Sumário
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Importância
econômica
Botânica
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Solos
Adubação
Cultivares
Produção de
mudas
Plantio
Tratos culturais
Irrigação
Plantas
daninhas
Doenças
Pragas
Colheita
Comercialização
Consumo
Processamento
Produção de sementes
Coeficientes
técnicos
Referências
Glossário
Agrotóxicos
Expediente
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Botânica |
As espécies de pimentas do gênero Capsicum pertencem
à família Solanaceae, como o tomate, a batata, a berinjela e o jiló. Dentre
as espécies do gênero Capsicum, cinco são domesticadas e largamente
cultivadas e utilizadas pelo homem: Capsicum annuum; C. bacccatum; C. chinense; C. frutescens e C. pubescens. Destas, apenas C.
pubescens não é cultivada no Brasil. O centro de origem das pimentas do
gênero Capsicum é o continente americano. O centro de diversidade da
espécie C. annuum var. annuum, a forma mais variável e
cultivada, inclui o México e América Central; de C. frutescens, inclui
as terras baixas do sudeste brasileiro até a América Central e as Antilhas
(Índias Ocidentais), no Caribe; de C. baccatum var. pendulum, a
Bolívia (maior diversidade) e o sudeste brasileiro; e de C. chinense,
a mais brasileira das espécies domesticadas, é a Bacia Amazônia.
A altura e forma de crescimento destas plantas variam de
acordo com a espécie e as condições de cultivo. O sistema radicular é
pivotante, com um número elevado de ramificações laterais, podendo chegar a
profundidades de 70-120 cm. As folhas apresentam tamanho, coloração, formato
e pilosidade variáveis. A coloração é tipicamente verde, mas existem folhas
violetas e variegadas; quanto ao formato, pode variar de ovalado, lanceolado
a deltóide. As hastes podem apresentar antocianina ao longo de seu
comprimento e/ou nos nós, bem como presença ou ausência de pêlos. O sistema
de ramificação de Capsicum segue um único modelo de dicotomia e,
inicia-se quando a plântula atinge 15 a 20 cm de altura. Um ramo jovem sempre
termina por uma ou várias flores. Quando isso acontece, dois novos ramos
vegetativos (geralmente um mais desenvolvido que o outro) emergem das axilas
das folhas e continuarão crescendo até a formação de novas flores. Esse
processo vegetativo se repete ao longo do período de crescimento, sempre
condicionado pela dominância apical e dependência hormonal.
As flores típicas são hermafroditas, ou seja, a mesma
flor produz gametas masculinos e femininos, possuem cálice com 5 (em alguns
casos 6-8) sépalas e a corola com 5 (em alguns casos 6-8) pétalas. Para a
identificação das espécies, os taxonomistas examinam principalmente as
flores. Características morfológicas como o número de flores por nó, posição
da flor e do pedicelo, coloração da corola e da antera, presença ou ausências
de manchas nos lobos das pétalas e margem do cálice, variam de espécie para
espécie e, por meio destas, podemos identificar as principais espécies
domesticadas do gênero (Tabela 1).
As espécies do gênero Capsicum são,
preferencialmente, autógamas, ou seja, o pólen e o óvulo que é fecundado
pertencem a uma mesma flor, o que facilita a sua reprodução, embora a
polinização cruzada também possa ocorrer entre indivíduos dentro da mesma
espécie e entre espécies do gênero. A polinização cruzada pode variar
em taxas de 2 a 90% e, pode ser facilitada por alterações morfológicas na
flor, pela ação de insetos polinizadores, por práticas de cultivo (local,
adensamento ou cultivo misto), entre outros fatores.
Em termos botânicos, o fruto define-se como uma baga, de
estrutura oca e forma lembrando uma cápsula. A grande variabilidade
morfológica apresentada pelos frutos são destacadas pelas múltiplas formas,
tamanhos, colorações e pungências. Esta última característica, exclusiva do
gênero Capsicum, é atribuída a um alcalóide denominado capsaicina, que
se acumula na superfície da placenta (tecido localizado na parte interna do
fruto), e é liberada quando o fruto sofre qualquer dano físico e pode ser
medida em Unidades de Calor Scoville (‘Scoville Heat Units-SHU’) por meio de
aparelhos específicos. O valor SHU pode variar de zero (pimentas doces) a
300.000 (pimentas muito picantes). A coloração dos frutos maduros,
geralmente, é vermelha mas pode variar desde o amarelo-leitoso,
amarelo-forte, alaranjado, salmão, vermelho, roxo até preto. O formato varia
entre as espécie e dentro delas, existindo frutos alongados, arredondados,
triangulares ou cônicos, campanulados, quadrados ou retangulares. Por
observação de determinadas características e usos, podemos separar aquilo que
chamamos vulgarmente de pimentas e pimentões. Assim, os pimentões (Capsicum
annuum var. annuum) apresentam frutos grandes e largos (10-21 cm
de comprimento x 6-12 cm de largura), formato quadrado a cônico, paladar não
pungente (doce), além de serem habitualmente consumidos na forma de saladas,
cozidos ou recheados. As pimentas apresentam, em sua maioria, frutos menores
que os pimentões, formatos variados e paladar predominantemente pungente. São
utilizadas principalmente como condimento e, em alguns casos, como
ornamentais, em razão da folhagem variegada, do porte anão e dos frutos
exibirem diferentes cores no processo de maturação.
Tabela 1. Características morfológicas para a identificação das espécies domesticadas de Capsicum.
Espécie
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Características morfológicas
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C. annuum var. annuum |
Geralmente
apresenta uma flor por nó, raramente mais de uma e ocasionalmente
fasciculadas. Na antese, os pedicelos podem ser eretos, pendentes
ou inclinados. A corola é branca (raramente violeta),
sem manchas na base dos lobos das pétalas. As anteras
são geralmente azuladas. Os cálices dos frutos
maduros são pouco dentados e não possuem constrição
anelar na junção do pedicelo. Os frutos são
de várias cores e formas, geralmente pendentes, persistentes,
com polpa firme; as sementes são cor de palha.
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C. baccatum var. pendulum |
As flores
se apresentam em número de uma a duas. Na antese, os
pedicelos são geralmente eretos. A corola é branca
e sempre apresenta um par de manchas amareladas ou esverdeadas
na base de cada lobo das pétalas. As anteras são
amarelas. Os cálices dos frutos maduros são evidentemente
dentados e não possuem constrição anelar
na junção do pedicelo. Os frutos são de
várias cores e formas, geralmente pendentes, persistentes,
com polpa firme; as sementes são cor de palha.
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C. chinense |
As flores
se apresentam em número de duas a cinco por nó
(raramente solitárias). Na antese, os pedicelos são
geralmente inclinados ou pendentes, porém, podem se apresentar
eretos. A corola é branca esverdeada sem manchas (raramente
branca ou com manchas púrpuras) e com lobos planos (que
não se dobram). As anteras são geralmente azuis,
roxas ou violetas. Os cálices dos frutos maduros são
pouco dentados e, tipicamente, apresentam uma constrição
anelar na junção com o pedicelo. Os frutos são
de várias cores e formas, geralmente pendentes, persistentes,
com polpa firme; as sementes são cor de palha.
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C. frutescens |
As flores
se formam em número de uma a três por nó
(ocasionalmente fasciculadas). Na antese, os pedicelos são
tipicamente eretos. A corola é branca esverdeada, sem
manchas e, geralmente, os lobos dobram-se para trás.
As anteras são geralmente azuis, roxas ou violetas. Os
cálices dos frutos maduros são pouco a não
dentados e não apresentam constrição anelar
na junção com o pedicelo. Os frutos geralmente
são vermelhos, cônicos, eretos, parede muito delgada,
com polpa mole; as sementes são cor de palha e mais espessas
no hilo. |
Fonte: Embrapa Hortaliças
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