|
|
||
Cultivo
de tomate para industrialização |
|||
Pragas e métodos de controle |
|||
Importância
econômica |
Principais Pragas do Tomateiro Traça-do-tomateiro Mosca-branca (Bemisia argentifolii) Períodos secos e quentes favorecem o desenvolvimento e a dispersão da praga, sendo por isso observados maiores picos populacionais na estação seca. São hospedeiros preferenciais da mosca-branca: algodão, brássicas (brócolos, couve-flor, repolho), cucurbitáceas (abobrinha, melão, chuchu, melancia, pepino), leguminosas (feijão, feijão-de-vagem, soja), solanáceas (berinjela, fumo, pimenta, tomate, pimentão), uva e algumas ornamentais como o bico-de-papagaio (Euphorbia pulcherrima). Tem sido relatada também em plantas daninhas como o picão, joá-de-capote, amendoim-bravo e datura. Os adultos da mosca-branca são de coloração amarelo-pálido (Figura 1). Medem de 1 a 2 mm, sendo a fêmea maior que o macho. Quando em repouso, as asas são mantidas levemente separadas, com os lados paralelos, deixando o abdome visível. Apenas o adulto voa, as demais fases são imóveis. A fêmea coloca de 100 a 300 ovos durante a sua vida, sendo que a taxa de oviposição depende da temperatura e da planta hospedeira. A longevidade do inseto depende da alimentação e da temperatura. Do estágio de ovo ao adulto o inseto pode levar de 18 a 19 dias (com temperaturas médias de 32°C). No DF, em temperatura de 25 ± 2 °C, a duração média total da fase de ovo até a emergência dos adultos foi de 22,9 ± 1,1 dias, na cultura do tomate. O ovo, de coloração amarela, apresenta formato de pêra e mede cerca de 0,2 a 0,3 mm. São depositados pelas fêmeas, de maneira irregular, na parte inferior da folha. A duração dessa fase é de seis a quinze dias, dependendo da temperatura. As ninfas são translúcidas e apresentam coloração amarela a amarelo-pálido (Figura 2). Como vetor de vírus (diferentes espécies de geminivírus): podem causar perdas substanciais na cultura do tomateiro (40 a 70%). Quando o vírus infecta as plantas ainda jovens, essas têm o crescimento paralisado. Nos últimos anos, com o estabelecimento da mosca-branca B. argentifolii no ecossistema do tomate, sintomas generalizados de geminivírus foram observados nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, DF, Bahia e Pernambuco (Submédio São Francisco). Os sintomas da doença encontram-se descritos em doenças causadas por vírus. Por sucção direta: ao sugar a seiva das plantas, com a introdução do estilete no tecido vegetal, os insetos (adultos e ninfas) provocam alterações no desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta, debilitando-a e reduzindo a produtividade e qualidade dos frutos. Em casos de altas densidades populacionais, podem ocorrer perdas de até 50% na produção. Infestações muito intensas ocasionam murcha, queda de folhas e perda de frutos. Em tomate para processamento industrial, ocorre o amadurecimento irregular (Figura 3) dos frutos, provavelmente causado por uma toxina injetada pelo inseto. Isso dificulta o reconhecimento do ponto de colheita dos frutos e reduz a produção e a qualidade da pasta. Internamente os frutos são esbranquiçados, com aspecto esponjoso ou "isoporizados" (Figura 4). A excreção de substâncias açucaradas é uma característica de mosca-branca e de outros insetos sugadores da ordem Homoptera. Essas substâncias cobrem as folhas e servem de substrato para fungos, resultando na formação da fumagina, que reduz o processo de fotossíntese, afetando a produção e a qualidade dos frutos. Consiste no emprego de práticas agrícolas rotineiras para criar um agroecossistema menos favorável ao desenvolvimento e à sobrevivência dos insetos. Plantio de mudas sadias — Quanto mais cedo ocorrer a infecção das plantas pelo vírus transmitido pela mosca-branca, mais danos serão observados, com conseqüente redução da produção.
Uso de barreiras vivas — O objetivo é impedir ou retardar a entrada de adultos da praga na lavoura. As barreiras devem ser perpendiculares à direção predominante do vento e, quando possível, rodear a lavoura. Podem ser usados sorgo forrageiro, milho ou outra planta similar. Por ocasião do transplante do tomate, essas plantas devem estar com 1,0 m de altura. Se possível, utilizar para barreira plantas que possam ter outra utilidade, como forrageiras ou plantas para alimentação humana. Uso de armadilhas — Tem a finalidade de atrair e reduzir a população de adultos de mosca-branca. Usar lonas, plásticos, potes de plástico, nylon ou etiquetas, de coloração amarela (cor que atrai o inseto), untadas com óleo. As armadilhas devem ser colocadas entre as plantas, na mesma altura das plantas do cultivo. Manutenção da lavoura no limpo — Eliminar as plantas daninhas hospedeiras de viroses antes do plantio e nos primeiros dias do estabelecimento da lavoura. Eliminação de restos culturais — Restos de plantas não colhidas devem ser incorporados ao solo, para impedir a formação de um nicho de sobrevivência para ovos, ninfas e adultos de mosca-branca. É importante que os vizinhos da propriedade façam o mesmo. Plantio de cultivares resistentes — Quando é difícil combater o vetor, a resistência ao vírus é a única opção para controlar o problema. Com tomate, em muitos países, estudos têm mostrado bons resultados com o plantio de cultivares resistentes às viroses. Controle químico — É o tipo de controle mais generalizado, embora na maioria das vezes feito de forma irracional. Para a eficiência do controle químico, devem ser utilizadas as seguintes medidas:
Várias espécies de inimigos naturais têm sido identificadas em associação com o complexo de espécies de mosca-branca. No grupo de predadores foram identificadas dezesseis espécies das ordens Hemiptera, Neuroptera, Coleoptera e Diptera. Entre os parasitóides, identificaram-se 37 espécies de micro-himenópteros. Os parasitóides dos gêneros Encarsia, Eretmocerus e Amitus são os mais comumente encontrados. No grupo de entomopatógenos, várias espécies são citadas, como: Verticillium lecanii, Aschersonia aleyrodis, Paecilomyces fumosoroseus e Beauveria bassiana. Adotando-se medidas de controle adequadas, tais como práticas culturais, cultivares resistentes e uso racional de inseticidas, pode-se favorecer o aumento dos inimigos naturais. Principais Pragas do Tomateiro Traça-do-tomateiro |
Tabela 1.Inseticidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento, para o controle da mosca-branca. |
|||
Grupo químico |
Impacto
sobre |
Ingrediente ativo |
Produto comercial |
Ditiocarbamato |
Mortalidade de adultos |
Cartap1 |
|
Fosforado |
Mortalidade de adultos e ninfas |
Acephate1 |
Orthene 750BR |
Dimethoate |
Tiomet 400CE |
||
Metamidophos1 |
Faro, Hamidop 600, Metafos, Metamidofos Fer, Nocaute, Stron, Tamaron BR |
||
Triazophos1 |
Hostathion 400 |
||
Fosforado + piretróide |
Mortalidade de adultos e ninfas |
Triazophos + Deltamethrin1 |
Deltaphos CE |
Piretróide |
Mortalidade de adultos e ninfas |
Betacyfluthrin |
Bulldock 125SC |
Esfenvalerate |
Sumidan 25CE |
||
Fenpropathrin |
Danimen 300CE, Meothrin 300 |
||
Fenvalerate |
Belmarck 75CE, Sumicidin 200 |
||
Neonicotinóide |
Inibe a alimentação, vôo e movimento de adultos; reduz a oviposição. |
Acetamiprid1 |
Sauros PS, Mospilan |
Imidacloprid1 |
Confidor, Provado |
||
Thiamethoxan1 |
Thiamethoxan 250WG, Actara |
||
Thiacloprid1 |
Calypso |
||
Piridazinonas |
------------------2 |
Pyridaben1 |
Sanmite |
Piridil éter |
Inviabiliza eclosão de ovos; esteriliza fêmeas e pupas; inibe o desenvolvimento de ninfas |
Pyriproxyfen1 |
Cordial 100, Epingle 100, Tiger 100 |
Tiadiazina |
Reduz a produção de ovos das fêmeas; esteriliza ovos; inibe o desenvolvimento de ninfas |
Buprofezin1 |
|
1
Produto registrado para uso emergencial. Instrução Normativa
número 1, de 12 de janeiro de 1999. SDA, Ministério da Agricultura
e do Abastecimento, Diário Oficial de 14 de janeiro de 1999. |
Figuras |
|
1. Adulto de mosca branca. |
|
2. Ninfas de mosca branca. |
|
3. Dano causado por mosca branca. |
|
4. Dano causado por mosca branca. |
Copyright © 2000, Embrapa |