |
Kc |
Z (2) |
Problemas associadas à irrigação |
Inicial | 10-20 | 0,55 | 10 | Irrigações deficitárias ou em excesso reduzem o 'estande' |
Vegetativo | 30 | 0,65 | 20 a 30 | Irrigações abundantes favorecem o crescimento excessivo e a maior incidência de doenças |
Frutificação | 40 | 0,85 | 40 | A falta de água reduz o peso e número de frutos. O excesso favorece a maior incidência de doenças |
Maturação | 30 | 0,65 | 40 | Irrigações neste estádio prejudicam a qualidade dos frutos e reduzem o brix |
(1)Inicial: do plantio até dois pares de folhas ou pegamento de mudas. Vegetativo: até o inicio do florescimento. Frutificação: até o início da maturação de frutos. Maturação: até a colheita. (2) Avaliar de preferência no próprio local de cultivo. |
Tabela 3. Disponibilidade real média de água no solo para tomateiro, para diferentes tipos de solos. |
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Textura |
Classe textural |
Disponibilidade real |
Grossa | Areia, areia franca | 0,5 |
Média |
|
0,8 |
Fina |
|
1,0 |
Obs.: Em geral, mesmo os solos de cerrado com textura fina apresentam disponibilidade real de cerca de 0,8 mm/cm3. |
Tabela 4. Sugestão de comprimento de sulco de irrigação, em função da textura e declividade do solo. |
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Declividade (%) | Comprimento
dos sulcos (m) |
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Textura
do solo |
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Argilosa |
Média |
Arenosa |
|
0,05 | 300
a 400 |
120 a 270 |
60
a 90 |
0,1 | 340
a 400 |
180
a 340 |
90
a 120 |
0,2 | 370
a 440 |
220
a 370 |
120
a 190 |
0,3 | 400
a 500 |
280
a 400 |
150
a 220 |
0,5 | 500
a 600 |
280
a 370 |
120
a 190 |
1,0 |
280
a 400 |
250
a 300 |
90
a 150 |
1,5 |
250
a 340 |
220
a 280 |
80
a 120 |
2,0 |
220
a 270 |
180
a 250 |
60
a 90 |
Fonte: PRONI, 1987. |
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